A dicotomia entre peso e leveza chama a atenção em “O voo de Pégaso”, mostra que reúne 25 peças de Iole de Freitas na galeria do Centro Cultural Unimed-BH, na capital mineira.
Leia Mais
Ouro Preto ganha novo museu com mais de mil peças barrocasNove artistas propõem nova forma de desenhar, na mostra 'Dias fora de tudo'Nova exposição do CCBB-BH aborda o universo dos jogos e da interatividadeNemer expõe em BH aquarelas que produziu com a 'disciplina' da pandemiaTributo à potência da palavra, 'Encerramento do amor' faz temporada em BHLivro de ensaios analisa a Bienal de São Paulo e seus 70 anos de trajetóriaMITOLOGIA
O conceito vem do mito de Pégaso, cavalo que alça voo com destreza e delicadeza. Iole conta que enfrentou a pandemia por meio da criação dessas peças, produzidas em um galpão e no ateliê em seu apartamento, no Rio de Janeiro.
“Se não tivesse feito isso, não teria a oportunidade de amadurecer os projetos para essa exposição”, comenta.
Um dos destaques é “Iglu barroco”, no final da galeria, que sugere um abraço de despedida no observador. “Você chega, ele está de costas para você. Ele abraça o espaço, mas se você girar, ele abraça você também”, explica Iole.
Já “Arruaça” traz corpos escultóricos atrelados à parede por barras semelhantes a parafusos de aço, com torções que sugerem movimentações corporais. O conjunto lembra coreografias de dança, arte que influenciou os trabalhos de Iole de Freitas.
“Alalaô” foi batizada com o nome do quiosque no Arpoador, no Rio de Janeiro, onde foi exibida pela primeira vez.
“Ele ficava na beira da calçada. Através dessa forma circular totalmente vazada, você via a areia, você via o mar, você via as Ilhas Cagarras ao fundo. Você via o céu. Parecia um Pancetti natural”, comenta Iole, referindo-se ao pintor modernista cujas paisagens se tornaram famosas.
A artista conta que as pessoas interagiam com a obra ao passar pelo calçadão carioca, revelando que “Alalaô” recebeu resposta do público.
Em cartaz até 26 de junho em BH, “O voo de Pégaso” tem o propósito de oferecer experiência sensorial diferente ao público.
“Deixei bastante espaço vazio para que as obras de grande porte possam interagir com esse espaço, fundindo parede, chão, teto, obra e público”, diz a artista.
“O VOO DE PÉGASO”
Esculturas de Iole de Freitas. Galeria de Arte do Centro Cultural Unimed-BH, no Minas Tênis Clube. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. De terça a sexta-feira, das 10h às 20h; sábado, domingo e feriado, das 11h às 18h. Entrada franca. Capacidade: 50 pessoas. Até 26 de junho.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria