Realizada de 11 a 18 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna comemora seu centenário, mobilizando as atenções neste mês. Hoje (7/2), o jornalista e escritor mineiro Ruy Castro deve causar polêmica – tão a gosto dos modernistas – em sua participação no “Roda viva”, às 22h, na TV Cultura, com transmissão pela Rede Minas. Para Castro, a Semana não foi tão revolucionária assim, como apregoam os paulistas.
Segundo ele, os pioneiros modernistas que, no primeiro momento, atacaram a Academia Brasileira de Letras e seu conservadorismo não demoraram a se render a ela – leia-se Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida e Menotti Del Picchia. Oswald de Andrade até inscreveu seu livro “A estrela do absinto” no prêmio da ABL, afirma o jornalista.
Pesquisador respeitado da cultura brasileira, Ruy Castro reduz a Semana de 22 a evento paulista, defendendo a tese de que moderno mesmo, naqueles anos 1920, era o Rio de Janeiro. Inclusive, dois elogiados livros dele, “As vozes da metrópole” e “Metrópole à beira-mar”, mostram o vanguardismo carioca.Ruy lançou outra provocação à Pauliceia: diz ele que a Semana só saiu porque foi organizada por um carioca, Di Cavalcanti.
Além do “Roda viva”, a TV Cultura, mantida pelo governo de São Paulo, anuncia várias atrações ligadas ao marco do modernismo. Na sexta (11/2), a série “22 cem anos depois”, de Miguel de Almeida, terá 22 documentários de dois minutos e meio inseridos na programação. Domingo (13/2), às 22h30, será exibido o filme “Macunaíma”, do diretor Joaquim Pedro de Andrade.