O fotógrafo Sebastião Salgado, nascido na cidade mineira de Aimorés e radicado em Paris, reconhecido como o mais importante nome brasileiro da fotografia, inaugurou na última terça-feira (15/2) sua exposição "Amazônia", em São Paulo.
A capital paulista é a primeira parada de uma turnê no Brasil da mostra com a qual busca conscientizar sobre a preservação da maior floresta tropical do mundo e das comunidades indígenas.
A exposição ficará em cartaz em São Paulo até 10 de julho próximo e seguirá na sequência para o Rio de Janeiro, onde permanecerá até janeiro de 2023. Em seguida, circulará por capitais de norte a sul do país, como Belém, Manaus e Belo Horizonte.
Composta por mais de 200 imagens resultantes de sete anos de trabalho, “Amazônia” foi aberta em maio de 2021, na capital francesa, e posteriormente apresentada em Roma e Londres.
BIOMA
“Essas fotografias representam a Amazônia viva, do bioma, das comunidades indígenas. Nós, nesta exposição, não representamos a Amazônia morta, a destruída, das propriedades rurais”, afirmou Salgado, de 78 anos, na apresentação da mostra à imprensa, na segunda-feira (14/2).As fotografias em preto e branco condensam uma imersão na selva, com imagens de rios, montanhas e a vida em uma dezena de comunidades indígenas, acompanhadas por uma composição musical que recria os sons da natureza amazônica.
O fotógrafo se disse "esperançoso" de que o próximo governo, a ser definido nas eleições de outubro, tenha uma "maior preocupação" com a preservação dos biomas. O desmatamento aumentou desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência, em 2019, atingindo seu máximo em 15 anos, com 13.235 quilômetros quadrrados registrados no período de agosto de 2020 a julho de 2021.
Salgado pediu aos brasileiros "que prestem atenção no próximo candidato que vão eleger como próximo presidente", pois "os candidatos do Executivo atual são profundamente antiecológicos e profundamente contra as comunidades indígenas".