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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Mostra exibe curtas criativos, baratos e filmados durante a pandemia

Programação on-line e sessões presenciais no Cine Humberto Mauro reúnem 48 filmes contemplados pelo 7º Prêmio BDMG Cultural/ Fundação Clóvis Salgado


14/01/2022 04:00 - atualizado 14/01/2022 09:19

Duas mulheres sentadas à mesa, sobre a qual há um prato com bananas e garrafa de água, no curta Boa sorte até breve
Nesta sexta (14/1), "Boa sorte até breve", curta dirigido por Bruna Schelb Corrêa, será exibido no Cine Humberto Mauro (foto: FCS/BDMG/divulgação)

O Cine Humberto Mauro recebe, a partir desta sexta-feira (14/1), a mostra “Cinema e (Re)Invenções”, que reúne os vencedores do 7º Prêmio BDMG Cultural/ Fundação Clóvis Salgado (FCS) de curta-metragem de baixo orçamento.

Até o próximo dia 20, serão exibidos 48 curtas: os 20 contemplados nesta edição do prêmio, os oito suplentes que receberam menção honrosa e os 20 premiados na sexta edição, exibidos anteriormente apenas no formato on-line, por causa da pandemia.

“Estamos trazendo os premiados na última edição para que possam ser vistos na tela do cinema, porque ali eles ganham outra dimensão, é outra experiência estética”, explica Bruno Hilário, coordenador-geral da mostra e gerente de cinema da Fundação Clóvis Salgado.

MUDANÇA "PANDÊMICA"

A programação é possível devido à mudança a partir da sexta edição do prêmio, que, conforme Bruno, veio atender a questões atuais, ligadas à pandemia. “Antes, a gente premiava quatro projetos de roteiro, que ganhavam o suporte da Fundação Clóvis Salgado e do BDMG Cultural para sair do papel. Agora premiamos curtas produzidos em situação caseira. Recebemos os filmes prontos e escolhemos os 20 melhores. Há, então, relação clara e óbvia de diálogo com o desafio de fazer cinema numa situação tão atípica como a da COVID-19”, destaca.

Como efeito positivo dessa nova configuração, Hilário aponta o surgimento de narrativas interessantes, trazendo frescor à linguagem audiovisual. De acordo com ele, os títulos se deslocam do lugar mais automatizado da imagem para o terreno da inventividade, o que abarca forma e conteúdo.

“Desde 2013, o prêmio teve a característica de dialogar com o cinema de invenção. Com o cenário de pandemia, começamos a pensar como o baixo orçamento poderia incidir na estética dos filmes, do ponto de vista da inventividade. Com o tempo de engajamento que o prêmio estimulou, a gente chegou num lugar incrível, em que é possível ver como a persistência da produção mineira trouxe narrativas realmente inovadoras”, aponta Hilário.

A comissão de seleção reuniu a cineasta e roteirista Ana Carolina Soares (BH), a diretora criativa, curadora e consultora de projetos Grazi Medrado (BH) e o diretor e produtor Marco Antônio Pereira (Cordisburgo).

A programação se divide em cinco eixos temáticos, cunhados pela estudante de cinema convidada Marina Lamas. “A experiência do prêmio não se resume a premiar os filmes, a gente garante a exibição deles, devolvendo-os à comunidade com atividades formativas, o que explica o convite a Marina. Ela organizou os eixos temáticos, com a gente coordenando”, diz Hilário.

Homem usando máscara empurra carro de madeira no passeio, em frente a parede grafitada, no filme Maloca
''Maloca'', de Carolina Fonseca, Daniela Vargas e Jackson Faeda, é um dos curtas premiados (foto: FCS/BDMG/divulgação)

DIÁLOGO E CONEXÃO

 A organização por programas busca oferecer uma linha de diálogo clara entre os filmes. “Cinema cartógrafo” traz obras que abordam a relação entre a cidade e os corpos que a ocupam. “Presente embaraçado” trabalha a ideia do tempo e da memória. “Ensaios para o imprevisto” reúne curtas que aparentemente se guiam pelo imprevisto, mas com fagulhas inventivas da criação de narrativas. “Cânticos de parir-partir-partejar” foca imagens recorrentes de nascimento e morte nestes tempos pandêmicos. O quinto programa, “Trato gestual”, lida com a comunicação nos dias atuais.

As cinco sessões de curtas premiados terão debates com os diretores. Entre as atividades complementares está o curso Cinema de invenção, sobre práticas comunitárias de realização. Em formato digital, ele terá duração de três horas e será ministrado por Leandro Wenceslau, mestre em artes, com experiência em direção, produção, edição e roteirização.


MOSTRA CINEMA E (RE)INVENÇÕES

Até 20 de janeiro. Cine Humberto Mauro (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro), com entrada franca. On-line: canal da FCS no YouTube e plataforma CineHumbertoMauroMAIS. Programação completa: https://fcs.mg.gov.br/
 

NESTA SEXTA (14/1)

16h: “Olhos de erê”, de Bruno Vasconcelos e Luan Manzo; “O elixir”, de Marina Sandim e Lucas Campolina; “Eu acho que não quero voltar pra casa”, de Marcela Santos; “Colhia o tempo que nem laranja no pé”, de Layla Braz; “Instantes”, de Denise Flores.

17h30: “Dois”, de Guilherme Jardim e Vinícius Fockiss; “Até depois do fim do mundo”, de Bruna Maynart; “Determino coragem, coragem”, de Cristiano Araújo e André Victor; “Método”, de Inês Peixoto; “Buraco de afundar”, do Coletivo Tarda.

19h: “Controle de tráfego”, de Jackson Abacatu; “Ramal”, de Higor Gomes; “Sinal vermelho”, de  Jhon Hebert Cardoso; “Maloca”, de Carolina Fonseca, Daniela Vargas e Jackson Faeda; “Betha Ville”, de Maria Clara Almeida.

20h15: “Ácaros”, de Samuel Marotta; “Boa sorte até breve”, de Bruna Schelb Corrêa; “As novas aventuras de dona Nirvana”, de Dolores Guión; “Procura-se Indianara”, de Mayra Santos.

Sessões presenciais no Cine Humberto Mauro







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