O cantor e compositor Vito Velasso solidifica seu trabalho solo ao lançar nas plataformas digitais o álbum “Interminável dança dos sonhos” (Tratore). Assim, o músico mineiro assume um novo corpo de trabalho e uma identidade madura, a partir desse novo projeto. João Vitor se tornou conhecido como Vito e agora assume o apelido para traduzir um renascimento musical em seu primeiro álbum completo de estúdio. O disco mescla low trap, dance music, MPB experimental, soul music e rap.
O álbum chega ao streaming após o EP “O Amor é um lindo caminho até a morte”, e dois EPs, nos quais o artista recriou composições de Zé Ramalho e Los Hermanos. “Interminável dança dos sonhos” reúne 13 faixas autorais, sendo oito inéditas e cinco já lançadas no ano passado. O álbum traz uma identidade densa e dançante, com instrumental eletrônico, acompanhado de um trio de metais, guitarras e vozes.
Vito, que assina a composição e produção desse trabalho, se uniu a músicos mineiros e paulistas para transformar o disco em uma experiência nova. Ele explica que as letras abordam desde questões cotidianas até inquietações com nossa forma de viver em sociedade. “Esse álbum passa por momentos reflexivos, alegres, acelerados e nostálgicos e busca essas nuances, tanto temáticas quanto estéticas”, ressalta o músico.
Ele conta que vem produzindo esse disco ao longo dos últimos dois anos. “Por causa da pandemia, não podia se encontrar com os músicos. Por isso, fiquei mais na parte da construção, sozinho, e fizemos algumas gravações a distância. Ainda no meio deste contexto, lançamos uma trilogia de músicas e videoclipes que também fazem parte desse álbum – ‘Por engano’, ‘Mil vidas’ e ‘Onde as dores são afogadas’”.
Vito esclarece que as músicas conversam entre si e contextualizam a ideia do disco. “Ele traz um instrumental mais denso, mais pesado, com canções com letras mais reflexivas. Essa própria série dos três videoclipes fala muito sobre a saudade. Aliás, tem muito disso no disco. Estou lançando também o clipe de uma música que se chama ‘Declive’. Ele foi estruturado com cenas que não usamos nessa trilogia.” Segundo o artista, o novo trabalho já tem também um “show pronto, para começar a partir de março.”
“É um show autoral, com o repertório do álbum e estamos trilhando para ir voltando aos poucos. Isso, porque o autoral, no Brasil, demanda muita força de vontade e paciência, porque é um pouco sobre como nadar contra a correnteza. Como o autoral não está tão dentro do pop, vamos para outro lugar, que requer outra batalha.”
SEM CD
Vito comenta que, desta vez, decidiu não fazer o CD físico. “Tive outro projeto autoral que finalizei com uma participação no Festival Nacional da Canção (Fenac), em 2018. Até então, quando lançava um disco ou até mesmo um EP, fazia também em formato físico e distribuía para as pessoas. Até que um dia entreguei o projeto para uma fã que me perguntou: ‘Onde vou ouvir esse CD? Não tenho lugar que possa ouvir o disco'. Agora, faço vários cartões com QR Code, que vão para todas as plataformas. Hoje, em vez de distribuir o disco, entrego os cartões para as pessoas.”
Em 2016, Vito já havia lançado um álbum chamado “Isis”. “É um disco mais tropical, voltado para o reggae. Lancei também alguns EPs, com quatro, cinco ou seis músicas. Resolvi colocar tudo no meu perfil nas plataformas digitais, porque só tinha ‘Interminável dança dos sonhos’. Os outros lançamentos, desde 2010, estavam em outro projeto. Então, agora, quando a pessoa entrar lá, verá um pouco da minha história como compositor.”
Vito é mineiro de Divinópolis e mora hoje na capital de Santa Catarina. “Antes, havia me mudado para São Paulo, onde fiquei um bom tempo trabalhando com trilhas sonoras para peças musicais. Depois de um tempo, voltei para Minas por causa da pandemia e, no meio do ano passado, me mudei para Florianópolis, onde montei uma banda mais enxuta. No momento, sou eu, um guitarrista que também faz backing vocal e uma DJ que está nos toca-discos e fazendo esse trabalho com as bases, nas músicas tocadas ao vivo.”
O artista garante que “Interminável dança dos sonhos” é um disco profundo e traz letras sobre o que todo mundo pensa. “Fala sobre a vida, da forma como acredito e como retiro das conversas e de ensinamentos diários, conversando com outras pessoas. Esse álbum fala sobre a construção e desconstrução da vida, essa coisa que a gente está estruturando e entendendo.”
TAMBOR DIVINO
Além de Vito Velasso, participam do disco Lucas Rodrigues e Allan Spirandelli (guitarras), Felippe Pipeta (trompete), Kiko Bonato (sax tenor), Bio Bonato (sax barítono e flauta transversal), Kelly Krys (backing vocal) e Jorge Guerreiro (mixagem).
Vito se iniciou na música aos 5 anos de idade, com aulas de bateria. Aos 11, se tornou o único membro mirim do grupo Tambor Divino, projeto de Daniel Penido, que resgatava a cultura da música regional mineira e contava com dezenas de músicos e percussionistas.
Na mesma época, passou a estudar violão e a compor. Enquanto compunha canções que viriam a se tornar o álbum “Ísis”, Vito também se dedicava a um trabalho voltado para a música eletrônica. Nessa época, passou a se dedicar ao teatro musical em São Paulo, tendo participado como barítono da peça “33 variações de Beethoven”.
Na mesma época, passou a estudar violão e a compor. Enquanto compunha canções que viriam a se tornar o álbum “Ísis”, Vito também se dedicava a um trabalho voltado para a música eletrônica. Nessa época, passou a se dedicar ao teatro musical em São Paulo, tendo participado como barítono da peça “33 variações de Beethoven”.
“INTERMINÁVEL DANÇA DOS SONHOS”
Disco de Vito Velasso
13 faixas
Tratore
Disponível nas plataformas digitais