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Estado de Minas CINEMA

Humberto Mauro reedita a mostra "Clássicas", em homenagem às mulheres

Ciclo com filmes de distintas épocas e gêneros assinados por diretoras começa nesta terça (8/3) e segue até abril, com sessões gratuitas


08/03/2022 04:00 - atualizado 08/03/2022 08:06

Jovens em trajes de banho segurando boias à beira de uma piscina, em cena de 'o pântano'
"O pântano", da cineasta argentina Lucrecia Martel, é um dos títulos que integram a programação (foto: Universo Produção/Divulgação)

O Cine Humberto Mauro recebe, a partir desta terça-feira (8/3), a segunda parte da mostra "Clássicas", com filmes dirigidos por diretoras de diferentes períodos da história do cinema, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Continuação da mostra homônima realizada em fevereiro de 2020, "Clássicas" apresenta um recorte de filmes produzidos em diversos lugares e períodos. As 38 produções que integram a programação serão exibidas até 14 de abril, em sessões gratuitas e presenciais, com lotação máxima de 133 pessoas.

"Temos muitos filmes considerados à frente de seu tempo em seus temas e na sua forma cinematográfica. Penso que as mulheres sempre foram boicotadas no cinema e tiveram dificuldades em realizar os seus próprios filmes. Quando elas conseguiam produzir, realmente abordavam questões importantes", afirma Vítor Miranda, da gerência do Cine Humberto Mauro.

Grande parte dos filmes na programação tem caráter independente, o que, segundo Vitor, possibilitou que retratassem temas polêmicos. "Temos diretoras como a Ida Lupino, que no filme 'O mundo odeia-me' trata de relações homoeróticas, questionando a masculinidade imposta e fazendo uma reflexão sobre os Estados Unidos da época", ele aponta.

PANORAMA 

Assim como em sua primeira parte, a mostra é marcada pelo aprofundamento histórico e de gêne- ro. "Nossa intenção é trazer um grande panorama da história do cinema e chamar a atenção para filmes dirigidos por mulheres que sempre encontraram extremas dificuldades nessa indústria", explica Vítor.

Nesta terça, a programação se divide em três sessões, nas quais serão exibidos quatro filmes produzidos na primeira metade do século 20. A sessão "Pioneiras", prevista para 16h, reunirá os média-metragens "Hipócritas" (1915), da norte-americana Lois Weber (1879-1939), e "A sorridente Madame Beudet" (1923), da francesa Germaine Dulac (1882-1942).  

Em seguida, às 18h, o Cine Humberto Mauro exibe "As aventuras do príncipe Achmed" (1926), de Lotte Reiniger (1899-1981). O filme alemão é o primeiro longa-metragem de animação europeu e conta a história de um príncipe que ganha de presente de aniversário um cavalo alado. A produção também será disponibilizada na plataforma CineHumbertoMauroMais.com.

O filme "O rei dos elfos" (1931), da francesa Marie-Louise Iribe (1894-1934), encerra o primeiro dia da mostra. Nele, um jovem corre para salvar a vida de seu filho, mas uma personificação da morte o atrapalha.

A programação completa da mostra conta com longas e curtas-metragens dirigidos por Agnés Varda (1928-2016), Chantal Akerman (1950-2015), Margarethe von Trotta, Dorothy Arzner (1897-1979), Lucrecia Martel, Julie Dash e as irmãs Lana e Lilly Wachowski.

Entre as diretoras brasileiras que integram o ciclo estão Sandra Kogut (com "Mutum", 2007), Carla Camurati (com "Carlota Joaquina, princesa do Brazil", 1995), Ana Carolina (com "Mar de rosas", 1977) e Tereza Trautman  (com "Os homens que eu tive", 1973).

MOSTRA CLÁSSICAS
Desta terça (8/3) a 14 de abril, no Cine Humberto Mauro (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca. Programação completa no site da Fundação Clóvis Salgado. Mais informações: (31) 3236-7400

MOSTRA “CLÁSSICAS”

Confira a programação até o próximo fim de semana

TERÇA (8/3)
16h: "Hipócritas" (1915), de Lois Weber, e "A sorridente madame Beudet" (1926), de Germaine Dulac
18h: "As aventuras do príncipe Achmed" (1926), de Lotte Reiniger
20h: "O rei dos elfos" (1931), de Marie-Louise Iribe

QUARTA (9/3)
16h: "Senhoritas em uniforme" (1931), de Leontine Sagan
18h: "Assim amam as mulheres" (1933), de Dorothy Arzner
20h: "Melodia do assassinato" (1944), de Bodil Ipsen

QUINTA (10/3)
16h: "La musica" (1966), de Marguerite Duras e Paul Seban
18h: "Carta de amor" (1953), de Kinuyo Tanaka
20h: "Ô saison, ô châteaux" (1958) e "Elsa a rosa" (1966), de Agnès Varda; e "Paris 1900" (1946), de Nicole Vedrès

SEXTA (11/3)
16h: "Asas" (1966), de Larisa Shepitko
18h: "O mundo odeia-me" (1953), de Ida Lupino
19h30: "Inverno da alma" (2010), de Debra Granik. Após a sessão haverá debate presencial com Monica Campos, da Escola Brasileira de Psicanálise

SÁBADO (12/3)
16h: "O jardim secreto" (1993), de Agnieszka Holland
18h: "Procura-se Susan desesperadamente" (1985), de Susan Seidelman
20h: "Quero ser grande" (1988), de Penny Marshall

DOMINGO (13/3)
18h: "Caçador de dotes" (1976), de Elaine May
20h: "Dois na cama numa noite de chuva" (1978), de Lina Wertmüller 


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