Prontos para o casamento civil, Daiana (Cacau Protásio) e Júlio (Rafael Portugal) chegam ao cartório. Só que não contavam com a fila enorme em que se misturam aqueles que iriam se casar, os que queriam tirar atestado de óbito e os que estavam lá para alguma burocracia. Depois de muita espera, o casamento acontece – rápido, sem graça e com uma juíza que não lhes deu tempo nem de falar os votos.
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O tema de “Juntos e enrolados” vem sendo explorado na produção recente de Cacau para o cinema. Em sua primeira protagonista, a cabeleireira Neide de “A sogra perfeita” (2020), ela teve de encontrar uma nora para o filho e, assim, conseguir a sonhada liberdade.
Mais recentemente, foi novamente sogra, a umbandista Regina de “Amarração do amor” (2021), cujo filho está para se casar com uma judia.
As diferenças são também o ponto de fricção da nova comédia. Daiana é mandona e resolvida, enquanto Júlio, que ganhou o infame apelido de Perereca no dia do quase afogamento, é fraco, dominado por outras mulheres – a mãe e a ex-noiva.
É justamente a mensagem da ex, Melissa (Emanuelle Araújo), já na hora da cerimônia, que detona a confusão. Daiana não pensa duas vezes e anuncia aos convidados que não haverá casamento, mas a festa vai continuar – será uma celebração de divórcio.
Porém, a graça está mesmo no time de coadjuvantes. Os destaques vão para Evelyn Castro e Fábio de Luca, a dupla de atores do Porta dos Fundos (também a “casa” do codiretor Rodrigo van Derput). Os dois fazem os melhores amigos dos noivos e, como boas “escadas”, roubam a cena.
COM A PEGADA DE TATÁ
Ela é Suzie, alçada ao posto de cerimonialista do casó- rio. Ele é Carlos Mário, o ombro que vai consolar Júlio quando o casamento for desfeito. Com timing que lembra muito o de Tatá Werneck, Evelyn Castro consegue arrancar risos da plateia.O elenco ainda traz muitos veteranos, a começar por Berta Loran, que chega aos 96 anos em março, passando por Fafy Siqueira, Tony Tornado e Neusa Borges. O time, diverso e representativo, acaba desperdiçado em uma comédia que tenta muito, mas não decola.
“JUNTOS E ENROLADOS”
(Brasil, 2022, 94min, de Eduardo Vaisman e Rodrigo van Der Put, com Cacau Protásio, Rafael Portugal e Evelyn Castro) – Estreia hoje (13/1). BH 6, às 15h10, 17h40, 19h55 e 22h10 (exceto sábado e domingo) e 14h40, 17h30, 19h50 e 22h10 (sábado e domingo). Boulevard 5, às 17h20, 19h20 e 21h20. Cidade 5, às 13h, 15h, 17h, 19h e 21h. Contagem 6, às 13h15, 15h15, 17h15, 19h15 e 21h15. Del Rey 5, às 13h15, 17h15, 19h15 e 21h15. Diamond 4, às 19h30 e 21h50. Estação 6, às 17h, 19h15 (exceto sábado e domingo) e 21h30. Itaupower 3, às 13h15, 17h10, 19h10 e 21h10. Minas 6, às 13h10, 17h10, 19h10 e 21h10. Monte Carmo 1, às 15h, 17h, 19h e 21h. Pátio 2, às 13h (sábado e domingo), 14h50 (exceto sábado e domingo), 15h15 (sábado e domingo), 17h30, 19h45 e 22h. Via Shopping 1, às 17h05, 19h05 e 21h05.
TRÊS PERGUNTAS PARA
CACAU PROTÁSIO/ATRIZ
O elenco traz vários atores de diferentes escolas e gerações. Como foi o clima no set?
Foi um presente. A gente ria muito, porque eles tinham histórias maravilhosas e tínhamos prazer de ouvir. O set era divertido porque eles são engraçados, piadistas e generosos ao mesmo tempo. Eles são sacanas demais, então foi muito bom!
No final de 2019, você sofreu ataques racistas após filmar sequência de “Juntos e enrolados” em um quartel do Corpo de Bombeiros (um bombeiro teria divulgado áudio com ofensas à comediante). O quanto histórias como essa machucam você?
Quando era nova, eu tinha o sonho de ser bombeira e por isso fiquei muito feliz com o papel. Foi muito difícil no decorrer do filme (os ataques virtuais), pensei em parar de rodar. Mas, na minha casa, pensei: sim, eu iria fazer o filme por mim, por todas as mulheres, por todas as negras, por todas as gordas e por todo o meu trabalho. Eu não mereço isso. Foi muito desafiador por todos os motivos, mas hoje em dia vejo que valeu muito a pena! Os pretos e as mulheres pretas são vítimas de preconceito todos os dias. A estatística não mente.
Terezinha é um dos personagens marcantes do “Vai que cola”. O que a personagem representa para você e como foi voltar ao set sem o Paulo Gustavo?
Ela é tão intensa, mulherão, maravilhosa... Só sei que amo essa mulher escandalosa. (Sentimos) Um vazio enorme, uma tristeza sem fim, coração dilacerado, mas fizemos e voltamos por vocês (o público) e por ele, já que o Paulo Gustavo mostrou que rir é um ato de muita resistência.