Tem início neste domingo (5/12) a Semana de Música de Câmara – Cordas, Sopros e Piano, evento que marca a retomada gradual das atividades presenciais da Fundação de Educação Artística (FEA), interrompidas com a chegada da pandemia.
Até 12 de dezembro, serão realizadas atividades formativas – voltadas para jovens músicos em fase de profissionalização – e de difusão cultural, com a realização de três concertos.
SAINT-SAËNS
A primeira apresentação ocorrerá hoje, às 11h, retomando o tradicional projeto “Manhãs musicais”. No primeiro momento, o trio formado por Alexandre Braga (flauta), Jonatas Bueno (clarineta) e Thelma Souza Lander (piano) executará peças do francês Camille Saint-Saëns (1835-1921), cujo centenário de morte é celebrado este ano, e do compositor brasileiro Villani-Côrtes.Em seguida, o duo de fagote e piano formado Catherine Carignan e Gustavo Carvalho também prestará seu tributo a Saint-Saëns, além de executar peça do francês Henri Dutilleux (1916-2013).
Na próxima sexta-feira (10/12), às 20h, jovens instrumentistas que ao longo da semana vão receber orientações dos professores Alexandre Barros, Alexandre Silva, Berenice Menegale e Elise Pittenger realizam apresentação dedicada a compositores brasileiros. O repertório vem sendo trabalhado desde outubro.
No próximo domingo (12/12), às 11h, será a vez do Quarteto Boulanger, formado por mulheres instrumentistas da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, cujo trabalho se volta para a difusão da música brasileira de câmara, com foco nas compositoras.
Os três concertos serão realizados na Sala Sergio Magnani, que reabre ao público após ficar fechada desde março de 2020.
Berenice Menegale, diretora da FEA, explica que o evento não se insere no histórico de sua tradicional Semana de Música de Câmara. Realizada semestralmente desde 2004, ela teve a 33ª e a 34ª edições condensadas no formato on-line, em função da pandemia.
“Vamos fazer ação voltada para a música de câmara dentro de um projeto mais abrangente, que é oferecer a jovens que estão se profissionalizando a possibilidade de terem aulas de aperfeiçoamento e formar grupos aqui na fundação. É um evento um pouco mais sucinto”, diz a professora.
No momento, a FEA repensa o futuro de seus cursos no cenário pós-pandemia, o que justifica a inclusão do naipe de madeiras (flauta transversal, oboé, clarineta, fagote e trompa) nas ações de música de câmara que desenvolve.
“Por enquanto, estamos dando a maioria das aulas a distância, mas a intenção é, se tudo correr bem, reabrir todos os cursos presenciais em fevereiro. Temos feito muitas reuniões, escutado os músicos, para saber das demandas. Foi uma sugestão do Alef Caetano, que toca na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, a inclusão do naipe de madeiras”, explica.
Berenice comenta que a pandemia impôs desafios à FEA. “O baque foi muito grande. Temos muitos bolsistas, que persistiram com a gente durante esse período, mas vários pagantes não se dispuseram a ter aulas on-line, então simplesmente saíram. É um momento muito difícil, estamos sendo muito cautelosos com a retomada, pensando em como fazer. As coisas não serão mais as mesmas”, pondera.
IMPULSO
De acordo com a professora, a programação que tem início hoje “é um impulso para cima, no sentido de começar a trabalhar, trazendo profissionais e jovens que buscam seu espaço para tentar fazer música”.A FEA planeja investir em outra frente. “Temos um acervo de partituras muito importante, queremos difundir isso. Estamos trabalhando com afinco e a esperança de que as coisas sejam retomadas”, conclui Berenice Menegale.
SEMANA DE MÚSICA DE CÂMARA: CORDAS, SOPROS E PIANO
Abertura hoje (5/12), às 11h. Concertos na sexta-feira (10/12), às 20h, e no próximo domingo (12/12), às 11h. Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Ingresso solidário: R$ 90 (o dinheiro será destinado à manutenção das atividades da FEA). Informações: (31) 3226-6866.