A pausa da pandemia foi o ensejo para Maurício Barros, tecladista e fundador do Barão Vermelho, uma das bandas mais importantes do rock brasileiro, concluir seu primeiro projeto solo, o álbum “Não tá fácil pra ninguém”, disponível nas plataformas digitais.
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O álbum solo era um plano antigo, mas sempre foi deixado de lado devido aos projetos que surgiam no caminho dele. As gravações ocorreram entre 2018 e 2021. Barros conta que chegou a registrar algum material no celular e a mixagem foi feita remotamente.
“A sonoridade deste disco é totalmente orgânica, sem deixar de ter preocupação com a unidade não só no som, mas nas letras e nas mensagens, para dizer o que eu queria neste momento”, afirma.
Das 10 faixas, duas são assinadas apenas por ele: “Como você está?” e “Não desista”. Além de Antunes e Fawcett, há parcerias do “Barão” com os letristas Mauro Santa Cecília e Rogério Batalha.
Convidado pelo carioca, o pernambucano Otto fez a letra e canta na faixa “Abra essa porta”.
“São pessoas que admiro, quis que participassem do projeto. Cheguei a mexer em algumas letras, porque tinha de acreditar no que eu estava cantando”, confessa Maurício.
As faixas trazem a participação de Dadi e Marcelinho Da Lua. Mauricio Negão (da banda de Ney Matogrosso) e Lourenço Monteiro (da banda de Marcelo D2) tocam em todas elas.
Para masterizar o álbum, Barros convidou o norte-americano Brian Lucey, que trabalhou com Elvis Costello, Liam Gallagher e Arctic Monkeys.
O resultado é um trabalho que passa por diversos estilos musicais sem perder o apelo pop, passeando por indie rock, blues, folk rock e maracatu.
“Não tá fácil pra ninguém”, parceria com Rogério Batalha, é um samba que inicialmente não estava no repertório. A ideia de incluí-lo veio quando Maurício pensou no título de seu disco solo.
É uma “cutucada” nos negacionistas, que rejeitam a vacina e questionam a própria pandemia da COVID-19. “Cansou de ver gente surtar/ por não confiar/ no que diz o doutor”, diz um trecho do samba.
A viagem sonora passa também pelo ska, na faixa “Já me sinto bem”, parceria do “Barão” com Bruno Levinson.
Compositor dos hits “Amor pra recomeçar”, “Por você” (ambas com Frejat e Mauro Santa Cecília) e “Puro êxtase” (com Guto Goffi), Maurício produziu os álbuns “Viva” (2019), do Barão Vermelho, e “Intimidade entre estranhos” (2008), de Roberto Frejat.
Além de cantar e compor, em seu disco solo ele atua como instrumentista, arranjador e produtor. “Se já tinha desempenhado todos aqueles trabalhos, por que não faria o mesmo no meu próprio álbum?”, comenta.
BARÕES DE REINVENTAM
Com 40 anos de estrada no Barão Vermelho, outros integrantes da banda têm se reinventado em carreiras solo. O baterista Guto Goffi, de 59 anos, lançou recentemente o livro de poemas “Quem alimenta quem”, com letras que fez para o grupo e para projetos individuais dele.
Já o baixista Rodrigo Santos, de 57, mandou para as plataformas digitais seu primeiro álbum solo acústico, “Simples”. Tanto Guto como Rodrigo cuidaram pessoalmente do projeto visual dos novos trabalhos.
* Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel (Com redação)
FAIXAS
“Alô Alô humanidade”
De Fausto Fawcett e Maurício Barros
“Mania”
De Bruna Beber, Maurício Barros e Mauro Santa Cecília
“Senti que dancei”
De Maurício Barros e Patrícia Polayne
“Como você está?”
De Maurício Barros
“A rua e eu”
De Gian Fabra e Maurício Barros
“Zanzando”
De Arnaldo Antunes e Maurício Barros
“Abra essa porta”
De Maurício Barros e Otto
“Não tá fácil pra ninguém”
De Maurício Barros e Rogério Batalha
“Já me sinto bem”
De Bruno Levinson e Maurício Barros
“Não desista”
De Maurício Barros
“NÃO TÁ FÁCIL PRA NINGUÉM”
Disco solo de Maurício Barros
10 faixas
Tratore
Disponível nas plataformas digitais