O álbum duplo “11:11”, da banda mineira de rock progressivo Sub Rosa, que acaba de chegar às plataformas digitais, é uma viagem pela alma humana, com direito a jogo de tarô com seus arcanos e psicologia junguiana, sob a influência de Pink Floyd e John Lennon. Os discos revelam a jornada espiritual do personagem inspirado no artista plástico, escritor e ativista social capixaba Eduardo Marinho, conhecido como “Pensador das ruas”, explica o baixista Reinaldo José.
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O enredo dos dois discos, cada qual com 11 faixas, é uma espécie de ópera-rock, cuja gravação levou seis anos. “Um é yin, o outro yang. A linha narrativa do nosso álbum conceitual traz uma canção complementando o sentido da outra, embora tenham vida própria sozinhas. Nas letras, os personagens interagem entre si”, diz Reinaldo.
“11:11” narra a história do peregrino que recebe um chamado para cumprir sua missão espiritual. A biografia de Eduardo Marinho conduziu esse personagem fictício com base em ideias do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung que remetem a arquétipos e ao inconsciente.
A artista gráfica gaúcha Marina Marques criou a capa, além dos arcanos do tarô associados a cada faixa. “Futuramente, vamos lançar o tarô completo”, adianta Reinaldo. “Cada mínimo detalhe do Tarô Sub Rosa tem uma razão de ser para inspirar determinados gatilhos no subconsciente”, afirma.
A artista gráfica Joyce Kane desenhou a segunda versão dos arcanos maiores para o encarte do CD, que leva o nome de “Versão novo aeon”.
Reinaldo José assina sozinho a maioria das faixas. “Mas adoro compor com o Alexandre, a Bárbara, ToSan e Rudolf. Desta vez, Alexandre foi quem mais me ajudou nesse repertório”, conta.
Pink Floyd e John Lennon são as maiores influências do compositor. “Nosso trabalho está mais dentro da linha Pink Floyd e Beatles, grupos que pouca gente considera progressivo, mas eu, sim. Outra banda que escuto há muitos anos é a britânica Marillion. Foram elas que influenciaram o disco”, explica.
Reinaldo comenta que a Sub Rosa é considerada banda de rock progressivo porque faz canções de até 10 minutos com diferentes andamentos, mas ressalta que o grupo não se limita a esse gênero musical.
“Disseram: isso é rock progressivo. E assim ficou. Nunca dissemos que nosso som tem de ser progressivo, pois, na verdade, nós nos juntamos é para fazer música. Outra grande influência veio do 14 Bis. Sou amigo do Vermelho (tecladista), a gente já produziu várias coisas. Adoro o trabalho deles.”
Cada integrante da Sub Rosa gosta de um estilo musical. “Adoro Raul Seixas e Creedence. Engraçado, ouço pouco rock progressivo raiz, aquele de bandas britânicas como Camel, King Crimson, Genesis e Yes”, conta o baixista. “Os outros integrantes não têm muita influência do progressivo, é mais o tecladista ToSan. Alexandre escuta MPB e rock clássico, a Bárbara ouve k-pop e indie. Já o Rudolf é um cara que veio do metal e agora está no blues. Todos nós ouvimos pop rock brasileiro.”
EXTERIOR
Criada em 2006, a Sub Rosa lançou seu primeiro álbum, “The gigsaw”, em 2009. “Primeiramente, fizemos 1 mil cópias de forma independente e tivemos aceitação muito boa no exterior. A gente nem sabe como isso começou, mas teve muita procura e acabei fazendo outras 1 mil. Depois, licenciei uma distribuidora nos Estados Unidos para prensar lá e diminuir os custos. Chegamos a vender 15 mil cópias”, relembra o baixista.
Com o tempo, a formação do grupo foi mudando. “Acho que a atual será a definitiva”, arrisca Reinaldo. O disco conta com a participação do primeiro baterista da banda, Rômulo César, , e da ex-vocalista Márcia Cristina.
Outros convidados são Edgar Franco, desenhista e professor da Universidade Federal de Goiás, o baterista Jackson Lopes e Maurício Mourão, que tocou guitarra. “Ele é o sexto integrante da banda, mesmo que não queira ser”, brinca Reinaldo José.
“11:11”
.Disco duplo da banda Sub Rosa
.22 faixas
.Progressive Rock Worldwide
.Disponível nas plataformas digitais