Uma plateia mínima, duas dezenas de pessoas no máximo, e a impossibilidade de bater palmas. Mas elas vieram, nos gestos sem som, ao final de cada música. No Teatro Feluma, em 21 de novembro deste ano, o Hamilton de Holanda Quarteto (Thiago Espírito Santo no baixo, Daniel Santiago na guitarra e Edu Ribeiro na bateria) se encontrava com o saxofonista norte-americano Chris Potter.
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Silvia Gomes faz homenagem a Mestre Jonas, que morreu há 10 anosZeca Baleiro se apresenta no formato banquinho e violão em BHJup do Bairro chega a BH, na quinta (9/12), com 'sede' de cantar ao vivo'Espírito do som', inédita de Cássia Eller, chega às plataformasJoão Carlos Martins emociona plateia com suas histórias e seu repertórioHolanda e Potter se conheceram em 2019. Em decorrência da pandemia, só puderam estar juntos no palco neste ano. Para o saxofonista, foi uma novidade tocar com um bandolinista. Com 30 anos de carreira, ele nunca havia tocado com uma formação com esse instrumento, conforme afirmou em entrevista à jornalista Liliane Pelegrini, que também dirigiu a gravação do show – a entrevista com Holanda e Potter já está disponível no YouTube.
INTIMIDADE
Na altura do encontro em BH, o grupo e seu convidado haviam feito quatro shows juntos, então estava clara a intimidade em cena. O repertório foi pautado principalmente na produção de Holanda, com algumas releituras de clássicos.
Lançado no início deste mês, “Maxixe samba groove”, novo álbum do bandolinista, já traz uma faixa com a participação de Potter, “Afro choro”, também um dos destaques do show. Outra interpretação de forte impacto foi a de “Nasceu o amor”, do álbum “Harmonize” (2019), que Holanda gravou com seu quarteto.
As improvisações vinham a cada momento. A sintonia é tamanha que bastava um olhar de Holanda para os músicos – Edu Ribeiro sorrindo o tempo inteiro, Espírito Santo um virtuose que faz do baixo praticamente uma continuação do próprio corpo.
Houve algumas versões também, como “Ponta de areia” (Milton Nascimento/Fernando Brant), que o bandolinista havia gravado no disco “Casa de Bituca” (2017), e “Chovendo na roseira” (Tom Jobim). Finda a gravação, as palmas foram devidamente liberadas. Ainda que em pequeno número, a plateia (na qual se encontravam o violonista Juarez Moreira e o saxofonista Cléber Alves) pôde dar vazão ao entusiasmo com o que havia presenciado ali.
BH INSTRUMENTAL
Nesta quinta-feira (9/12), às 20h, será exibido show com o Hamilton de Holanda Quarteto e Chris Potter no YouTube.