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Estado de Minas LITERATURA

Contista Francisco Falabella Rocha aborda a loucura em seu livro de estreia

Conhecido nos palcos, integrante do Núcleo de Atuação e Pesquisa é escritor premiado. Nesta terça (22/3), ele promove noite de autógrafos no Guaja, em BH


22/03/2022 04:00 - atualizado 22/03/2022 08:05

Francisco Falabella Rocha mostra para a câmera seu primeiro livro, Para a loucura ou o que ainda me resta
Francisco Falabella Rocha levou uma década para lançar o primeiro livro, 'Para a loucura ou o que ainda me resta' (foto: Elisa Massa/divulgação)

Dez anos atrás, Francisco Falabella Rocha começou a participar de concursos literários. Escrevendo majoritariamente contos,  ele venceu vários em diferentes estados. Mesmo com produção intensa, permanecia inédito em livro. Com lançamento nesta terça-feira (22/3), no Guaja, “Para a loucura ou o que ainda me resta” (Patuá), estreia de Rocha no formato, compila 12 contos.

Todos os textos são inéditos e foram escritos em diferentes períodos. “Percebi que eles tinham em comum a fuga da normalidade, da razão, em prol de um caminho torto. O tema da loucura aparece em algumas histórias de maneira escancarada; em outras, mascarada”, comenta Rocha.

AZUL

O livro é aberto com o conto “A cor certa ou Pintando em um quarto escuro de hospício”, em que um pintor sem talento enlouquece à procura da cor azul com que sonhava noite após noite. “Última sessão ou Trocando o objeto” mostra a relação entre um analista e seu paciente, que acabam trocando de papéis.

“Tudo é água ou Oitavo andar” acompanha os moradores de um edifício que vai sendo tomado por água turva. Esse é o texto mais recente e, na opinião de Rocha, traz um diálogo com a pandemia.

Levar uma década para chegar ao primeiro livro, de acordo com ele, “remete à própria condição do escritor independente no Brasil.” Rocha afirma que editoras demoram quase um ano para dar resposta ao autor iniciante.

“Existem várias formas de publicar. Você pode, por exemplo, tentar por conta própria. Mas a editora Patuá leu o livro e acreditou nele. Fechei o trabalho em 2018. De certa forma, ficar nessa peleja é legal, pois acabei dando um acabamento para os contos durante este período”, continua.

Com trabalho de dramaturgia para teatro – já encenou 12 textos e integra o Núcleo de Atuação e Pesquisa –, Rocha comenta que as duas formas de escrita acabam se complementando. “Fico me virando entre as duas angústias. A escrita literária é da solidão, você fica muito dentro de si mesmo. Já a escrita para o teatro é da coletividade.”

Um exemplo é o espetáculo infantil “O gol não valeu”, que surgiu de um conto escrito por Rocha. “O texto de teatro é muito baseado na ação dramática, em diálogos. Tento manter as duas frentes, acho que elas são mais complementares do que opostas”, continua. Mesmo que se dedique mais aos contos, ele já tem um esboço de seu primeiro romance.

ATAQUE DO CORAÇÃO

Já no teatro, Rocha está reformulando, com o Núcleo de Atuação e Pesquisa, o espetáculo “Ensaio para a morte”. Lançada em 2019, a montagem nasceu do ataque do coração sofrido pelo ator Antônio Rodrigues – durante o período de recuperação, o intérprete teve de se afastar dos palcos.

“Pensando na questão da pandemia, resolvemos refazer o espetáculo. Agora estamos trabalhando no galpão do Cia. Pierrot Lunar e, em breve, começaremos a fazer ensaios abertos no Barreiro”, finaliza Rocha.


“PARA A LOUCURA OU O QUE AINDA ME RESTA”

• Livro de contos de Francisco Falabella Rocha
• Editora Patuá
• 80 páginas
• R$ 45
• Lançamento nesta terça (22/3), às 18h, no Guaja, Avenida Afonso Pena, 2.881, Funcionários. Livro à venda no local e no site www.editorapatua.com.br


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