Era uma tarde de verão, mais exatamente 3 de março de 2016, quando estive no apartamento de Elza Soares, em Copacabana, no Rio. Lembro-me bem da data, pois, na manhã daquele dia muito triste para mim, minha tia Aurita fora enterrada. Acompanhei um amigo querido, colega de longa data de um funcionário da grande cantora. Estava meio sem graça, mas fui assim mesmo.
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Quando entramos na ampla sala do apartamento, Elza estava confortavelmente sentada com os pés apoiados num banquinho. “Olha, gente, não vou me levantar, não, pois estou na minha casa!”, disse como se fôssemos velhos conhecidos. Naquele momento, ela assistia, na televisão gigante, a uma partida de basquete entre equipes norte-americanas, num canal a cabo. Confesso que preferi contemplar o mar da janela do quarto andar.
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Ficamos ali algum tempo, e hoje só me arrependo de um detalhe. Como se tratava de uma visita, ninguém fez foto com o celular, embora aquele momento tão especial merecesse ser registrado. Mas está gravado na lembrança, com os votos de que Elza Soares, que tem “ares” no sobrenome, (en)cante e fique encantada bem lá no céu. Vai com Deus! E com as bênçãos de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, celebrado ontem e poderoso contra a fome, a peste e a guerra.