Jornal Estado de Minas

HUMOR

Conheça Macla Tenório, a nova integrante do coletivo Porta dos Fundos

A alagoana Maria Clara Tenório, de 25 anos, é a vencedora do “Futuro Ex-Porta”, reality show criado pelo grupo Porta dos Fundos para selecionar seu novo integrante. Ela estava no grupo de 10 escolhidos entre 7 mil inscritos para participar do programa, que foi exibido em oito episódios no perfil oficial do Porta no YouTube. Do trio feminino de finalistas, a alagoana foi anunciada como ganhadora no último sábado (11/12) para os 17 milhões de inscritos no canal.





Macla (cuja pronúncia é Maclá, mas ela também aceita Mácla), no entanto, teve quase cinco meses de preparo para receber o título, entre a gravação da final em julho e sua transmissão em dezembro. Ela sabe que o movimento em suas redes sociais vai aumentar, que talvez não consiga responder a todas as mensagens, e até que talvez precise contratar ajuda profissional para dar conta de seu Instagram.

Mas, por enquanto, a prioridade é aproveitar sua cidade natal, Maceió (AL), e sua família, de quem precisará passar um tempo longe para começar os trabalhos na sede do Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro. “Tudo parece ser um grande sonho, assim, sabe?”, diz Maria Clara em entrevista na última quinta-feira, por telefone, dois dias antes da exibição do episódio que anunciou sua vitória.

Como você está se sentindo?
Muito feliz. É uma sensação muito louca, porque para mim tudo parece ser um grande sonho, Parece que eu ainda não entendi o que está acontecendo. Tem muito essa vibe de sonho, porque quando eu vou para Maceió, eu esqueço um pouco, e quando eu volto para o Rio, lembro que é realidade. E é uma ansiedade muito grande para contar para as pessoas (sobre a vitória).





E você está no limbo de saber que ganhou e, hoje, não poder falar para o mundo.
E isso é desde julho. Primeiro a gente passou por esse processo de estar participando e não poder contar para ninguém, o que durou muito tempo. E eu tive que guardar esse segredão, que eu só compartilho com minha família e meus amigos mais próximos. Sempre que sai um novo episódio, as pessoas comemoram, “você passou por mais um!”, e eu respondo, “sim, eba!”... Sem poder contar nada. É uma espera gostosa.

O seu apelido não é muito comum, de onde ele veio?
Foi um tio meu, que um dia falou: “Maria Clara, vou te chamar de Macla. O Ma de Maria e o Cla de Clara”. E todo mundo começou a me chamar assim. Eu acho especial, acho muito fofinho, é meu nome de guerra, meu nome artístico.

Antes de se inscrever no reality, você já atuava?
Nunca tinha participado de audições, mas tinha um canal no YouTube há algum tempo com o meu amigo, Eugênio. A gente começou a fazer alguns vídeos, alguns viralizaram. E depois comecei a fazer publicidade, comerciais. Mas essa é a experiência que eu tinha na área, nunca cheguei a estudar nada. Eu trabalhava na Assembleia Legislativa de Alagoas.




Qual foi a experiência que mais a ajudou no programa?
A faculdade de comunicação me ajudou muito, não só na parte técnica de aprender a me comunicar, mas ter contato com uma realidade diferente da minha. Estudei na Universidade Federal de Alagoas, foi um divisor de águas na minha vida. E o YouTube me ajudou a entender mais de humor, o timing da comédia, como funciona esse mundo. Mas é muito louco, porque no reality você não é um personagem, você é o que você é. Eu me senti muito feliz de conseguir ser exatamente quem eu sou mesmo.

O quanto você acha que sua personalidade influenciou?
Muito. Acho que sou uma pessoa diferente ali, dentro do Porta. Tenho um sotaque diferente, um jeito de falar diferente, e isso é muito positivo, é uma diversidade massa que vejo que eles acharam interessante.

Quão longe você achava que iria chegar no reality?
A minha psicóloga falou que eu disse para ela que iria vencer, mas não me lembro de estar tão confiante, não. Quando me inscrevi, tive uma sensação de que ia chegar no programa. Mas lá dentro, o objetivo era sempre “passar dessa prova”. Eu tentava não pensar tanto na final, no futuro. Passei todos os cenários na minha cabeça: se eu ganhar, se não ganhar. Nunca cheguei a ter certeza, mas pensei: cara, se eu ganhar, o que vai acontecer?

Além do que o espectador vê, quanto contato vocês tinham com o elenco do Porta dos Fundos?
Eles foram bem altruístas com a gente. Realmente estavam lá, iam no backstage onde a gente ficava, naquela salinha que eu chamo de Salão Comunal da Grifinória (risos). Acho que chegamos a almoçar juntos no intervalo das gravações. Quando terminávamos, a gente cumprimentava eles, e falávamos sobre as provas. Eram bem generosos. Para mim, eu ganhava muito ali com eles também, mostrando o meu trabalho. Eu estava naquele lugar de superfã, e estava muito feliz. Tipo que legal a oportunidade profissional incrível que a gente tá vivendo.



Você chegou a sentir sua falta de experiência em relação ao resto dos participantes?
Sim. Pelo lado ruim, como eu não tinha experiência, algumas coisas não sabia como funcionavam, então tentava sempre absorver tudo o que falavam, observar os outros, entender como estavam atuando. Pelo lado bom, não tinha uma pressão tão grande em cima de mim. Vi que os meninos, em alguns momentos, ficavam pressionados por querer entregar uma coisa que fizesse jus à carreira deles, e eu estava tranquila, divertida, feliz. Acho que até pesou mais o lado bom, e acho que foram bem legais comigo por respeitar e entender que algumas coisas ali eu ainda não compreendia.

Vocês criaram um laço forte no reality.
Criamos, sim. A gente tinha até um plano de passar o ano-novo (juntos) lá em casa. E até fico pensando em como o Porta conseguiu criar um ambiente bom nesse sentido, sabe, um programa que não teve ninguém tentando passar por cima do outro. Hoje em dia, tenho contato com todos, mas sou muito próxima da Julia (Guerra), da Bruninha (Trindade). Até porque a gente foi finalista. Sobre os outros competidores, eles são muito incríveis. Fazem um trabalho muito massa. Eles me ajudaram e me incentivaram muito tanto lá dentro quanto pós-reality. São pessoas muito maneiras.

Como estão as conversas com o elenco do Porta dos Fundos?
Ah, estou no grupo do zap, né. A pandemia impediu um pouco essa aproximação, mas tive que vir para o Rio gravar. Em alguns momentos, gravei com alguns deles, e aí pude conhecer mais alguns que não conheci no reality. Como a Thati (Lopes), que conheci hoje (quinta-feira, 9/12).





Alguma interação a marcou mais?
Foi com o Antonio Tabet. Eu lembro dele falar para mim numa prova: “Macla, você precisa se dedicar mais, você não vai ganhar só no carisma”. Isso me marcou muito, as dicas que ele me deu foram para a vida, não só para o programa.

Você está ansiosa para fazer quais tipos de personagens e esquetes?
Quero começar logo o dia a dia. Quero começar por realmente entender o dia a dia profissional, poder me inspirar neles quando trabalho, e virar uma funcionária, mesmo, melhor para o time. Quero muito saber como eles vão me usar lá dentro, sabe? A gente sempre encontra um personagem que tem mais carinho por fazer, e fazer de um jeito legal, sabe? Eu quero muito.


Como está o seu planejamento nas redes sociais?
As pessoas que têm ido para as minhas redes são muito carinhosas, tenho recebido muito amor. Mas sei que depois do anúncio (da vitória) vai virar uma coisa muito maior do que consigo dar conta. Acho que em algum momento vou ter que contratar alguém. Hoje, tenho amigos que me ajudam, mas trabalham por amor, né? Eu quero continuar autêntica, acho fundamental que as pessoas vejam a Maria Clara que viram no programa. Além disso, gosto muito de cultura pop, então queria até trazer alguns vídeos e conteúdos sobre isso.





O que é mais importante que saibam sobre você?
Eu estou muito feliz de representar o Nordeste. Porque Alagoas é um estado carente, de certa forma, não de talento, mas de reconhecimento. Para mim, é muito legal poder estar dando isso. Percebo gente de Alagoas que vem falar comigo e está superfeliz, a gente tem esse senso de comunidade que eu acho muito bonito. E estou agradecida de poder estar fazendo parte disso, agradecida por terem me escolhido e me aceitado ali dentro. Quero retribuir e ser uma pessoa que as pessoas gostam, que se orgulham de ter. E isso é uma responsabilidade muito grande, não é fácil. Já que esta é uma das minhas primeiras matérias e a maior que fiz até agora, queria mandar um beijo para a minha mãe, para a minha família (risos).

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