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Estado de Minas A POLÊMICA CONTINUA

Spotify remove programas de Joe Rogan por conteúdo racista

Apresentador se desculpou depois que ao menos 70 edições do podcast ''The Joe Rogan Experience'' foram retiradas da plataforma, no fim de semana passado


09/02/2022 04:00 - atualizado 09/02/2022 03:12

De terno e fone de ouvido, em frente a tela de computador, Joe Rogan faz careta
O apresentador é também comediante e comentarista de lutas de UFC (foto: Douglas P. DeFelice / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

O CEO do Spotify,  Daniel Ek, confirmou que vários episódios do podcast “The Joe Rogan Experience” foram retirados da plataforma no último fim de semana, devido ao fato de apresentarem declarações racistas. No entanto, Ek defendeu a manutenção de Rogan na plataforma, embora tenha "condenado" alguns de seus comentários, em e-mail enviado aos funcionários do serviço de música.

"Condeno energicamente as declarações de Joe e apoio a decisão de retirar os episódios da plataforma", disse, mas afirmou também não acreditar que "isolar o comentarista no silêncio" seja a resposta. 

O comediante Joe Rogan tem um contrato estimado em US$ 100 milhões com o Spotify. Segundo o New York Times, 70 episódios foram apagados e em alguns deles Rogan usou expressões racistas, incluindo o termo considerado mais ofensivo na língua inglesa para se referir a afrodescendentes.

No sábado passado (5/2), Rogan pediu desculpas, mas negou ter usado a expressão para se referir a pessoas negras em um contexto racista. "Nunca a usei para ser racista, porque não sou racista", disse. "Minhas mais sinceras e humildes desculpas", disse ele em uma publicação de quase seis minutos no Instagram, observando que foi "a coisa mais lamentável e vergonhosa” que teve que “expressar publicamente".

A polêmica com o podcast de Joe Rogan começou quando Neil Young fez um ultimato ao Spotify, para que retirasse do ar o podcast do apresentador, por conter desinformação sobre a COVID-19 e fazer campanha contra a vacinação.

A plataforma decidiu manter Rogan, e Neil Young retirou seu catálogo musical do Spotify, tendo sido seguido no gesto pela canadense Joni Mitchell. 

UÍSQUE NA MÃO

"The Joe Rogan Experience" é transmitido exclusivamente no Spotify desde 2020 e atrai em média 11 milhões de ouvintes por episódio. No podcast, o apresentador de 54 anos, muitas vezes com um copo de uísque na mão, conversa informalmente por duas ou três horas com um convidado sobre temas tão variados quanto discos voadores, drogas psicodélicas, carne vermelha ou fitness, escorregando em palavrões aqui e ali, como durante uma conversa entre amigos.

Rogan já era conhecido, quando iniciou seu programa, em 2009, por sua carreira como comediante, protagonista de séries de televisão, apresentador do reality show “Fear factor” e comentarista de combate de artes marciais.

Personalidades de todas as esferas da vida pública se apresentaram na frente de seu microfone. Em 12 anos, recebeu quase mil convidados – 88% homens, segundo o site JRELibrary, entre eles o fundador da Tesla, Elon Musk, que fumava um baseado no set; Edward Snowden, o ex-analista da NSA que divulgou documentos secretos sobre os programas de espionagem dos EUA; e o cineasta Oliver Stone.

Rogan também deu voz aos céticos das mudanças climáticas, ao teórico da conspiração Alex Jones e, desde o início da pandemia, a figuras do movimento antivacina. O último lhe rendeu o título de "Megafone de mentiras de extrema-direita" no site progressista Media Matters for America

Ele nega ser um ideólogo ou mesmo votar na direita. Politicamente, esse ateu e defensor do casamento gay, da descriminalização das drogas leves e das armas de fogo se identifica como um libertário e considerou apoiar o senador Bernie Sanders durante a última primária democrata.

"Estou apenas querendo discutir com pessoas que têm opiniões diferentes. Não estou interessado em conversar com pessoas que têm a mesma perspectiva", disse ele em vídeo postado no Instagram após as críticas de Neil Young.

Ainda assim, talvez reconhecendo algumas das críticas que recebe, ele prometeu tentar "equilibrar melhor as opiniões controversas" em seu programa e disse que concorda com o anúncio do Spotify de adicionar links, nos podcasts sobre COVID, para informações factuais e com base científicas. 


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