No ano passado, o trio instrumental Crio – formado por Christiano Caldas (piano), Kiko Mitre (baixo) e Lincoln Cheib (bateria) – convocou o cantor e guitarrista Cláudio Venturini, da banda 14 Bis, para participação especial no show que faria em um bar. A ideia era que o convidado dividisse com o grupo cinco ou seis músicas, mas, diante da boa recepção do público, acabou apresentando 12. A bem-sucedida experiência vai se repetir nesta quinta-feira (27/1), às 19h30, quando Cláudio Venturini e Crio dividem o palco do auditório do Memorial Vale, que retoma, aos poucos, a agenda presencial.
O repertório traz músicas que marcaram a trajetória do 14 Bis e sucessos do Clube da Esquina, que em 2022 está no foco de diversas celebrações por conta do cinquentenário de lançamento de seu álbum inaugural.
Esta noite, o público poderá conferir músicas como “Caçador de mim”, sucesso de Milton Nascimento, “Noites com sol”, hit de Flávio Venturini, “Todo azul do mar”, outro sucesso de Flávio, “Sonhando o futuro”, do repertório do 14 Bis, “Linda juventude”, hit do 14 Bis, e “Cravo e canela”, faixa que Milton Nascimento gravou no disco “Clube da Esquina”.
'OUTRA CARA'
As canções ganharam nova feição com os arranjos jazzísticos do Crio. “É muito legal. São músicas que você já está acostumado a fazer há muito tempo e, de repente, ganham outra cara. Me divirto com isso”, diz Cláudio, sem economizar elogios ao trio instrumental.
O guitarrista do 14 Bis só lamenta a redução pela metade do público no auditório do Memorial Vale, medida de segurança devido ao avanço da variante ômicron do novo coronavírus. Apenas 44 ingressos serão disponibilizados.
“Estamos de novo às voltas com esse problema. Seis shows que o 14 Bis tinha agendado agora para janeiro caíram ou tiveram de ser adiados. A gente já estava com medo dessa apresentação com o Crio também não acontecer, mas o Memorial Vale optou por manter a agenda com número limitado de ingressos”, aponta.
Cláudio lembra que o 14 Bis foi o segundo grupo a se apresentar no Grande Teatro do Palácio das Artes após a reabertura, no ano passado. Na sequência, a banda fez shows em Porto Alegre, cidades do interior de Minas e Belo Horizonte – um deles no restaurante Maria das Tranças, com casa cheia.
REFLEXOS DA PANDEMIA
Com a virada do ano e o aumento de casos da COVID-19, a agenda, que vinha aquecida, retraiu novamente.
“A gente tinha dois shows no Rio de Janeiro, com ingressos esgotados, que tiveram de ser adiados, além da apresentação com o Beto Guedes em Vitória, que foi jogada para maio. Estamos empurrando tudo um pouco para a frente. O que a gente vê agora é reflexo das festividades de Natal e réveillon. Então, se as pessoas não resolverem fazer carnaval, a expectativa é de que a partir de março a gente possa retomar a agenda regular de shows”, confia.
Passado o “divertimento” com o Crio, Venturini diz que o foco para 2022 deve ser o desenvolvimento de alguns projetos com o 14 Bis. “Queremos completar o ciclo de shows de lançamento do ‘Acústico ao vivo’ (que estreou em 2020), pois, por conta da chegada da pandemia, não tocamos em muitas capitais. Nordeste, por exemplo, a gente não fez.”
Outro projeto é a gravação de um álbum de inéditas e a nova turnê, em formato acústico, mas com reforço orquestral. “A ideia é convidar orquestras das cidades por onde a gente passar. Já fizemos isso antes e tem grande apelo de público, porque o resultado é muito bonito”, destaca.
CRIO E CLÁUDIO VENTURINI
Nesta quinta-feira (27/1), às 19h30, no auditório do Memorial Vale. Praça da Liberdade, 640, Lourdes. Informações: (31) 3308-4000. Entrada franca. Retirada de ingressos a partir das 18h30. Cada pessoa tem direito a um par.