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Estado de Minas MEIO DE TRANSFORMAÇÃO

Espetáculo teatral debate preservação ambiental em escolas de MG

Projeto, da Cia. Candongas e da Copasa, busca instruir crianças e adolescentes sobre preservação e consumo consciente, com a peça 'O Monstro do Lixo'


01/04/2022 15:01 - atualizado 01/04/2022 16:34

Personagens Guarda Mor, Mãe-Terra e Bastião
Turnê passará por sete municípios mineiros, do Vale do Aço e Região Sudoeste (foto: Cia. Candongas/Divulgação)
A peça “O Monstro do Lixo”, produzida e criada pela Cia. Candongas e patrocinada pela Copasa, está em turnê por sete cidades mineiras, visitando nove escolas públicas, municipais e estaduais, do Vale do Aço e Região Sudoeste de Minas Gerais. O espetáculo busca conscientizar as crianças sobre o consumo consciente e a preservação da natureza.

A turnê, que segue até o dia 28 de abril, começou pelo município de Timóteo e passará também por Coronel Fabriciano, Caratinga, Guaranésia, São Sebastião do Paraíso, Itaú de Minas e Cássia. Ao todo, serão feitas 18 apresentações — duas vezes em cada instituição, contemplando os turnos da manhã e da tarde —, para alcançar o maior número de crianças.

Cultura como instrumento de conscientização

Segundo Gustavo Bartolozzi, de 48 anos, sócio-fundador e gestor da Cia. Candongas, a peça é essencialmente didática e discute sobre o consumo consciente e a preservação ambiental.

“É importante para todos nós cuidarmos da natureza, já que é algo que influencia na nossa qualidade de vida. Buscamos tratar sobre a importância do solo, da água, das plantas e do ar para a nossa vida. Além disso, também abordamos sobre substâncias que podem ser nocivas à Terra”, completou.

Gustavo explicou que o acúmulo de lixo é outra questão relevante e, sem perceber,  costumamos adquirir mais do que o necessário ao efetuar uma compra. “Um exemplo bem simples que costumo usar é quando vamos comprar um sapato novo. Na hora de sair da loja, o produto não somente tem papéis que ficam no seu interior e no seu entorno, como também tem a caixa e a sacola. Tudo isso é rejeito, já que o nosso interesse é o sapato. Portanto, o tempo todo estamos produzindo lixo”, disse.  

Na história da peça “O Monstro do Lixo”, que tem direção e dramaturgia  de Guilherme Théo e produção de Juliana Ribas,  Guarda Mor e Bastião são marujos que narram o sofrimento da Mãe-Terra, evidenciando a devastação da mata e a morte dos animais e dos rios.

Os causadores da devastação, que, à princípio, seriam os rejeitos do Monstro do Lixo — grande serpente inspirada em dragões chineses — são, na verdade, a compra e a produção desordenada, o desperdício e falta de reciclagem e reutilização do lixo.

De acordo com o sócio-fundador da Cia. Candongas, os temas são sugeridos com linguagem poética, ludicidade e músicas animadas. “Por sermos, além de artistas, educadores, pensamos em uma forma de despertar o interesse do público. Por isso, nosso intuito foi falar sobre o assunto de forma leve, mas também mostrando que a situação é preocupante, e isso consegue ser evidenciado nos dois personagens. Enquanto o Bastião é mais engraçado, o Guarda Mor é mais sério”, explicou.

Os três personagens principais durante apresentação
Figurinos, adereços e instrumentos musicais usados na peça foram confeccionados por materiais reciclados e/ou reutilizados, pelo artista Adriano Borges (foto: Cia. Candongas/Divulgação)
Gustavo também ressalta que outro ponto que desperta a atenção das crianças é o figurino dos artistas e o Monstro do Lixo, feito com material reciclável, assinados pelo artista plástico Adriano Borges. “Alguns deles têm contato com a tradição da Folia de Reis e, por isso, se familiarizam com os personagens. Já os outros que não estão acostumados, ficam completamente curiosos e surpresos”, afirmou.

“O Monstro do Lixo”, além de ser inspirado em festas e folguedos populares de Minas Gerais, também buscou incentivo na história de Nossa Senhora da Aparecida, Padroeira do Brasil. “Assim como os marujos encontraram e salvaram Nossa Senhora na água, na peça, os dois marujos vão buscar proteger e cuidar da Mãe-Terra”, disse.

Política de educação ambiental pretende alcançar todo o estado

Conforme Gustavo, a temática não surgiu de modo casual, e sim a partir da necessidade de implementar uma política de educação ambiental. “A iniciativa ocorreu após uma reunião na Assembleia de Minas Gerais (ALMG), no final de 2019, onde a Copasa reconheceu que deveria voltar com os programas que ressaltam a importância do meio ambiente. Disse, ao responsável pela comunicação da empresa, que tinha a solução ideal para retomar essas atividades. A partir disso começamos a pensar no projeto”, disse.

O propósito era entrar em turnê com a peça por todo o estado, porém, devido à pandemia, o programa teve que aguardar até o final de 2021. “No ano passado, apresentamos a peça em BH e Região Metropolitana. Ao todo, foram 22 peças em diversas escolas públicas. Após encerrar as atividades, começamos a organizar para levar o espetáculo a outras cidades atendidas pela Copasa”, disse o gestor da Cia. Candongas.   

O Circuito Copasa de Meio Ambiente, parceria entre a companhia de teatro e a estatal, que integra “O Monstro do Lixo”, pretende chegar em outros municípios mineiros, alcançando e levando a informação para o maior público possível. “Estamos planejando fazer mais 62 espetáculos por Minas. No entanto, ainda precisamos alcançar recursos financeiros para colocar o projeto em prática. Ao todo serão 102 apresentações, contando com a turnê”, falou.

A Copasa informou que está muito contente com a iniciativa e que busca “contribuir para a formação de cidadãos aptos à ação proativa, bem como a identificação e solução de problemas socioambientais do cotidiano”.

Mobilização das crianças e da sociedade

Segundo Gustavo, a resposta das crianças está sendo positiva e que nota a seriedade delas quando o verdadeiro vilão da dramaturgia é revelado. “A partir disso, eles criam uma consciência que ficará com eles. Na música final do espetáculo, as crianças e adolescentes cantam com empoderamento e bem-querer pela Mãe-Terra”, completou.


Apresentação realizada durante a turnê
Crianças e adolescentes interagem e participam, por meio das canções, do espetáculo (foto: Cia. Candongas/Divulgação)
Durante o espetáculo, o público participa ativamente, interage e é convidado a participar das canções. Em uma delas, que exige uma percussão corporal, é enviado um vídeo-prévio à escola, a fim de ensinar os alunos a aprenderem a fazer o som da música no momento da peça.  

“É incrível assistir eles empenhados a aprender, assim que chegamos na escola, eles começam a fazer a percussão e mostrar para gente. Eles não param enquanto não souberem. Na hora do espetáculo, todos, ao mesmo tempo que fazem o som, cantam alto: ‘Caixa de sapato, saco, vidro e isopor. Pilha, bateria, tem sofá e monitor. Pet e óleo de cozinha (…)’. É gratificante”, relembrou Gustavo.

Além disso, o sócio-fundador da Cia. Candongas explicou que pelo público ser formado por crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos, eles buscam adaptar a interpretação. “Fazemos um trato conforme a platéia. Afinal, temos faixas etárias distintas, e os mais velhos exigem um certo amadurecimento de todos nós. Fazemos de tudo para adequar e conquistar o interesse deles”, disse.

O espetáculo também está contando com a mobilização social, já que representantes de órgãos públicos também estão indo assistir. “Já tivemos a presença de vice-prefeito, secretária da Educação, superintendente e outros funcionários da Copasa. Todos eles estão achando a iniciativa muito legal", contou.

Veja o depoimento de alguns deles:

 

 

 

Elenco

“O Monstro do Lixo” tem direção e dramaturgia de Guilherme Théo, produção de Juliana Ribas e Cleverson Eduardo (Dudu) como técnico de som. O elenco é composto por Cláudia Henrique, Guilherme Théo e Gustavo Bartolozzi.

Ainda, todos os adereços e figurinos, bem como os instrumentos musicais utilizados na peça são confeccionados com materiais reciclados e/ou reutilizados e são assinados pelo artista plástico, Adriano Borges da Cruz.

Confira a programação

Circuito Vale do Aço:

Timóteo (28 e 29 de março)
Escola Municipal Maria Aparecida Martins Prado, localizada na avenida Pinheiro, 2001 - Alphaville, e Escola Municipal de Timóteo, localizada na rua Rio São Francisco, 140 - Alvorada.

Coronel Fabriciano (30 e 31 de março):
Escola Municipal Maria das Graças Ferreira, localizada na rua Áustria, 692 - Corrego Alto, e Escola Municipal Otávio Cupertino dos Reis, localizada na rua Padre Camilo Didone, Bairro - Jardim Primavera

Caratinga (1 de abril):
Ginásio Dário da Anunciação Grossi, localizado na avenida Moacyr de Matos, 49 - Centro

Circuito Sudoeste de Minas:


Guaranésia (25 de abril):
Escola Municipal Olavo Vilas Boas, localizada na rua Bartolomeu Lauria, 60.

São Sebastião do Paraíso (26 de abril):
Escola Municipal Ibrantina Amaral, localizada na rua Antônio Ananias, 690.

Itaú de Minas (27 de abril):
Escola Municipal Monsenhor Ernesto Cavicchioli, localizada na rua José Taliberti Sobrinho, 401.

Cássia (28 de abril):
Escola Municipal Allan Kardec, localizada na rua Silene Farah, 22.

A ação é realizada no âmbito da Lei Federal de Incentivo à Cultura celebrado entre a Companhia Candongas e Outras Firulas e a União, por intermédio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Secretaria da Economia Criativa. Além disso, conta com o patrocínio do Governo Federal e da Copasa e o apoio do Governo de Minas Gerais, Pessoa Comunicação, Café Pingado e Lab Front.

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 

 


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