Um trabalho conceitual sobre o que nos aguarda no fim do universo. Assim é o disco “Antares”, recém-lançado pela cantora, compositora e atriz Yasmin Umbelino. O álbum de estreia dela chega às plataformas digitais acompanhado de livro digital homônimo e do clipe da canção “Tela a pele”, que já está no YouTube.
Mesclando sua experiência como atriz a seu mergulho musical e poético, Yasmin aposta na sonoridade do indie, do pop, do rock e da música brasileira. O lançamento é do selo Musa Lab – Laboratório de Ideias Musicais, criado por ela e pelo produtor Thiago Guedes, que assina arranjos, synths, drum machine e guitarra.
Yasmin explica que “Antares” expõe as próprias contradições dela. “Meu primeiro disco vem da reflexão sobre o fim do mundo metafórico. A sonoridade busca nos anos 1970, no rock progressivo e na eletrônica, uma forma de falar sobre o que a gente está vivendo”, comenta.
O título surgiu da principal estrela da constelação de Escorpião. “Fiz dessa estrela a minha Parsárgada pessoal. O disco é como se fosse uma viagem até ela, uma fuga da realidade tão absurda que estamos vivendo.”
Desde 2020, Yasmin e Thiago trabalharam o repertório no estúdio. “Temos construído isso juntos, só nós dois, devido à pandemia. Criamos sons, formas de explorar tanto o violino quanto a guitarra”, revela.
O livro, segundo Yasmin, é “uma dramaturgia poética sobre o álbum”. Ele está disponível no site da cantora https://www.yasminumbelino.com/
O álbum traz seis faixas autorais. “É curto, com apenas 16min50. Na verdade, poderia se enquadrar como EP, mas chamo de disco, porque acredito que ele tem princípio, meio e fim, conta uma história”, afirma, destacando os clipes das canções “Plexos” e “Tela a pele”.
Atriz, ela levou a experiência nas artes cênicas para a música. “Foi um mergulho mesmo, até de autodescobrimento das coisas que eu dava conta de fazer. A primeira música é um audiopoema sobre as coisas que me permeiam”, conta.
Já a canção “Paetês” é dançante. “É como se fosse uma festa de ano-novo, mas de destruição mesmo. É o que a gente faria se o fim do mundo fosse hoje, uma reflexão sobre isso. No meu caso, colocaria ‘Paetês’ para tocar e dançaria até o mundo acabar”, diz.
Para ela, o trabalho de estreia é como um “disco podcast”. “Queria jogar de forma irônica com a ideia da escuta rápida. Hoje, tudo é rápido. A tendência é de que, cada vez mais, os sons passem a ser desconexos e curtos. Mas e quando as informações são complexas? E quando há uma história muito maior envolvida? Como agimos?”, indaga.
Para Yasmin Ubelino, “Antares” significa tanto rota quanto ponto de fuga. “É para onde ir quando não há mais espaço nem ar para respirar fundo, quando há o sufoco na poeira dos dias. Mais que estrela distante, é um delírio”, afirma.
“ANTARES”
. Disco de Yasmin Umbelino
. Musa Lab
. Seis faixas
. Disponível nas plataformas digitais