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Estado de Minas MÚSICA

Praça Sete Instrumental fecha o ano com show das Ablusadas nesta quarta

Banda de blues integrada apenas por mulheres apresentará nesta quarta-feira (15/12) composições próprias que estarão em seu primeiro disco


15/12/2021 04:00 - atualizado 15/12/2021 07:39

As integrantes das Ablusadas de pé na grama e ao ar livre, carregando seus instrumentos
Formada exclusivamente por mulheres, a Ablusadas lançou uma cerveja artesanal chamada TPM. Uma faixa com o mesmo nome estará no primeiro disco da banda (foto: Iana Domingos/Divulgação)
Responsável por encerrar a edição 2021 do projeto Praça Sete Instrumental, com show que será transmitido pelo canal do Cine Theatro Brasil Vallourec no YouTube nesta quarta-feira (15/12), às 20h, a Ablusadas – primeira banda de blues do Brasil formada exclusivamente por mulheres – vive um momento de grande expectativa. 

Formado em 2018 pela vocalista Roberta Magalhães, que aglutinou outras musicistas, o grupo começou a investir de forma mais aplicada em composições próprias no ano passado e prepara o lançamento de seu primeiro álbum, batizado “Eu quero é blues”, para o início de 2022.

Roberta diz que o show gravado no Cine Theatro Brasil Vallourec é um “spoiler” do disco, já que o repertório inclui algumas das 11 faixas que compõem o trabalho, todas cantadas em português. O projeto Praça Sete Instrumental é voltado, como o nome indica, para a música instrumental, mas, por se tratar de uma apresentação especial, que fecha a programação deste ano, abriu-se uma exceção.

A apresentação da Ablusadas começa focada nos clássicos do gênero, com composições de B. B. King, Eric Clapton, Willie Dixon e Robert Johnson, entre outros, mas depois segue para o repertório autoral da banda, segundo Roberta. 

“Esse é um show especial, híbrido, que alterna a parte instrumental, em que a gente busca referências do blues tradicional, com nosso repertório autoral, que eu canto em português, o que ainda não é muito comum”, diz a vocalista, que também é, ao lado da baixista Débora Coimbra, a autora das músicas.

Sobre o álbum de estreia da banda, ela destaca que representa a consolidação de um desejo alimentado desde a formação da Ablusadas. “A gente começou como cover mesmo, fazendo só os clássicos do blues, mas, desde o início, a ideia era trabalhar com músicas autorais, que é uma forma de a gente contar nossas próprias histórias”, afirma. 

Ela observa que “as letras confessionais, em que o autor fala de si e de sua vida, são uma característica marcante do gênero, que, no entanto, é majoritariamente masculino, as mulheres nunca tiveram voz no blues”.

Com um single já lançado, “Sinto saudades sim”, composto durante a pandemia e versando sobre a situação de isolamento, o grupo pretende lançar outro, da faixa-título, acompanhado de clipe, em janeiro do próximo ano, e logo em seguida apresentar o álbum completo. 

SÍNTESE 

“Essa música que dá nome ao disco e que a gente vai lançar como um segundo single sintetiza bem nossa proposta, porque fala justamente de dar mais espaço para as mulheres no palco”, ressalta.

Ela conta que a banda nasceu de seu desejo de que houvesse uma maior representação feminina no blues. Roberta vinha de uma experiência de 10 anos cantando em formações do gênero, e ela era sempre a única mulher nos grupos que integrou. “Comecei a pôr em prática a ideia de montar uma banda de mulheres. Já conhecia muitas que gostavam de blues, mas não se arriscavam a tocar. Parti da ideia de criar uma banda grande, com metais”, aponta.

Roberta conta que novas instrumentistas foram sendo agregadas e que, nos shows, sempre convidou mulheres para participações especiais. “Depois das apresentações, eu chamava as convidadas para fazer parte da banda e assim a gente foi se estruturando. Chegamos a ter oito integrantes e atualmente estamos numa segunda versão do grupo, porque houve muitas reformulações durante esse período da pandemia, com a saída e a chegada de novas musicistas.” Ela afirma que esse rodízio reflete justamente a rede de mulheres instrumentistas que foi se consolidando em torno da banda.

A presença feminina está não só na formação do grupo, mas também na equipe que eventualmente é chamada a colaborar. “Quando participamos de eventos maiores, a gente vai chamar uma iluminadora, uma fotógrafa, uma produtora. A gente lançou uma cerveja, chamada TPM, que também é o nome de uma música nossa, e ela é produzida por mulheres cervejeiras”, destaca.

“Durante a pandemia, ficamos focadas na reestruturação da Ablusadas e nos objetivos que queríamos perseguir. Nosso desejo é nos aproximar das raízes do blues para apresentar nossa própria leitura disso, então nos concentramos muito nas composições. Aproveitamos essa pausa forçada para fazer essa reformulação e criar o repertório autoral; então, nasce da pandemia nosso primeiro disco”, comenta.

PROJETO PRAÇA SETE INSTRUMENTAL COM A BANDA ABLUSADAS
Nesta quarta-feira (15/12), às 20h, no canal do Cine Theatro Brasil Vallourec no YouTube. Gratuito


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