Promovido pela banda Black Machine, o festival Black na Live destaca artistas da música negra em BH e região metropolitana. A programação vai de hoje (24/1) a sexta-feira (28/1), no YouTube, sempre às 20h.
“O projeto mostra que tem muita gente boa escondida por aí, fora da grande mídia principalmente, mas fora até da mídia local”, comenta.
DESCENTRALIZAÇÃO DA CULTURA
Dez músicos da capital e da Grande BH foram selecionados pelo Black na Live, que se propõe a descentralizar as atividades culturais, priorizando favelas e comunidades.
Desde 2017, a Black Machine estimula artistas da periferia a registrarem suas próprias letras e melodias. A gravação das canções é produzida por integrantes da banda.
Walner Lucas destaca a singularidade dos talentos da edição 2022. Aponta o exemplo de Ohana, “que além de escrever muito bem, tem uma voz linda e cria melodias muito legais.” O tecladista ficou impressionado com o violão de MC Cris da Serra e com as letras de Sheruba Déluz.
“Na música do Marcos Fiote, pude citar o Marku Ribas no arranjo. Foi muito legal citar esse artista mineiro de quem a gente tem muito orgulho”, diz Lucas.
Roberta Prochnow, produtora-executiva do projeto, conta que houve muitos desafios desde a primeira edição do festival. Ele se chamava Black na Laje e era realizado sem patrocinadores e apoio público. A edição deste ano foi viabilizada pela lei de incentivo cultural de BH.
A partir de 2020, com a chegada da pandemia, o formato mudou. Em vez de shows presenciais nas comunidades, os músicos se apresentam em vídeos e clipes disponibilizados na internet. Este ano, coletânea digital com 10 faixas dos participantes será lançada em fevereiro gravadas na Galeria Resistor, na Zona Leste da capital.
A próxima atração será o projeto Elas na Live, com seleção prevista para março, destacando autoras de comunidades dedicadas à música autoral.
“Antes, sempre havia apenas uma, duas mulheres no projeto. Agora tivemos 10, 12. As mulheres estão ganhando espaço na marra, no soco, e entrando no mundo fechado dos MCs e rappers”, diz Roberta Prochnow.
SOUL À MODA MINEIRA
Criada em 2008, a Black Machine empresta sua pegada mineira ao funk e ao soul, entre outras vertentes da música negra. Inicialmente, o grupo se apresentava no circuito tradicional de BH, buscando recursos para manter sua estrutura, com 11 músicos. “Em certo momento, pensamos: precisamos ir para a favela. Nosso público está lá!”, recorda Walner Lucas.A atual formação reúne Valnei Fernandes (vocais), Walner Lucas (teclados), Caio Valente (contrabaixo), Rafael Carneiro (guitarra), Arthur Rezende (bateria), Skilo Debien (percussão), DJ Mestre Lau (pickups), Tiago Ramos (sax-barítono), Juventino Dias (trompete), Danillo Mendonça (trombone) e Jonas Vitor (sax-tenor).
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
FESTIVAL BLACK NA LIVE
Às 20h, no canal da banda Black Machine no YouTube
» Hoje (24/1)
Mist Kiila e Marcos Fiote
» Terça (25/1)
Rick Silva e MC Cris da Serra
» Quarta (26/1)
Durães e Sheruba Déluz
» Quinta (27/1)
Mano Will e Ohana
» Sexta (28/1)
Azizi MC e Graziê