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Estado de Minas PALÁCIO DAS ARTES

Concerto de hoje da Sinfônica ao Meio-Dia faz homenagem a Villa-Lobos

Devido ao recrudescimento da pandemia, público não será admitido no Grande Teatro do Palácio das Artes nesta terça (22/2). Transmissão será ao vivo pelo YouTube


22/02/2022 04:00 - atualizado 22/02/2022 08:22

vestidos de preto, no palco, com seus instrumentos, músicos da orquestra sinfônica de minas gerais tocam durante concerto
A orquestra ocupará o palco do Grande Teatro do Palácio das Artes e o Coral Lírico ficará na plateia, hoje, para garantir o distanciamento, conforme protocolo sanitário (foto: Paulo Lacerda/Divulgação)

Na esteira das comemorações dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e o Coral Lírico do estado realizam nesta terça-feira (22/2) concerto em homenagem ao maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), maior nome da música no movimento modernista.

Sob a regência de André Brant e Augusto Pimenta, a orquestra e o coral se apresentam no Grande Teatro do Palácio das Artes, em modalidade on-line, transmitida pelo canal da Fundação Clóvis Salgado no YouTube, a partir do meio-dia.

O recrudescimento da pandemia fez com que a retomada da série de concertos “Sinfônica ao Meio-Dia”, que ocorreu na semana passada, migrasse para o modo virtual. Sendo assim, o evento de hoje não será aberto ao público, e o Coral Lírico vai ocupar o lugar da plateia, para manter o distanciamento entre seus integrantes, além de se apresentar de máscara. 

Os regentes confessam ter havido certo receio de que as máscaras e a posição do coral afetassem negativamente a acústica da apresentação, mas dizem que os ensaios mostraram não haver nenhum prejuízo substancial à execução das canções. Serão apresentadas “Verde velhice”, “Suíte Nº 2” e “Magnificat-Alleluia”, essa com solo da mezzosoprano Aline Lobão. 

FASES 

André Brant, que é regente-assistente da OSMG, observa que as canções escolhidas não correspondem às obras mais conhecidas de Villa-Lobos e englobam diferentes fases de sua carreira. “Verde velhice” foi composta no Rio de Janeiro, em 1926; enquanto “Magnificat-Alleluia” e “Suíte Nº 2” foram compostas entre 1958 e 1959 – uma no Rio e a outra em Paris, guardando, portanto, mais de 30 anos de diferença entre si.

“São dois Villa-Lobos distintos, musical e harmonicamente falando", afirma André Brant. “‘Magnificat-Alleluia’ é uma das obras conhecidas de Villa-Lobos, junto de outras mais. Mas o divertimento ‘Verde velhice’ e a suíte são pouco conhecidas, e é interessante divulgar essas obras, não só por serem de um compositor brasileiro, mas também por não serem tão difundidas assim.”

Augusto Pimenta, regente-assistente do Coral Lírico, destaca a contribuição da Semana de 1922 na construção de uma identidade cultural brasileira e o papel desempenhado por Villa-Lobos à época. "Villa-Lobos é o nosso grande gênio da música de concerto. É um compositor que tem uma produtividade imensa, incrível. Um cara exuberante de produção, criação e inventividade", comenta.

Para Pimenta, é uma honra revisitar a obra do compositor carioca. "É uma música que tem um vigor, um ritmo, um colorido harmônico. Ele explora várias coisas. Às vezes ele tem um clima meio amazônico, uma música exuberante, imitando esse clima tropical. Às vezes ele tem uma coisa meio modinha. Melodias às vezes mais brejeiras, que têm a ver com o choro, que têm inspiração da música popular do Rio da época”, diz. 

Ainda sobre a peculiaridade do maestro, Pimenta afirma: “Ele viajou pelo Brasil, tem músicas inspiradas em música indígena e ele a reinventa. Ele pega um negócio que ouviu e inventa uma coisa que se parece com o Brasil, mas, ao mesmo tempo, ele inventou outra coisa ali. É Villa-Lobos". 

O regente comenta que é interessante poder descobrir, às vésperas de uma efeméride como essa, músicas de Villa-Lobos que ainda estão sendo tratadas e editadas pelo museu responsável pela curadoria da obra do compositor.
 
Tanto Brant quanto Pimenta lamentam a ausência do público, que consideram como parte integrante de um concerto. A presença e o aplauso têm a capacidade de jogar a energia de uma apresentação para cima, conforme dizem. "Esse circuito só fecha quando a gente vai para o palco e sente que o público ouviu e aplaudiu de volta", diz Pimenta.

A decisão de retomar a série de apresentações “Sinfônica ao Meio-Dia” mesmo sem plateia se deve à vontade de voltar aos palcos. Tanto a Orquestra Sinfônica quanto o Coral Lírico ficaram quase dois anos afastados do Grande Teatro, devido à pandemia.

"A gente está doido para fazer ópera de novo, com a casa cheia. É muito estimulante para o grupo. Ainda não é possível, a gente ainda está criando as formas de compartilhar as produções on-line, às vezes com o público bastante restrito, dependendo da situação, da época, dos protocolos", diz o regente.

*Estagiário sob a supervisão da editora Silvana Arantes

SINFÔNICA AO MEIO-DIA

Concerto em Homenagem a Heitor Villa-Lobos, com a Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais. Nesta terça-feira (22/12), às 12h, com transmissão pelo canal da Fundação Clóvis Salgado no YouTube


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