Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Elba Ramalho e Fagner fazem a "Festa" para Luiz Gonzaga



Acaba de chegar às plataformas digitais o álbum “Festa”, com o qual a paraibana Elba Ramalho e o cearense Fagner, além de reverenciar a obra do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989), o Gonzagão, celebram a decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de declarar o forró como patrimônio imaterial do país.





Com direção artística do multi-instrumentista Zé Américo, profundo conhecedor do universo musical nordestino, o disco de 12 faixas traz composições que ganharam registro na voz do homenageado, embora nem todas sejam de autoria do Rei do Baião.

O álbum marca também o lançamento do selo Bonus Track, braço fonográfico da empresa de entretenimento comandada pelo empresário Luiz Oscar Niemeyer.

Quando Elba surgiu na cena artística, no começo dos anos 1970, como participante do espetáculo “A feira”, protagonizado pelo grupo pernambucano Quinteto Violado, o repertório de Gonzaga já lhe era familiar.





Fagner, que se projetou nacionalmente no início da mesma década, após vencer um festival em Brasília, tomou conhecimento da obra do autor de “Asa Branca” ainda na infância, em Fortaleza. Já com a carreira consolidada, ambos se aproximaram do artista que se tornou símbolo da música do Nordeste.

Nascido em Orós, no interior do Ceará, Fagner gravou LPs com Luiz Gonzaga em 1984 e 1988 e fez alguns shows com o ídolo; enquanto a cantora de Campina Grande lançou os CDs “Elba canta Luiz” (2002) e “Cordas, Gonzaga e afins” (2015).

No entanto, o fato de ambos terem conhecimento do vasto acervo do mestre, em vez de facilitar a seleção das 12 canções que deram formato ao “Festa”, acabou sendo uma dificuldade. Por isso, a dupla precisou contar com o auxílio de Zé Américo.





Para compor o repertório foram escolhidos os clássicos “Danado de bom” (Luiz Gonzaga e João Silva), “Estrada de Canindé” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), “Vem morena” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), “O cheiro da Carolina” (Luiz Gonzaga e Amorim Roxo) e “Baião da Penha” (Guio de Moraes e David Nasser).

Mas há também composições menos conhecidas, apesar de importantes, entre as quais “Forró nº 1” (Cecéu), “Sanfona sentida” (Dominguinhos e Anastácia), “Facilita” (Luiz Ramalho) e a faixa que dá título ao disco, composta por Gonzaguinha (1945-1991).

Gravado nos estúdios Luni Áudio, no Recife, e Gigante de Pedra, no Rio de Janeiro, o álbum foi masterizado no Zap Studio e contou com a participação dos músicos Zé Américo (teclados e arranjos), Mestrinho (acordeom), Tostão Queiroga (bateria), Marcelo Martins (flauta, piccolo e pife), Fernando Fofão (baixo), Zapa Souza (guitarra) e Durval (percussão).




 
(foto: Marcos Hermes/Divulgação)
 

“FESTA”

  • Disco de Elba Ramalho e Fagner
  • Bonus Track
  • 12 faixas
  • Disponível nas plataformas digitais
 
Renato Teixeira regravou "Tocando em frente" com Fagner (foto: Carina Zaratin/divulgação)
 

Fagner e Renato Teixeira vão lançar “Naturezas” em março

Raimundo Fagner tem pronto outro álbum, gravado com um amigo de cinco décadas. “Naturezas” é a parceria fonográfica do cearense com o cantor e compositor paulista Renato Teixeira.
A dupla compôs oito músicas para este trabalho, cujo lançamento está previsto para março deste ano. Os cantores gravaram “Mucuripe”, um dos primeiros sucessos de Fagner, mas anunciaram que ainda não está totalmente certa sua inclusão no disco.
Outra canção também registrada por eles é “Tocando em frente”, sucesso de Teixeira em parceria com Almir Sater.
Entre as oito inéditas de “Naturezas”, a única em que há outros parceiros é “Eu só quero ser feliz”, na qual constam os nomes de Antônio Adolfo e Fausto Nilo.
A capa é assinada por Elifas Andreato, trazendo os perfis de Fagner e Teixeira em meio a colorida representação da natureza. (Agência Estado)