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Estado de Minas MÚSICA

Álbum de remixes de Arnaldo Baptista chega com 16 faixas

Quinze convidados tiveram liberdade total para recriar a canção "To burn or not to burn", do disco "Let it bed"


24/02/2022 04:00 - atualizado 24/02/2022 03:40

Arnaldo Baptista, músico fundador dos Mutantes, olha para a câmera e sorri
Arnaldo Baptista diz que repertório do novo disco é perfeito para o "pula-pula" e "melhorar o físico" neste carnaval (foto: Fabiana Figueiredo/Divulgação)

“To burn or not to burn”, terceira faixa de “Let it bed” (2004), mais recente álbum de estúdio de Arnaldo Baptista, é também uma das poucas com vocação para pista. O disco, fruto de um esforço que uniu o fundador dos Mutantes, ao longo de três anos, a John Ulhoa e Rubinho Troll, que assinaram a produção, renasce agora em outro contexto.

Quinze produtores da cena paulistana fizeram remixes para a música com basicamente três versos – “To burn or not to burn?/What it the question?/What?” – a maneira de Arnaldo reler Shakespeare. Boa parte das faixas havia sido produzida ao longo da última década. O material, agora compilado em um álbum lançado pelo selo D-Edge, conta com novos remixes, assinados por Tata Ogan, DJ Mari Rossi, Galiza e Renato Ratier. Ao todo, o lançamento reúne 16 faixas, já que é a faixa original que abre o disco.

“Acredita que não consigo resolver qual o melhor? Já tentei, mas não consegui. Acho uma maravilha, e espero que as pessoas que vão entrar em contato com a minha música através dos remixes tenham consciência de quanto é profunda. E como é remix, você já fica pronto para a ação. Pode fazer o pula-pula, melhorar o físico. Agora, com o carnaval, vai dar ainda mais força”, comenta Arnaldo, de 73 anos.

“Se o próprio Arnaldo amou os remixes, por que o público que realmente acompanha e compreende seu espírito de revolução não se abriria a novas perspectivas?”, comenta Marco Andreol, que assinou a curadoria do projeto. Cada convidado, diz ele, teve liberdade total para fazer o que “bem entendesse” da faixa.

“Me preocupei em abranger vários subgêneros da eletrônica. A seleção reúne alguns dos principais nomes do underground atual. Tem gente talentosíssima que dificilmente alcança espaço em grandes meios de comunicação. Isto também foi um fator determinante para a seleção”, acrescenta Andreol.

HOUSE, TECHNO E DISCO

Os remixes percorrem diferentes caminhos e épocas: tem aqueles de referência techno e house (nos assinados por Magal e Poletto); dub (Flu e Thomash); e disco (Zopelar e Andreol & Patriarca). Há também o experimentalismo do duo Tetine (o mineiro Bruno Verner e a paulista Eliete Mejorado), radicado em Londres há 20 anos.

Arnaldo passou boa parte da pandemia em seu sítio em Juiz de Fora. Desde que entrou para o circuito das artes visuais, há pouco mais de uma década, participou de exposições coletivas e individuais. Dedica-se hoje tanto à música quanto às artes. “Eu sonho, então vem um assunto na minha cabeça e eu faço um quadro a respeito. O sonho não pode esperar. E também estou compondo e fazendo letras de músicas.”

De volta a seu apartamento na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde vive com a mulher, Lucinha Barbosa, Arnaldo se divide entre as telas, o teclado e o violão. “Vou levando a vida assim. Fora isto, todo dia faço cooper. A Lucinha tem um sonho de ter uma casa no Mangabeiras. Então. a gente acorda e já saio andando”, finaliza.

Capa do disco 'To burn or not to burn' traz ilustração com o rosto de Arnaldo Baptista, criador do Mutantes
(foto: Wild People/Reprodução)

'TO BURN OR NOT TO BURN'

.Álbum de remixes de Arnaldo Baptista
.16 faixas
.D-Edge Records
.Disponível nas plataformas digitais
 
 
 
 
 
 

 
 

Obra de Arnaldo Baptista
Obras de Arnaldo Baptista, produzidas durante a pandemia, estão sendo comercializadas (foto: Alexandre Biciati/Divulgação )
Exposições do artista ganham galeria virtual


O site do artista (arnaldodiasbaptista.com.br) ganhou neste mês uma nova seção. Uma galeria virtual promove uma visita pelas seis exposições que Arnaldo realizou a partir de 2010. Além dos trabalhos, ainda reúne os textos produzidos pelos respectivos curadores para as mostras.

O projeto foi criado (e presenteado ao artista) pela designer Ana Clara Piet e pelo diretor-criativo Ray Virmond. Traz também um espaço para comercialização. Reúne obras produzidas por Arnaldo durante a pandemia. Todas são em papelão paraná, medem 32cm X 40cm. São duas faixas de preços: R$ 2,6 mil e R$ 3,4 mil.

Já a marca Wild People está comercializando uma série de produtos (camisetas, canecas, ecobags, vestidos e pôsteres) criados a partir da trajetória do artista. Acesso: wildpeople.com.br/arnaldo-baptista. (MP)


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