Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Compositor baiano Luiz Caldas lança o disco de rock ''From dawn to dusk''

 
Multi-instrumentista, cantor e compositor, o baiano Luiz Caldas passeia por todos os estilos. Já gravou axé, MPB, samba, valsa, choro, forró e instrumental. Agora chegou a vez do rock em “From dawn to dusk”, álbum com 10 faixas que já está nas plataformas digitais.




 
 
Cantado em inglês, o repertório é totalmente autoral, composto por Caldas em parceria com o educador e letrista Eduardo Lubisco. Oito músicas são no estilo “bom e velho rock and roll”. Há duas baladas, “In all my dreams, Johnny Boy” e “To you my kid”, além das “pesadas” “Nothing to square” e “Back home”, com destaque para solos de guitarra.

CREEDENCE E ROD STEWART

O projeto remete aos anos 1960 e 1970. “A ideia nasceu por causa de uns vídeos. Vi o do inglês Rod Stewart cantando com uma banda jovem superbacana, na qual uma menina tocava um violão descolado”, conta Caldas. Ele é fã da voz “meio rasgada” de Rod, que o faz se lembrar de John Fogerty, líder da banda Creedence Clearwater Revival.

O amigo Eduardo Lubisco escreveu as 10 letras, todas em inglês. “Ele é da cena rock and roll e juntos decidimos gravar o disco. Fui passando para ele o que estava pensando para cada canção. Tipo: nesta, quero falar de um cara que já está chutando o balde e não está a fim de mais nada.”, conta Luiz.





A dupla construiu o repertório e a sonoridade do disco com o apoio de outros músicos. O tecladista Luciano Leães é um deles. “'Ele toca mesmo, não é sampleado', me disse o Eduardo. Nada contra sampler, claro, mas ter o som de um piano acústico e de um órgão Hammond original é muito legal. O Luciano adorou a ideia de trabalhar conosco”, relembra o baiano.

No início, Luiz mandou apenas as bases para os parceiros do projeto. “As melodias estavam em segredo, porque eu e Eduardo ainda estávamos compondo”, revela. Graças a isso, todo mundo pode contribuir para as faixas. “Foi uma construção feita por várias cabeças. Fiquei muito feliz com o resultado, com a sonoridade também”, diz, lembrando que Marcelo Machado, seu velho companheiro, caprichou na mixagem e masterização.

A maior parte do disco foi gravada em Salvador, no estúdio de Caldas. Gaúcho, Luciano gravou em seu próprio estúdio, no Sul. Participaram do projeto o baixista e guitarrista Mäul Beisl, o cantor Paulinho Caldas, irmão de Luiz, e o sobrinho dele, Yuri, “que gosta de rock e tem uma voz aguda, muito bonita”.





“From dawn to dusk” foi realizado há algum tempo, entre os vários shows do artista. “Não tinha como eu parar para estar no estúdio com a frequência que gostaria. Mas deu certo, pois a coisa anda rápido e legal quando o mutirão é formado por pessoas que gostam do que estão fazendo”, diz ele.

Conhecido como precursor do axé, há vários anos Luiz vem lançando discos conceituais – o “roqueiro” é o 118º título do projeto. Mas não há um preferido, entre álbuns que revelam seu universo multifacetado.

“Não gosto muito da ideia de eleger apenas um. A ideia é enriquecer o projeto todo, que passa da valsa ao rock, samba, chorinho e rock. O resultado vem sendo o mais satisfatório possível. Inclusive, alguns sites já entraram em contato com a minha produtora, além de uma revista do Reino Unido, que é extremamente rock and roll”, diz.




PAI DE TODOS 

Luiz Caldas diz que cada álbum deve percorrer o próprio caminho. “Se ele for forte como o ‘Sambadeiras’, indicado para o Grammy em 2021, sobressairá. Então, não atrapalho o caminho de nenhum deles. Pelo contrário, estou aqui como pai para cuidar da melhor forma possível de todos”, explica.

A inspiração veio dos mestres – Beatles e Rolling Stones, entre eles. Além de Creedence e Rod Stewart. “Para fazer as baladas, ouvi muito Elton John e a banda inglesa Procol Harum”, revela.

(foto: Reprodução)

“FROM DAWN TO DUSK”

Disco de Luiz Caldas
10 faixas
Disponível nas plataformas digitais

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