Videogames se tornam filmes, assim como heróis das telonas são transformados em jogos. A mistura de gêneros se confirma com a estreia de “Uncharted: Fora do mapa”, sucesso nos consoles Playstation, que entra em cartaz nesta quinta-feira (17/2), nas salas de Belo Horizonte.
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No filme dirigido por Ruben Fleischer (de “Zumbilândia” e “Venom”), Nathan tem o apoio de Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg), experiente explorador. Repleto de cenas de ação, várias delas inspiradas no jogo, o longa reproduz o famoso momento do avião, quando Drake sobrevive ao ataque de inimigos armados dentro de um cargueiro.
Holland, que prossegue em cartaz como o super-herói aracnídeo, tratou de separar bem os personagens em recente entrevista à agência Reuters.
“Foi importante para nós criar estilo único para Nathan Drake, então não houve nenhuma semelhança com o Homem-Aranha. Mas... quando você está fazendo grandes filmes, é empolgante ver o quão longe você pode levar os limites, o que você pode fazer fisicamente para projetar sequências para serem únicas, frescas e novas”, afirmou o ator inglês.
“Foi importante para nós criar estilo único para Nathan Drake, então não houve nenhuma semelhança com o Homem-Aranha. Mas... quando você está fazendo grandes filmes, é empolgante ver o quão longe você pode levar os limites, o que você pode fazer fisicamente para projetar sequências para serem únicas, frescas e novas”, afirmou o ator inglês.
Em “Uncharted”, Sophia Taylor Ali é a aventureira Chloe Frazer, caçadora de tesouros como Nathan e Sully, com quem o jovem explorador se envolve.
O vilão da história é Moncada (Antonio Banderas), milionário colecionador de antiguidades. Rival de Sully e Nathan, está interessado no tesouro, que, segundo ele, pertenceu à sua família há séculos e foi surrupiado.
Além de Moncada e de mercenários, Nathan e Sully têm de enfrentar criaturas mutantes descendentes de espanhóis e nazistas que atacam qualquer um que ouse desvendar os segredos do tesouro. A dupla também é perseguida por Braddock (Tati Gabrielle), a bela vilã que cobiça o ouro.
Dirigido ao público familiar, o longa vem gerando muita expectativa. “O jogo foi um sucesso colossal (com mais de 40 milhões de cópias vendidas), o que não deve levar a um fracasso no cinema”, prevê o economista Laurent Michaud, especialista em videogames.
Se o longa for mesmo sucesso de bilheteria, a Sony, principal empresa de consoles e um dos players mais poderosos da indústria cinematográfica, certamente terá um filão superlucrativo para explorar. O grupo é dono de várias outras franquias de sucesso, destaca Mio Kato, analista da empresa de pesquisas LightStream Research.
“SUPER MARIO”
Não há nada de original na fórmula. Adaptações de games para o cinema começaram em 1993, com o lançamento rudimentar de “Super Mario”.O primeiro sucesso de bilheteria, apesar das críticas que recebeu, foi “Tomb Raider” (2001), estrelado pela atriz americana Angelina Jolie no papel de Lara Croft.
Outros filmes seguiram o caminho inverso, com resultados questionáveis. Foi o caso de “Goldeneye”, da saga de James Bond, em sua versão para o console Nintendo 64.
John Evershed, diretor de estratégia do estúdio de animação americano Trioscope, observa que recentemente houve aumento considerável de adaptações de videogames para filmes e seriados.
“Há dois anos, houve a adaptação notável de uma série de televisão baseada em videogame: 'Castlevania'”, aponta Evershed, referindo-se ao jogo do grupo japonês Konami ambientado no universo inspirado em “Drácula”.
SÉRIES E VIDEOGAMES
Atualmente, há pelo menos 12 séries em diferentes estágios de desenvolvimento ou produção. Entre elas está “Arcane”, que, como “Castlevania”, é transmitida atualmente pela Netflix. Esse seriado animado é originário de “League of Legends”, o principal jogo do estúdio Riot Games, que está entre os mais populares do mundo.Para os especialistas, vários motivos explicam o aumento das adaptações. “Videogames têm sido de suma importância para a indústria do entretenimento. Culturalmente, eles são mais relevantes para pessoas de 18 a 34 anos do que a música ou os filmes”, compara John Evershed.
A base de jogadores também aumentou consideravelmente. Laurent Michaud lembra que, atualmente, pessoas na faixa dos 50 e 60 anos jogam.
“Quando um filme inspirado em jogos é lançado, você sabe que tem potencial para atrair um grande público”, observa Michaud.
Além disso, aponta Daniel Ahmad, analista da Niko Partners, “plataformas como a Netflix podem atrair e reter espectadores que são jogadores para aumentar sua base de usuários. Uma forma de fazer isso é oferecer a eles conteúdo que os atraia, como esse tipo de jogo.”