(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

MET oculta nome de patrocinador implicado em escândalo industrial

Família Sackler, envolvida na crise dos opiáceos, tem seu nome retirado de sete exposições do Museu Metropolitano de Nova York


11/12/2021 04:00 - atualizado 11/12/2021 03:47

O Templo de Dendur, no Museu Metropolitano de NY
O Templo de Dendur, no Museu Metropolitano de NY, fica na antes chamada "Ala Sackler". Instituição decidiu retirar de suas salas as referências à família, cujos negócios na indústria farmacêutica se tornaram alvo da Justiça (foto: KENA BETANCUR/AFP)

O Museu Metropolitano de Nova York (MET) anunciou anteontem a retirada do nome da família Sackler, uma das maiores mecenas da instituição, de várias galerias, devido ao seu suposto envolvimento com a crise dos opiáceos.

O nome Sackler será retirado de sete exposições, entre elas a galeria que abriga o Templo de Dendur, informou o MET em um comunicado conjunto com a família.

Os Sackler, que foram durante anos benfeitores generosos de museus e universidades de prestígio, acumularam uma importante fortuna com a farmacêutica Purdue Pharma, proprietária do popular medicamento analgésico OxyContin, à base de opiáceos, e que causou uma crise de dependência e dezenas de milhares de mortes nos Estados Unidos.

O OxyContin é viciante, embora os consumidores não tenham sido advertidos disso. A Justiça americana decidiu apurar se a família Sackler tinha total conhecimento do potencial viciante do remédio e ocultou essa informação para não prejudicar seus negócios.  

"Nossas famílias sempre apoiaram fortemente o MET e acreditamos que (esta decisão) é o melhor para o museu e para a importante missão que realiza", dizem no comunicado os descendentes dos irmãos Raymond e Mortimer, que, juntamente com o mais velho, Arthur, doaram importantes somas de dinheiro à pinacoteca.

Em 2019, o museu cortou o financiamento da família Sackler, mas foi relativamente lento na hora de retirar seu nome das galerias.

FILANTROPIA 

O Museu do Louvre, em Paris, foi a primeira grande pinacoteca a retirar o nome dos Sackler da Galeria Sackler de Antiguidades Orientais, em 2019.

"O MET foi construído com a filantropia de gerações de doadores e os Sackler foram alguns dos nossos apoiadores mais generosos", admitiu Dan Weiss, presidente do museu.

"Este gesto amável dos Sackler ajuda o museu a continuar prestando serviço a esta e a futuras gerações. Agradecemos muito."

Museus como o The Smithsonian, The Guggenheim e os londrinos Tate e National Gallery rejeitam contribuições financeiras dos Sackler.

O número de mortos nos Estados Unidos por overdose de analgésicos aumentou para 93 mil em 2020, um recorde que se deve ao consumo crescente de opiáceos durante a pandemia, segundo o Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC). 

Museu suíço abre mão de obras roubadas por nazistas 

Museu de Arte de Berna
O Museu de Arte de Berna herdou a extensa coleção de Cornelius Gurlitt, com obras suspeitas de terem sido expropriadas de colecionadores judeus pelo regime nazista (foto: Fabrice COFFRINI/AFP)

O Museu de Arte de Berna, que herdou a impressionante e polêmica coleção de Cornelius Gurlitt em 2014, anunciou ontem que vai renunciar a 38 obras roubadas pelos nazistas ou consideradas suspeitas. 

O colecionador germano-austríaco Cornelius Gurlitt, filho de um comerciante que servia ao regime de Hitler, morreu em maio de 2014 e nomeou por testamento o museu suíço como único herdeiro, decisão que "surpreendeu" a instituição cultural. 

Em novembro de 2014, o museu decidiu aceitar a herança, renunciando aos seus direitos de propriedade sobre as obras de arte que podem ter pertencido a judeus saqueados por nazistas, segundo um acordo firmado com a Alemanha. 

Desde então, um grupo passou a avaliar essas obras em um processo do qual participaram especialistas internacionais independentes.

Após vários anos de investigação sobre essa doação, com cerca de 1.600 obras, o museu de arte de Berna anunciou ontem que renunciou a nove "obras roubadas sob o regime nacional-socialista". 

Essas peças foram devolvidas aos seus proprietários pela Alemanha, segundo o Museu de Arte de Berna. O museu se recusa a “assumir a posse de obras de origem incerta, que contenham indícios e/ou circunstâncias suspeitas, ainda que faltem provas de apropriação pelos nazistas”, indica a decisão, que afeta 29 peças. 

Dessas 29 obras, cinco telas já foram devolvidas à Alemanha, duas estão sujeitas a pedido de restituição e 22 permanecem no museu para uma investigação mais aprofundada de sua trajetória. 

O museu decidiu conservar 28 obras que, segundo rastreamento de sua origem, não são provenientes de apropriação nazista, além de outras 246 obras criadas por membros da família Gurlitt.

O museu também preservará cerca de 1.100 obras de origem incerta, mas para as quais "não há evidências de saques pelos nazistas ou de circunstâncias suspeitas". 

Por fim, o museu indica que cerca de 270 obras foram excluídas da investigação “por se tratar de obras de portfólios desmembrados e outras peças realizadas em série”. 

Foi só em 2012 que o acervo de Cornelius Gurlitt, que morreu aos 81 anos, foi descoberto, durante fiscalizações alfandegárias em suas residências em Munique (Sul da Alemanha) e em Salzburg, na Áustria. A coleção inclui telas de Renoir, Cézanne, Beckmann, Delacroix e Munch. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)