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Estreia docussérie sobre Kanye West, com 'pitacos' do astro do rap

Netflix exibe 'Jeen-yuhs: A Kanye trilogy', dirigida por Coodie & Chike. Músico decepcionou diretores ao impor mudanças na edição, ao contrário do combinado


16/02/2022 04:00 - atualizado 16/02/2022 03:38

O rapper Kanye West olha de lado e sorri, em cena do filme Jeen-yuhs: A Kanye trilogy
Kanye West exigiu mudanças no filme sobre sua trajetória, alegando que pretende ''estar no comando'' da própria imagem (foto: Netflix/reprodução)

Decepcionado, mas não surpreso. Assim se sentiu o diretor do novo documentário sobre Kanye West com a exigência de última hora do rapper para reeditar a produção que levou anos de trabalho.


O resultado foram 320 horas de filme narrando a ascensão do rapper ao estrelato, condensadas nas sete horas de “Jeen-yuhs: A Kanye trilogy”, estreia da Netflix nesta quarta-feira (16/2).

COMANDO

No entanto, após anos de trabalho do cineasta, West foi ao Instagram, no mês passado, exigir gerenciar “a edição final e a aprovação” do projeto, para que pudesse “estar no comando da própria imagem”.

“Disse a Kanye que ele tinha de confiar 100% neste filme (...) Ele me disse que confiaria”, contou Coodie Simmons à AFP. “Quando vi o Instagram dele, fiquei um pouco decepcionado.”

Nos últimos dias, West, que agora atende pelo nome de Ye, continuou a fazer novas demandas, incluindo que o astro do rap Drake assumisse a narração. A Netflix não se pronunciou sobre a postura do músico.

Enquanto trabalhava no projeto, Coodie Simmons deu passos significativos para garantir que West aprovasse a produção. Em 2005, por exemplo, desistiu de lançar o filme como planejado porque o rapper disse que “não estava pronto para o mundo ver seu verdadeiro eu”, revelou o diretor.

Em aparente reconciliação, o rapper foi a uma exibição do documentário, na sexta-feira (11/2) e abraçou o diretor.

O documentário aborda a saúde mental de West, incluindo o transtorno bipolar que levou à sua hospitalização, em 2016, e, em 2020, voltou a ser abordado quando o rapper tentou concorrer ao cargo de presidente dos Estados Unidos.

CÂMERA DESLIGADA

Ao filmar uma reunião, há dois anos, em que West desabafou com investidores imobiliários que havia tomado medicação para transtorno bipolar para poder ter “conversa normal e traduzir coisas estrangeiras para o inglês”, Simmons ficou tão chocado com o comportamento do amigo que desligou a câmera.

“Foi a primeira vez que filmei Kanye assim. Senti que tinha de largar a câmera e ouvi-lo. Estar lá para ele como irmão, e não como diretor”, contou Simmons, ex-comediante e personalidade da televisão americana.

A polêmica sobre os pedidos de West para dar palpites no documentário “Jeen-yuhs” gerou ampla publicidade para o filme.

Coodie Simmons e o codiretor Chike Ozah disseram que seu objetivo é mostrar West em seus momentos mais vulneráveis, oferecendo um ângulo diferente da celebridade, conhecida por suas explosões egoístas e arrogância.

Conhecida como Coodie & Chike, a dupla tem extenso currículo, que inclui o documentário “A kid from Coney Island”; o episódio “Benji”, do documentário “30 for 30”; os clipes “Heaven hell” e “Jesus walks, version 3”, de Kanye West; e “Window seat”, clipe de Erykah Badu.

“JEEN-YUHS: A KANYE TRILOGY”

• Documentário de Clarence “Coodie” Simmons e Chike Ozah. A primeira parte está disponível na Netflix; as outras duas serão lançadas nas próximas sextas-feiras.


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