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Estado de Minas MÚSICA

Escalada para abrir o Lolla com "Violeta", banda Terno Rei lança "Gêmeos"

Conhecida por suas letras melancólicas e pelo uso de sintetizadores, a banda incorporou ao som do novo álbum sax, trio de cordas e uma bateria mais presente


14/03/2022 04:00 - atualizado 14/03/2022 11:52

Os quatro integrantes da Terno Rei, de pé, com as mãos nos bolsos, num estacionamento, fotografados com lente olho de peixe
Conhecida por suas letras melancólicas e pelo uso de sintetizadores, a banda Terno Rei incorporou novidades ao som do novo álbum, como sax, trio de cordas e uma bateria mais presente (foto: Fernando Mendes/Divulgação)


Antecedido por três singles lançados a partir de janeiro deste ano, o quarto álbum de estúdio da banda Terno Rei, "Gêmeos", desembarcou nas plataformas digitais na noite da última quarta-feira (9/3), por meio do selo Balaclava Records. 
 
Produzido ao longo de um ano e meio, o trabalho, que sucede ao elogiado "Violeta" (2019), reúne canções sobre amizade e nostalgia criadas em meio às restrições impostas pela pandemia da COVID-19.
 
"Começamos a trabalhar no novo álbum em agosto de 2020. Antes disso, em julho, a gente tinha gravado uma live, que foi a primeira vez em que nos juntamos naquele período mais duro da quarentena. Foi aí que a gente viu que já estava na hora de fazer um novo trabalho. Por não poder fazer shows, tivemos bastante tempo para trabalhar nas músicas, e o disco ficou pronto no finalzinho de dezembro do ano passado", conta Ale Sater, que divide o grupo com Bruno Paschoal, Greg Maya e Luis Cardoso.
 

"Não é que a gente está emulando uma nostalgia do que não vivemos. A gente viveu esse período dos anos 2000. A gente andava de skate, assistia aos clipes da MTV. Na pandemia, a gente revisitou muitas dessas coisas. Ficamos ouvindo playlists com músicas que a gente ouvia no passado, por exemplo"

Luís Cardoso, baterista do Terno Rei

 
 
Tudo começou em um sítio localizado no interior de São Paulo, onde eles fizeram uma imersão para formatar as canções. Depois disso, os quatro viajaram para Curitiba, no Paraná, e gravaram as músicas no Nico's Studio, de Nico Braganholo, o responsável pela mixagem e pela masterização do álbum, que conta com produção assinada por Amadeus de Marchi, Gustavo Schirmer e Janluska.

O primeiro single, "Dias da juventude", foi lançado em janeiro passado. Com uma sonoridade que remete ao rock feito no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, a música já anunciava a vontade que o grupo tinha de  remeter ao passado, o que se confirmou no single seguinte, "Difícil", de alma pós-punk, lançado em fevereiro.

ANO MAIS TRISTE

"Não é que a gente está emulando uma nostalgia do que não vivemos", explica o baterista Luis Cardoso. "A gente viveu esse período dos anos 2000. A gente andava de skate, assistia aos clipes da MTV. Na pandemia, a gente revisitou muitas dessas coisas. Ficamos ouvindo playlists com músicas que a gente ouvia no passado, por exemplo."
 
A influência da crise sanitária nas composições pôde ser percebida no terceiro single, "Aviões", lançado no último dia 2. Nela, Ale Sater canta sobre o "ano mais triste de nossas vidas" em meio a uma instrumentação minimalista e sutil.
 
Capa de 'Gêmeos'
(foto: Reprodução)
"Esse disco tem uma certa variedade em relação à temática", explica o vocalista. "Ao mesmo tempo em que a gente canta sobre amizade, tem letras sobre o momento que a gente viveu. E foram muitos os sentimentos experimentados nesse período: saudade, raiva, tristeza, algumas alegrias. A gente tentou transformar essas questões em canções."
 
E essa variedade também está presente na sonoridade das músicas. "Nesse disco, a gente tentou algumas coisas diferentes. A bateria, por exemplo, está mais presente. Também incluímos instrumentos inéditos para nós, como sax e trio de cordas. A gente buscou experimentar e, ao mesmo tempo, acredito que este seja o nosso disco mais pop", afirma Ale.

LIBERDADE

O guitarrista Bruno Paschoal concorda e acrescenta: "Todos os nossos discos anteriores tinham uma linearidade forte. Eles tinham uma certa constância, as músicas eram meio parecidas umas com as outras. Nesse, a gente se deu a liberdade de trabalhar cada música separadamente e depois nos preocupamos em montar uma 'timeline' que fizesse sentido".
 
Como este é o quarto disco, ele acredita que seria o momento mais apropriado para a banda ousar. "É um disco bem cheio, tem bastante coisa rolando o tempo inteiro. E a própria gravação está muito mais HD. Como esse é nosso quarto trabalho, chegamos à conclusão de que havia chegado a hora de fazer alguma coisa diferente. A gente não curte ficar parado sempre no mesmo, tipo tentar repetir o já deu certo. Isso não faz o nosso estilo."
 
Bruno se refere ao "Violeta", álbum que transformou a banda Terno Rei em promessa do rock alternativo nacional. Com esse trabalho, o grupo ampliou seu público e emplacou músicas de sucesso, como "Solidão de volta", "Dia lindo" e "Yoko".
 
Apesar disso, eles afirmam não terem se sentido pressionados para repetir o feito. "Sempre tem uma 'pressãozinha', mas, no final das contas, a gente tentou se blindar e fazer o melhor para o disco. De certa forma, a gente se sentiu impulsionado para o bem", afirma Bruno.

NOVIDADES

Com 12 faixas distribuídas ao longo de pouco mais de 35 minutos, "Gêmeos" apresenta a banda em sua fase mais madura, segura do que quer apresentar. Musicalmente, o disco preserva elementos que popularizaram o grupo, como os sintetizadores e o tom melancólico das letras, ao mesmo tempo em que adiciona novidades ao universo da Terno Rei, como o tratamento solar de alguns arranjos.
 
Sobre o título do trabalho, eles oferecem mais de uma explicação. "É uma referência àquela amizade que você tem na adolescência e que vocês meio que se tornam gêmeos", explica Ale Sater. "Mas também tem a ver com o fato de nós quatro estarmos juntos já há 12 anos, numa posição de ser gêmeos também. E também tem uma parada de signo. Gêmeos é controverso, muita gente não gosta."
 
Com o novo disco na praça, eles agora se preparam para tocar pela primeira vez no Lollapalooza Brasil, no próximo dia 26, em São Paulo. "Eu tô meio sem expectativa porque a gente vai tocar muito cedo e o festival já foi, já voltou, já adiou", afirma Bruno Paschoal. A Terno Rei será a banda responsável por abrir os trabalhos no palco principal, com show previsto para começar às 13h05.
 
"Eles nos contrataram para fazer o show do 'Violeta', então nós vamos, sim, tocar algumas músicas novas, mas vai ser uma espécie de show de despedida do álbum. A gente está empolgado, o festival faz um supersucesso aqui no Brasil e acho que vai ter uma galera para assistir à gente. Acho que vai dar uma projeção boa para a banda", comenta Bruno.
 
Além da apresentação no Lolla, a Terno Rei já anunciou uma turnê com outros 10 shows em nove cidades diferentes. Em Belo Horizonte, o show está marcado para 4 de junho, n'A Autêntica, com ingressos já à venda.
 
Essa apresentação, sim, será bastante dedicada ao repertório do "Gêmeos". "Mas tem umas músicas do 'Violeta' que funcionam muito bem ao vivo e não vão ficar de fora. A grande vantagem é que agora a gente vai poder fazer um bis de respeito. Antes a gente fazia com uma música, no máximo duas. Agora vão ser umas três ou quatro", afirma Ale.
 


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