“O importante não é sair do museu baixando o download mental da exposição, mas que você vivencie aqueles conteúdos”, afirma Daniela Chindler, que comanda o projeto educativo do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Novas atividades desenvolvidas por arte-educadores estimulam a interação do público com a exposição sobre a obra de Ariano Suassuna e os 50 anos do Movimento Armorial, em cartaz até 7 de março no espaço cultural.
VIVÊNCIA
As ações foram criadas por integrantes do setor educativo especializados em artes visuais, teatro, música e artes cênicas, explica Luiz Silva, ilustrador de livros infantis e professor de arte. As atividades podem ser realizadas antes ou depois da visita à exposição.
“Usamos o pensamento do teórico e pedagogo espanhol Jorge Larrossa. Ele diz que muitas coisas acontecem no nosso dia, mas poucas delas nos impactam. Ele acredita, e nós também, que uma forma de trabalhar a educação é fazê-lo por meio da experiência”, reforça Daniela.
As ações são realizadas de acordo com os diferentes públicos. “A visita guiada/orientada pressupõe que o educador tenha uma bagagem e apenas reproduza esse conhecimento para o público, independentemente de quem seja. Na mediação, o educador não pode fazer a mesma visita com a criança de 5 anos e o estudante universitário, pois cada um deles traz bagagem diferente”, comenta Daniela.
Uma forma de trabalhar a educação é fazê-lo por meio da experiência
Daniela Chindler, coordenadora do projeto educativo do CCBB
Uma das atividades é o ateliê aberto “O manto da Compadecida”, que remete à peça “O auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, clássico da dramaturgia brasileira. “O público entra na sala e borda o manto com renda e miçangas junto dos educadores, que, durante esse fazer manual, trazem outros conteúdos da mostra”, conta Daniela.
Pensada para pais e filhos, “Livro vivo” tem leituras em voz alta de trechos de obras literárias ligadas ao Movimento Armorial, enquanto “Hora do conto” oferece contação de histórias.
ONÇA CAETANA
Luiz Silva criou “Que bicho é esse?” para crianças de 3 a 6 anos. Ilustrações de animais da caatinga, muito presentes na obra de Ariano Suassuna, são exibidas em blocos de tecido, que podem ser combinados e recombinados.
“Essa ação dialoga principalmente com o fantástico na obra de Suassuna”, ressalta o arte-educador. É o caso da personagem Onça Caetana, criada pela imaginação do escritor com base no animal encontrado na caatinga.
Neste sábado (19/2), cortejo cênico percorrerá os espaços da exposição sob o comando de uma trupe mambembe. A proposta é usar a linguagem do cordel para homenagear o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
ATRAÇÕES
CORTEJO CÊNICO
• Neste sábado (19/2), às 17h30
ATELIÊ ABERTO
• “O manto da Compadecida”. Hoje (19/2), 26/2 e 5/3, das 12h às 18h
LIVRO VIVO
• Aos sábados e domingos, às 12h e às 15h. Até 6/3
HORA DO CONTO
• Aos sábados e domingos, às 14h e às 16h. Até 6/3
QUE BICHO É ESSE?
• Aos sábados e domingos, às 15h30 e às 17h. Até 6/3
UM CORDEL PARA SUASSUNA
• Às sextas-feiras, às 18h. Até 4/3
VISITAS MEDIADAS
• Às segundas, quartas e quintas, às 18h; sextas, às 12h; sábados e domingos, às 11h e às 18h. Até 7/3
VISITAS MEDIADAS EM LIBRAS
• Às sextas-feiras, até 4/3, e domingos, até 6/3, às 19h
MOVIMENTO ARMORIAL – 50 ANOS
Centro Cultural Banco do Brasil, Praça da Liberdade, 450, Funcionários. De quarta a segunda-feira, das 10h às 22h. Entrada franca. Ingressos devem ser retirados em bb.com.br/cultura. Até 7 de março.
Informações: https://ccbb.com.br
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria