O tapa que o comediante Chris Rock levou de Will Smith, no último domingo (27/3), já entrou para a história de Hollywood. Mas não é a primeira vez que estrelas surpreendem na festa do Oscar.
Entre risadas, emoções e nervosismo, várias "cenas" inesquecíveis vêm marcando quase um século dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
O momento mais impactante da história recente do Oscar ocorreu, sem dúvida, em 2017, quando a principal estatueta da noite, a de melhor filme, foi por alguns minutos para o musical “La la land”, apesar de o verdadeiro vencedor ser o drama “Moonlight”, dirigido por Barry Jenkins.
A confusão se deu porque a empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers entregou aos apresentadores da festa, os atores Warren Beatty e Faye Dunaway, o envelope errado.
Ao receberem uma cópia do envelope da categoria anterior, de melhor atriz, que Emma Stone havia vencido por “La la land”, a dupla de veteranos ficou confusa e Dunaway acabou anunciando o musical.
A equipe de "La la land" subiu ao palco. Os produtores Jordan Horowitz, Marc Platt e Fred Berger chegaram a discursar, agradecendo o prêmio. Um grupo de pessoas conversava no fundo do palco. E Horowitz voltou ao microfone: "Sinto muito. Há um erro. 'Moonlight', vocês ganharam como melhor filme. Isso não é uma brincadeira", afirmou.
“Foi um fiasco doloroso”, escreveu depois o crítico Jeff Jenson, da Entertainment Weekly, sobre o erro mais grave da história do Oscar. “Sentia vergonha por Dunaway e Beatty, que claramente sabiam que havia algo de errado, mas não sabiam como agir”, acrescentou.
RECUSA POLÍTICA
Em março de 1973, o lendário Marlon Brando ganhou o prêmio de melhor ator por seu trabalho em “O poderoso chefão”. Disputou com colegas brilhantes: Michael Caine, Peter O'Toole, Laurence Olivier e Paul Winfield.
Brando, porém, decidiu não participar da cerimônia e mandou em seu lugar a atriz e ativista indígena Sacheen Littlefeather, que subiu ao palco após a vitória do ator ser anunciada.
Quando o ator Roger Moore tentou entregar a ela a estatueta dourada, a jovem a recusou. Moore e a outra apresentadora, Liv Ullmann, deram um passo atrás quando Littlefeather começou a discursar.
Diante do público atônito, a atriz apache afirmou que Brando “lamentavelmente não poderia aceitar este generoso prêmio” em protesto contra o tratamento que a indústria cinematográfica destinava a indígenas americanos.
EMPATE
Na história do Oscar houve vários empates, mas o de maior destaque ocorreu em 1969, quando Barbra Streisand e Katharine Hepburn ganharam o prêmio de melhor atriz. “O vencedor é… É um empate!”, exclamou Ingrid Bergman, que apresentava a categoria.
Streisand conquistava seu primeiro Oscar, pelo papel como Fanny Brice em “Funny Girl: A garota genial”, enquanto Hepburn venceu por “O leão no inverno”. Com quatro estatuetas, a veterana bateu o recorde entre os colegas. Apenas Streisand compareceu à cerimônia.
BEIJO ROUBADO
Atores e cineastas costumam ficar muito emocionados quando conseguem entrar no seleto clube de ganhadores do Oscar, mas Adrien Brody levou essa paixão longe demais em 2003.
Ao subir ao palco para receber seu prêmio de melhor ator pelo filme “O pianista” das mãos da vencedora do ano anterior, Halle Berry, Brody surpreendeu o público – e a própria Berry – com um breve e apaixonado beijo na boca.
“Não foi planejado. Não sabia de nada”, contou a atriz em uma entrevista de 2017, explicando que foi pega desprevenida.
Brody, por sua vez, afirmou que “o tempo desacelerou” naquele momento e que sua ação quase custou a oportunidade de fazer o discurso.
“Quando acabei de beijá-la, já estavam mostrando a mensagem que dizia saia do palco, seu tempo acabou”, revelou.