“Minhas raízes estão aqui em Minas. Minha família é toda mineira: avós, pais, marido, há toda uma relação com o povo mineiro, que sempre me recebeu muito bem!”, afirmou Elza Soares ao receber o título de Cidadã Honorária de BH, em 2019. A cantora morreu nesta quinta-feira (20/1), aos 91 anos, de causas naturais, no Rio de Janeiro.
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Ao lançar o disco “Planeta Fome”, em 2019, declarou ao Estado de Minas: “O Brasil está resfriado e é necessário que o povo dê um xarope a ele para que a gripe passe. Tudo passa e essa gripe vai passar também. Tudo depende de nós, do povo, que não pode ficar dormindo, pois se ficarmos de braços cruzados, essa gripe acaba virando pneumonia.”
Artista engajada, atenta a problemas sociais como o racismo, o feminicídio, a violência e a exclusão social, Elza avisou: “Continuamos vivendo na fome. Nada mudou. Está tudo aí, basta só olhar. Infelizmente, a fome ainda é um fato contemporâneo e ninguém faz nada para mudar isso”.
A cidadã honorária de BH afirmou, na cerimônia na Câmara Municipal de BH, ao receber o título por proposta do vereador Gilson Reis: “O Brasil é o meu lugar de fala”.
Em 2016, Elza encerrou a programação da Virada Cultural 2016 de Belo Horizonte, na Praça da Estação. A multidão a ovacionou, assim como ocorrera em show no Sesc Palladium, meses antes. “Maria da Vila Matilde”, gravada por ela em 2015, foi cantada com emoção pela artista e pela plateia: “Cadê meu celular?/ Eu vou ligar pro 180/ Vou entregar teu nome/ E explicar meu endereço/ Aqui você não entra mais/ Eu digo que não te conheço/ E jogo água fervendo/ Se você se aventurar”, diz a canção, recado visceral para os machistas, abusadores e assediadores sexuais.