Após sete temporadas, “NCIS: New Orleans” chega ao fim. A série forense acompanha policiais comandados pelo agente Dwayne Pride (Scott Bakula), que investigam casos envolvendo militares, e apresenta o lado sombrio da capital de Louisiana (EUA). Os quatro últimos episódios serão exibidos pela A&E na próxima segunda-feira (29/11), a partir das 18h.
Em encontro virtual com a imprensa latino-americana, o ator Scott Bakula, que também é produtor-executivo da série, falou sobre a despedida do trabalho, que considera um dos mais criativos de sua carreira.
“Foi uma experiência mágica. A série simplesmente bombou! Aprendi muito com as pessoas de todos os lados da câmera. E, de certa forma, facilitou o resto da minha carreira, porque me tornei conhecido por isso de uma forma positiva”, afirma.
Lembrando que essa era “a terceira franquia (de NCIS) na televisão”, Bakula diz não ter sonhado com tanto sucesso. “Não tinha a menor ideia se seria bem recebida ou não.” Ele conta que também tirou proveito “da oportunidade de passar tanto tempo em New Orleans e retomar minha paixão por música, jazz, r&b”. O ator é músico nas horas vagas e tem uma banda de rock.
“NCIS: New Orleans” foi lançada em 2014 como um spin-off da franquia original. Inspirado em um ex-investigador naval local, o protagonista Dwayne Pride mora acima de seu bar e ficou conhecido por dirigir um Cadillac conversível azul. O ator disse que não estava preparado para se despedir do papel.
CONSULTOR
“Eu amo o personagem e o cara real em quem ele foi baseado, Dwayne Swear. Era um homem espetacular e tinha o espírito da New Orleans que eu realmente queria representar.” Dwayne Swear, que atuou como consultor da série, morreu em 2018.O ator conta que seu pai costumava dizer que o “trabalho mais difícil do mundo é ser um policial honesto”. Hoje, ele entende que existem bons e maus profissionais em todas as carreiras. A partir da série, cultivou uma relação íntima com muitos policiais da cidade.
“Pessoalmente, conheci muitos policiais em New Orleans durante o tempo em que estive lá. Eu os admiro vestindo o uniforme todos os dias, colocando-se na frente do cidadão comum. New Orleans é uma cidade complicada, há muitas coisas acontecendo lá, boas, ruins e feias. É um trabalho incrivelmente difícil. Eu tiro meu chapéu para eles”, afirma.
A sétima temporada, lançada no Brasil no último dia 8, é emocionante e garante reviravoltas, como o retorno de personagens antigos e a inesperada descoberta de um filho do agente Dwayne Pride. Crimes envolvendo assassinatos, corrupção, sequestros e atentados estão na mira dos investigadores.
Além de lidar com os protocolos sanitários na gravação, a pandemia de COVID-19 que abalou New Orleans foi incluída na trama, afetando os personagens e o trabalho da legista Dr. Wade (CCH Pounder). De acordo com o “New York Times”, mais de 14 mil pessoas morreram pelo coronavírus no estado de Louisiana (EUA). As máscaras acabaram se tornando parte do uniforme dos policiais do “NCIS”.
“Estamos fazendo um programa de ficção, mas essa pandemia está afetando a todos nós, tanto quanto o 11 de Setembro afetou os roteiros escritos aqui nos Estados Unidos”, comenta Bakula. “Pular essa parte (a pandemia) e fingir que nada aconteceu não parecia uma boa narrativa. Eu tive a sorte de conseguir convencer os roteiristas e a rede de televisão para ir nessa direção”.
“Estamos fazendo um programa de ficção, mas essa pandemia está afetando a todos nós, tanto quanto o 11 de Setembro afetou os roteiros escritos aqui nos Estados Unidos”, comenta Bakula. “Pular essa parte (a pandemia) e fingir que nada aconteceu não parecia uma boa narrativa. Eu tive a sorte de conseguir convencer os roteiristas e a rede de televisão para ir nessa direção”.
O cenário pandêmico diminuiu na última temporada, que tem 16 episódios – abaixo da média de 24. O ator conta que vai sentir saudades da cidade, do elenco e do trabalho intenso. Ele entende que a despedida é definitiva, porque séries televisivas como “NCIS” (com mais de 400 episódios no total) vão se tornar coisa do passado.
TEMPORADAS
“Parece que as redes de televisão e as plataformas de streaming vão focar em temporadas menores. Com essa bagunça de produzir 24 episódios por ano, é difícil manter a audiência por perto, voltando toda semana. Eu tive a sorte de fazer três grandes séries que tinham mais de 20 episódios por temporada, mas elas não vão durar por muito mais tempo.”Ele diz, no entanto, não saber se “é bom ou ruim” esse futuro que enxerga. “Existem muitas séries maravilhosas no streaming agora. Elas são menores, capazes de colocar tudo em 10 episódios e, mesmo assim, conseguem fazer uma temporada incrível. Então elas vão embora por meses e nós ficamos esperando voltar. Essa é a parte difícil."
“NCIS: New Orleans”
• Os quatro últimos episódios irão ao ar na A&E, a partir das 18h da próxima segunda-feira (29/11).
*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes