Um dos fundadores da banda Hanói-Hanói, Arnaldo Brandão chega à capital mineira para fazer o show de lançamento do álbum “Brandão psicopop” (Plano D), no espaço Mullingan's, neste sábado (29/1) à noite. Os gaúchos Sady Homrich (bateria) e Estevão Camargo (baixo), integrantes da Nenhum de Nós, Visso Lana, vocalista da Senhor Kalota, e o cantor, compositor e guitarrista Aldrin Gandra são os convidados dele. A banda Rockstrela abre o show.
De tarde, dois livros serão lançados No pub: “Coisas do coração”, de Kika Seixas (veja matéria na página 3), e “Hippie hop”, do compositor, poeta, escritor e jornalista carioca Tavinho Paes, parceiro de Arnaldo.ISOLAMENTO
A pandemia obrigou Arnaldo Brandão a adiar os planos de lançar “Psicopop”. “O isolamento social atrapalhou tudo. Ainda mais porque eu tinha despesas com o estúdio, onde há três salas de ensaio e duas de gravação. Não foi fácil continuar sustentando os funcionários, mesmo fazendo acordo com eles”, afirma. O álbum foi gravado neste estúdio, que fica em Botafogo, no Rio de Janeiro.
“Meu disco mostra muita vontade de viver, a alegria feroz de viver, apesar de todos os problemas do mundo”, afirma o cantor e compositor. “Nesse caso, como já dizia o poeta, a alegria é a prova dos nove.”
Com 10 faixas autorais, o trabalho sai pelo selo Plano D, criado por ele. “Em 2019, lancei três singles-clipes que fazem parte do disco: ‘Na encruzilhada’, ‘A falange do cavalo branco e ‘A moda é a mãe da morte do estilo’. Os shows começariam em abril de 2020, mas parou tudo”, lamenta.
Fausto Fawcett e a banda carioca Leela, da qual seu filho Rodrigo Brandão faz parte, participam do novo álbum. “Também chamei o Gabriel Paes, filho do meu parceiro Tavinho, que fez beatbox em uma das canções”, conta.
Feliz em voltar ao palco, ele diz que o repertório do show de hoje terá as canções dele e outras do Hanói-Hanói. “Acho que a galera vai gostar disso”, comenta.
Primeiramente, Arnaldo se apresenta com o violão. “Depois vou convidar o baterista Fabiano Matos e a baixista Tamara, dois músicos do Rio de Janeiro, para tocar comigo. Isso para fazer uma parte mais elétrica, vamos assim dizer”, adianta.
“Teremos algumas participações especiais. Vou chamar também o meu parceiro Tavinho Paes para declamar poemas. Será um show intimista”, diz Arnaldo.
O recrudescimento da COVID-19 preocupa o artista. “Espero que as coisas não parem novamente, porque seria muito complicado. Vamos ver se passa a onda da variante ômicron, que está assolando o mundo inteiro, para podermos divulgar o disco.” Ele já tem mais três singles-clipes prontos. “Por enquanto, estou no compasso de espera.”
O carioca Arnaldo Brandão, de 71 anos, tem longa história na MPB e no pop nacional. Nos anos 1970, tocou na The Bubbles, que depois virou A Bolha, e participou de A Outra Banda da Terra ao lado de Caetano Veloso e Vinícius Cantuária.
BRYLHO E HANÓI-HANÓI
Na década de 1980, Brandão formou a Banda Brylho com Cláudio Zoli, e depois o Hanói-Hanói, com o guitarrista mineiro Affonsinho.
Arnaldo acompanhou Raul Seixas (1945-1989) e Luiz Melodia (1951-2017), entre outros artistas. Tem parcerias com Cazuza (1958-1990), Lobão e Tavinho Paes.
Como baixista, o carioca foi um dos precursores da técnica do slap no Brasil. “Totalmente demais”, “Cheira confusão”, “Fausto Brasil”, “Felicidade zen” e “Algumas mulheres” são algumas das canções que compôs.
“BRANDÃO PSICOPOP”
.Disco de Arnaldo Brandão
.Plano D
.10 faixas
.Disponível nas plataformas digitais
.Show de lançamento neste sábado (29/1), às 20h50, no espaço Mulligan’s, Rua Pium-í, 736, Carmo. Ingressos: R$ 60, à venda no site Sympla
REPERTÓRIO
“NA ENCRUZILHADA”
“A FALANGE DO CAVALO BRANCO”
“A MODA É A MÃE DA MORTE DO ESTILO”
“SEM RECLAMAR”
“MEU EGO É SEU”
“QUEBRA CABEÇA”
“LIBEROU GERAL”
“LUCIANA IN THE SKY”
“PSICOPOP”
“COLISEU”