Nova geração de caça-fantasmas dá show em 'Ghostbusters - Mais além'

“Ghostbusters – Mais além”, em cartaz nas salas de Belo Horizonte, ganhou 73% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes, especializado em cinema, mas os críticos “top” torceram o nariz para o filme. Azar deles, o longa de Reitman é ótimo.

O título original é “Ghostbusters – Afterlife” (“Depois da vida”), mas o subtítulo poderia ser “A nova geração”. Lançado no Brasil como “Os caça-fantasmas”, o “Ghostbusters” original nasceu como projeto do ator e roteirista Dan Aykroyd para ele e John Belushi. A morte prematura do amigo, vítima de overdose, em 1982, levou-o a reformatar o roteiro.

Embora com três papéis masculinos fortes – e um quarto, feminino –, “Ghostbusters” terminou centrado no ator Bill Murray. As melhores linhas, as melhores cenas ficaram para o personagem dele, um panaca completo, mas dotado de charme inegável.

A comédia é a história de três amigos professores e cientistas. Expulso da Columbia University, o trio usa suas habilidades para fundar uma firma de caça-fantasmas. Agregam-se à turma o tresloucado comediante Rick Moranis e o ator Ernie Hudson.

Na fantasia do primeiro “Ghostbusters”, Manhattan é assolada por uma onda de poltergeists. O trio anuncia seus serviços na TV, vira o maior sucesso midiático. Caçar fantasmas se torna atividade milionária – e glamourosa.

 

O portal de entrada dos poltergeists é o prédio em que Dana (Sigourney Weaver) mora, mais exatamente o refrigerador no apartamento dela. Em 1970, Michelangelo Antonioni explodira o refrigerador, como símbolo da sociedade de consumo, em “Zabriskie Point”. Em plena era de Ronald Reagan, o garoto-propaganda do neoliberalismo econômico, o que está em jogo é o próprio sistema, ameaçado por um gigantesco fantasma de... Marshmallow!

Até hoje tem gente se interrogando sobre tamanho sucesso. Efeitos, humor, elenco carismático. Só isso não explica. Aos olhos do público, havia algo mais – uma certa ideia de contestação ao próprio american way of life, talvez?

Nas pegadas do “1” surgiram o “2”, duas séries animadas para TV. Em 2000, a revista Total Film fez uma enquete e o filme “Os caça-fantasmas” ficou em 44º lugar na lista das 100 melhores comédias de todos os tempos.

Em outra enquete, do American Film Institute, o longa galgou 16 posições e ficou na 28ª posição. Em 2005, o portal de entretenimento Imagine Games Network (IGN) considerou o filme a melhor comédia de todos os tempos.

Em 2014, a versão remasterizada chegou aos cinemas. E a nova geração de espectadores adorou. Hollywood sentiu que havia demanda e, dois anos depois, surgiu a versão feminina – feminista? –, com a sempre engraçada Melissa McCarthy no papel de Abby.

Agora, chega às salas a versão do cineasta Jason Reitman, filho do diretor do primeiro filme, Ivan Reitman. Na cena de abertura, algo está se passando na fazenda isolada onde mora o velho caçador de fantasmas, Spengler. “Eles” estão de volta. Corte.

Na cidade grande, a filha desse homem acossado está falida, com um casal de filhos na escola. A morte do pai levanta uma possibilidade – herança? –, mas ele só deixou dívidas. No mundo agora rural, mamãe se envolve com o professor de literatura do curso de verão. O novo portal dos fantasmas está dentro de uma mina.

Lembram-se do temido Zuul do primeiro filme? O fantasma-mor agora é o terrível Gozer. A neta é cientista nata, como o avô. Vai prosseguir com suas pesquisas e ajudar a esclarecer o nó górdio da vida da mãe – o avô, afinal, não gostava da filha?.

Efeitos, humor, família. Tem até bonequinhos de marshmallow!, além da nova geração de caçadores de fantasmas. O elenco traz Carrie Coon e Paul Rudd, que têm química. As “crianças”, McKenna Grace e Finn Wolfhard, são uma graça.

No set, o cineasta Jason Reitman assimilou os conselhos do pai e fez um belo trabalho. Nostalgia + originalidade. O filme é dedicado “a Harold”. Harold Ramis (1944-2014) formava o trio básico com os atores Dan Aykroyd e Bill Murray; Aykroyd e ele assinavam o roteiro.

Em 1993, Ramis dirigiu um dos filmes mais cultuados daquela década. “O feitiço do tempo” mostra Bill Murray como o homem do tempo que vê o Dia da Marmota repetir-se indefinidamente. Conseguirá sair, retomar sua vida?

“Ghostbusters – Mais além” é um regalo. E uma viagem imperdível para os fãs do primeiro filme. 

EUA. 125min. Direção: Jason Reitman. Com Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Paul Rudd e Carrie Con. 12 anos. BH – Sala 2 (dub): 15h e 18h30. Sala 2 (leg): 21h30. Sala 3 (dub): 14h30, 17h30 e 20h30. Sala 5 (dub): 13h10. Sala 5 (leg): 16h40, 19h40. Boulevard – Sala 3 (dub): 13h50, 16h15, 18h40 e 21h05. Sala 6 (Imax, leg): 15h, 17h30, 20h30. Big Contagem – 15h30, 16h30, 17h50, 20h15. Cidade – Sala 7 (dub): 13h40, 16h05, 18h35, 21h. Sala 8 (dub): 15h, 17h30, 20h. Del Rey – Sala 2 (dub): 16h25, 18h55, 21h20. Sala 3 (dub): 13h50, 16h15, 18h45. Sala 3 (leg): 21h15. Diamond – Sala 3 (leg): 16h40. Sala 4 (dub): 15h, 18h20. Sala 4 (leg): 21h15. Minas Shopping – Sala 3 (dub): 13h50, 16h15, 18h40. Sala 6 (dub): 15h, 17h30, 20h30. Norte – 15h30, 17h50, 20h15. Pátio Savassi – Sala 1 (leg): 21h20. Sala 3 (dub): 13h55 e 17h. Sala 3 (leg): 19h55. Sala 5 (dub): 14h40. Sala 5 (leg): 17h50, 20h50. Via Shopping – Sala 1 (dub): 13h50, 16h15, 18h40, 21h10. Sala 2 (dub): 15h, 17h30, 20h. (Sessões desta segunda-feira).