Jornal Estado de Minas

SÉRIE

"Lov3", produção nacional do Prime Video, retrata múltiplas formas de amar


Ana ama Artur, mas quer ter a possibilidade de ficar com outros. Sofia não está com ninguém, mas quer amar muita gente. E Beto, bem, ele ainda tem que entender muito de si mesmo para descobrir quem pode amar.

É uma “quadrilha” contemporânea, pautada pelos novos formatos de relacionamento, o tema central da série “Lov3”. Com estreia nesta sexta-feira (18/2), no Amazon Prime Video, a produção nacional tem uma primeira temporada com seis episódios.





Ana (Elen Clarice), Sofia (Bella Camero) e Beto (João Oliveira) são três irmãos de São Paulo que levam um choque logo no começo da história. Sua mãe, a quem chamam pelo apelido Baby (Chris Couto), resolveu, depois de 30 anos, dar um basta no casamento com Fausto (Donizeti Mazonas). Mas é um basta não só do marido meio banana, como também dos filhos. Quer viver a vida que nunca teve.

A decisão deixa o trio, que está ocupando a antiga casa da família, sobressaltado. A mãe quer que desocupem a casa – ou pelo menos paguem um aluguel por ela. Ana, que havia voltado para a residência depois de mais uma briga com o marido, Artur (Drayson Menezzes), decide fazer as pazes. Mas deixa claro para ele que o casamento tem que ser aberto – e a adaptação não vai ser nada fácil.

TRISAL

Sofia, que acabou de ser demitida de mais um emprego, não se prende a ninguém. Em uma festa, conhece um trisal formado por uma mulher e dois homens – logo os convida para dividir o teto com ela, mesmo que no início eles não a reconheçam como parte da relação e tampouco saibam que a casa é a da família de Sofia. E Beto, um jovem gay com baixa autoestima, que só sente atração por homens que se dizem héteros, decide sair de casa, deixar a relativa segurança da família e ir à procura do amor.  

Como “Manhãs de setembro” e “Desjuntados”, outras produções brasileiras recentes do Prime Video, “Lov3” foi gravada durante a pandemia, no Uruguai. Ainda que a crise sanitária não faça parte da narrativa, ela, de certo modo, influenciou a história. 





“A pandemia e o isolamento criaram um senso de urgência, de discutir e ir em direção ao que se deseja e precisa. Fechados num quarto de apartamento durante muito tempo, todos mergulhamos em nossas próprias dúvidas”, comenta Felipe Braga, criador e um dos diretores da produção.

“Agora chegou o momento do acerto de contas do que se quer. ‘Lov3’ começa com um evento que faz com que o senso de urgência impulsione os três personagens, que decidem ir em direção do que querem e postergaram durante muito tempo. Ao longo da série, nós os veremos se deparando com as consequências e responsabilidades. E acho que isso vem da nossa experiência pandêmica”, diz ele.

Também diretora da série, Mariana Youssef afirma que os três irmãos, que têm personalidades bem distintas, tentam se desviar da mãe, “do fardo que é repetir o caminho que ela trilhou”. Na opinião dela, “Lov3” trata de questões universais, “do que se aprende no berço e do que a gente quer seguir”. Para Felipe Braga, independentemente da “modernização dos relacionamentos, no final de contas, cada um precisa estabelecer uma ponte com alguém”.





O trio de protagonistas estudou relações não monogâmicas, como também se pautou por histórias de amor não convencionais de amigos e conhecidos. “Foi incrível para dar um novo olhar sobre as formas de relacionamento”, diz Bella Camero. “Acho que tudo é possível dentro de uma relação, desde que se tenha diálogo”, opina Elen Clarice. 

“LOV3”

Série em seis episódios, com estreia nesta sexta (18/2), no Amazon Prime Video