(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POLÍTICA E MÚSICA

Banda mineira de rock lança clipe com críticas às manipulações sociais

No vídeo da música 'Cogito Ergo Sum', Brujar aponta inconsistências em discursos, como moda, política e religião; conheça o grupo musical


23/12/2021 13:00 - atualizado 27/12/2021 16:08

Integrantes da banda Brujar em um fundo preto
Da esquerda pra direita: João Soüza, Robson Chuckson, Bruno Santiago e Paulo Sérgio (foto: Divulgação/Brujar )
Moda, política e religião são os principais temas criticados no videoclipe da música ‘Cogito Ergo Sum’, da banda mineira Brujar, lançada no dia 15 de novembro, no canal oficial do grupo no YouTube. Com imagens e letras provocativas, a obra convida o espectador a pensar sobre as ideologias que manipulam a sociedade. 

O trabalho audiovisual faz parte do primeiro álbum da banda, intitulado "Epilogo I - O cotidiano", que tem o conceito de criticar comportamentos sociais baseados em vivências dos integrantes da Brujar. 

“Nós trazemos uma visão apolítica. Nós estamos cientes de tudo o que está acontecendo e tudo o que aconteceu”, explica o guitarrista e fundador da banda João Soüza.
O guitarrista lembra da responsabilidade de fazer uma arte que tem uma crítica social. “O que a gente procura é uma postura consciente para fazer críticas, seja para direita, esquerda ou centro. Por isso, somos apolíticos", completa.

Penso, logo existo 

Ao som das batidas de rock da canção, o vídeo de ‘Cogito Ergo Sum’ expressa as críticas sociais com imagens marcantes. Para desenvolver o tópico ‘religião’, a atriz Jéssica Manoela aparece com vestimentas que remetem ao culto de várias crenças, como o budismo e o catolicismo.
Uma mulher ruiva com trajes budistas
Representação da crítica a religião (foto: Reprodução/Brujar)

Já a ‘moda’ é usada para falar sobre o “mundo de aparências” e, também, criticar o machismo da sociedade. 
Uma revista que mostra duas interpretações de uma mulher usando uma roupa rosa: alegria e egoísmo
Representação da crítica a moda (foto: Reprodução/Brujar)

A crítica mais clara é contra a política. Entre paródias de conversas no whatsapp de políticos e animações que remetem aos seus seguidores, a banda aponta as problemáticas de acreditar cegamente em um político. 

A mensagem é clara: não importa se o político é de direita, esquerda ou centro, tenha um posicionamento crítico e esteja em alerta. 
Animação do ex-presidente Lula em uma roupa de presidiário e o presidente Bolsonaro como um palhaço 'bozo'
Representação da crítica a política (foto: Reprodução/Brujar)

O vídeo também faz várias referências ao filósofo e matemático francês René Descartes, que é o autor da frase “Cogito Ergo Sum” (Penso, logo existo, em tradução do latim para o português), que dá nome à canção. 

“O personagem central do clipe é Descartes. A letra procura, logo na primeira estrofe, que a deixe claro: ‘Razões aos meus porquês’. Porque dentro da linha filosófica de Descartes, a razão é o norte”, diz. 

"Nós também falamos sobre a dualidade: sim e não; direita e esquerda. Brasil com ‘s’ e Brazil com ‘z’”, completa. 

Na cena final, João conta que a roteirista do projeto, Bianca Rolff, amarrou as ideias. A atriz aparece com três vendas cobrindo seus olhos: uma escrito ‘status’, outra com ‘gnosis‘ e a última vazia. O frame em seguida é ela com uma balança que pesa o valor do conhecimento e uma quantidade de ‘likes’.

“O que a gente quis falar é que essa busca por likes, a vaidade, vale mais do que a busca pelo conhecimento. Não à toa que a cena a seguir é que o peso dos apetrechos sociais seja maior do que o livro”  

Uma mulher ruiva com uma balança que pesa um livro e um conjunto de 'likes' e uma venda nos olhos
Cena final do clipe que resume o conceito da música (foto: Reprodução/Brujar)




O dever social do rock


“O rock sempre faz crítica. Em essência, o rock deve ser apolítico. Se não, vira bajulador e perde o sentido”, comenta João. O guitarrista cita as bandas brasileiras O Rappa, e Charlie Brown Junior como exemplos de artistas que produzem um conteúdo de rock coerente.

“Esse é o papel social do rock: crítica, atitude e apoio”, completa o artista.

Rock e motociclismo

Lançada no Dia Nacional do Motociclista, em 2019, a música "Viver em extinção" homenageou os amantes do motociclismo, que são uma grande parte do público apoiador da banda. “Nós fomos abraçados pelos motociclistas muito antes de escrever a letra”, comenta João. 

A canção ganhou um clipe que, assim como os outros projetos da banda, tem uma mensagem. “Nós trouxemos um protagonismo feminino, que é uma primeira crítica a sociedade machista, e ela também é negra, o que faz a alusão de que todos nós somos iguais”, explica Soüza.  

Álbum conceitual 

Com 12 faixas totalmente autorais, o primeiro álbum da Brujar "Epílogo I - O Cotidiano". “Através da nossa própria linguagem, que é ácida, nós temos as narrativas”, comenta João. Segundo ele, cada canção do álbum se comunica com um público da banda, como o 'Viver em extinção' com os motociclitas.  

Para alguns apoiadores da banda, algumas faixas não serão novidades. Conforme João, algumas músicas autorais, como ‘Precisa-se’, já estavam sendo cantadas nas apresentações ao vivo do grupo e foram gravadas em estúdio para serem incluídas no disco.
 
Para completar o conceito, a tracklist segue uma linha estratégica: o álbum tem a estrutura de um artigo acadêmico, com ‘introdução’, ‘justificativa’, ‘desenvolvimento’ e ‘conclusão’. (Veja a tracklist no fim da matéria)

Apesar de ainda não ter uma data de lançamento concreta, o guitarrista explica que a banda desenvolveu uma estratégia de divulgação do álbum. “Vamos lançar single por single, depois um EP e, por fim, um álbum”.

Inicialmente, todas as artes do projeto serão publicadas exclusivamente no canal do YouTube da Brujar. As canções serão disponibilizadas em outras plataformas de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Music, após o lançamento do primeiro EP. 

Conheça a Brujar 

Após deixarem um grupo musical de Betim, em 2002, João e Bruno Santiago se uniram para formar uma nova banda, chamada ‘Vertikal’. Em 2005, com uma repaginada, o time de músicos recebeu o nome atual: Brujah, que é o título de um clã de vampiros da série de jogos de RPG ‘Vampire: The Masquerade’. 

O grupo precisou readaptar o nome porque uma banda norte-americana já havia patenteado, em 1982, o “Brujah”. Assim, os integrantes decidiram o ‘Brujar’, com a letra ‘R’ no final.  

A formação atual da Brujar trabalha junto desde 2013, sendo composta por Bruno Santiago, Paulo Sérgio, Robson Chuckson e João Soüza. 

Volta aos palcos 

A Brujar voltará a se apresentar ao vivo para grandes plateias em maio de 2022. A banda tem shows confirmados em Curvelo (MG), São Lourenço (MG), Búzios (RJ) e  Natal (RN).
 
Para conferir as datas, os interessados devem acessar as redes sociais da Brujar. 

Siga o grupo nas redes sociais:

YouTube 

Tracklist do álbum "Epilogo I - O Cotidiano": 

  • 1 - Assim como eu sou (Os Sonhos - Introdução)
  • Tema: Vida Conjugal
  • 2 - O Dia
  • Tema: Mudanças tecnológica dos tempos
  • 3 - Viver em Extinção
  • Tema: Motociclismo e Ostentação
  • 4 - Cogito Ergo Sum (As Manipulações - Justificativa)
  • Tema: As Manipulações
  • 5 - O Quanto Eu Lutei
  • Tema: Depressão
  • 6 - Gaya
  • Tema: Resposta da Mãe Natureza
  • 7 - A Vírgula e o Ponto Final
  • Tema: Relacionamentos
  • 8 - Precisa-se
  • Tema: As relações no Ambiente de Trabalho
  • 9 - Vivo ou Morto para Ter (As Esperanças - Desenvolvimento)
  • Tema: Desilusão Social
  • 10 - Desigual
  • Tema: Intolerância
  • 11 - Pros Outros Eu Não Existo Mais
  • Tema: Realidade de Migrantes frente à Comunidades
  • 12 - Cotidiano (O Ciclo da Vida - Conclusão)
  • Tema: Resumo de todas as canções e do nosso Cotidiano
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)