O título do álbum remete às fotos que captam a realidade como ela é, sem artifícios. Assinada pelo artista visual João Gabriel Jack, a capa traz um filtro d'água de vidro em formato de abacaxi, “peça antiga, como aquelas da casa da nossa avó”, diz Danilo Guimarães.
CONCEITO
A imagem se casa com o conceito do disco. “É um registro motivado pelos afetos, feito em casa, sem maquiagem ou firulas”, explica o músico. O processo de criação foi especial. “Meu exercício de sobrevivência durante o lockdown”, resume. “Não há a produção dos grandes estúdios, maquiagem, firulas. A maioria dos instrumentos e vozes foi gravada em um só take, em casa”, orgulha-se.
Guimarães gravou todos os instrumentos e vozes em seu estúdio doméstico, enviou para Skilo, que, por sua vez, gravou as percussões sozinho, em casa, e mandou de volta. “Tudo à distância mesmo, estávamos no auge da pandemia. Só depois fomos para a Skilo Produtora de Som, onde o Glauco gravou as baterias.”
As letras de Paulo Valle surgiram durante esse processo. “No início do lockdown, eu tinha alguma coisa gravada, fragmentos de melodias e umas ideias. Havia feito uma sessão de fotos com o Paulo, vi uma letra dele na internet, gostei muito. Rolou o papo de mandar uma melodia para ele”, relembra Guimarães.
Em três dias, o fotógrafo lhe mandou os versos. Foi assim que nasceu “Dadá”, a segunda faixa do disco. “Ele sabia que eu tinha me tornado pai. Numa analogia com o dadaísmo, fez a letra com fonética de criança, as palavras dadá, totó, vovô. Percebemos que teríamos uma química bacana dali para a frente. Quando vimos, já estávamos com 10 canções prontas”, conta.
Paulo Valle também criou vídeos para o projeto Jovem. “Foram 12 canções e três clipes só este ano”, conta Danilo, comemorando também a participação de Skilo, integrante da banda Black Machine, que tocou percussão.
“O grande diferencial do novo disco foram as participações do Skilo e do Glauco, meu parceiro há mais de 20 anos. A gente tocava antes mesmo de ele entrar para o Tianastácia e Pato Fu. Chamei para gravar um faixa, ficou muito legal, e acabou que ele participou do disco inteiro”, diz Guimarães.
“Sem filtro” não pode ser definido como disco de rock, afirma o baixista. “Hoje, não existe mais rock puro. Nesse álbum, a pessoa ouve temas de guitarra e solos sem distorção. Tem muita percussão que remete à música cubana e afrobeat. É misturado”, observa.
“Dou mais valor à diversidade do que à homogeneidade, embora as baterias eletrônicas levem para um lado mais pop. Temos faixas de até oito minutos, a galera até brinca que é pop progressivo”, comenta, definindo seu terceiro álbum solo como “pop, rock, com influências cubanas e africanas”. E acrescenta: “Tem também música psicodélica.”
APELIDO
Os dois outros discos solo dele são “Jovem” (2016) e “Errei outra vez” (2019). Conhecido com o apelido “Jovem” entre os músicos, Danilo decidiu batizar assim o seu projeto. Em 15 de dezembro, ele faz live, às 20h, com transmissão pelo canal YouTube/Danilo Jovem.
Em 3 de dezembro, estreia o clipe da faixa “Super mini” no canal oficial do Jovem no YouTube. Os vídeos de “Dadá”, “Boreas”, “Essência” e “Hashtag amor’” já circulam nas redes.
"SEM FILTRO"
.Disco solo de Danilo Guimarães
.10 faixas
. Tratore
.Disponível nas plataformas digitais
.Live em15 de dezembro, às 20h, com transmissão pelo canal YouTube/Danilo Jovem