O lançamento coletivo de livros publicados pela Impressões de Minas vai marcar, neste sábado (9/4), a partir das 13h, a retomada das atividades da editora junto ao público. Com a presença dos autores Mário Alex Rosa, Jovino Machado, Eduardo Rennó, Rafael Fava Belúzio, Mário Vinícius, Vagner Moreira, Rafael Fares e Ana Paula Dacota, será realizado o Sarau Literário Impressões.
Wallison Gontijo, editor-executivo da Impressões de Minas, diz que a realização do sarau foi proposta pelos próprios autores. Ao longo dos últimos dois anos de pandemia, livros da editora tiveram lançamentos esparsos, pulverizados e de forma remota. Mas agora, com cenário epidemiológico mais seguro, é possível retomar a rotina.
LEITURAS
“A gente não conseguiu fazer o lançamento presencial de nenhum livro dessa turma de autores. No final do ano passado, alguns deles – Mário Alex Rosa, Jovino Machado e Ana Paula Dacota – sugeriram um movimento para lançá-los fisicamente. Como estarão todos presentes, veio a ideia do sarau, com a proposta de eles lerem para o público as obras uns dos outros e as próprias”, explica Gontijo.
“Casa”, de Mário Alex Rosa, “Trilogia do álcool e outros poemas”, de Jovino Machado, “A mão é uma pista de voo”, de Ana Paula Dacota, e “Árvore nômade”, de Rafael Fares, com ilustrações do artista plástico Jaider Esbell, que morreu no ano passado, compõem o pacote, entre outros títulos. Com exceção do último – prosa poética –, todos os outros são de poesia.
Gontijo ressalta, a propósito, que uma das ações do sarau será a produção de uma obra à parte, composta por poemas assinados pelos escritores presentes.
“Vamos colher um poema inédito de cada um deles e fazer a impressão ao vivo para o público ver, uma espécie de showroom de impressão. Então, vai ter o sarau propriamente dito, vai ter a banca da editora com os livros que estão sendo lançados e vai ter a dinâmica da impressão na hora da coletânea inédita de poemas”, explica.
Empolgado com a reabertura do Espaço Impressões, Gontijo diz que a editora pretende realizar eventos similares pelo menos a cada dois meses em sua sede, no bairro Floresta. Até a chegada da pandemia, o espaço vinha sendo utilizado para cursos e feiras, entre outras atividades.
DIÁLOGOS
O editor destaca que os encontros podem girar em torno de temáticas específicas, abrangendo várias linguagens artísticas em diálogo com a literatura.
“Podemos chamar a turma das artes visuais ou da música, por exemplo. A gente já lançou trabalhos do Otto, do China – um livro com ilustrações da Tulipa Ruiz – e de vários outros músicos. Queremos fazer encontros específicos, relacionando tudo com a literatura, com direito a intervenções artísticas. Podemos propor experimentos, como estabelecer o diálogo do som das máquinas de imprimir em atividade com um número musical ou uma exposição de artes visuais que se relacione com o texto”, afirma.
Outra ideia é um evento com escritores que lidam com a oralidade. “Tem os autores do ‘Ouvido falante’, coleção que publicamos e já tem quatro títulos, reunindo poetas de Aracaju, como o Allan Jonnes. Eles trazem a oralidade para dentro da poesia escrita, estabelecendo pontes com o slam e com a cultura hip-hop. Vamos pensar num encontro com essa turma”, adianta.
CURSOS
Está prevista para maio a realização de dois cursos no Espaço Impressões. Edição e produção de livros, que Wallison Gontijo ministra ao lado de sua sócia na editora, Elza Silveira, e Poesia pela boca: oralidade e videopoesia, a cargo do poeta sergipano Pedro Bomba. O primeiro terá duração de um mês, com foco no processo de edição de um livro.
“Vamos mostrar de maneira sucinta desde a concepção do que será a obra até o livro impresso, pronto para ser distribuído. A Elza fica mais com a parte de edição de texto e imagem, eu entro com a visão geral, falando de como a editora funciona e sobre o processo gráfico para se chegar à materialidade do livro. A ideia é dar uma visão geral de todo o processo”, adianta Gontijo.
Todas essas ações têm o objetivo de promover encontros – vocação da Impressões de Minas desde sua criação.
“A gente gosta do livro como objeto, então o encontro é importante porque a pessoa pega no livro, sente o cheiro do livro, e isso aproxima o leitor da editora. A proximidade estimula as pessoas a se interessarem pelo livro, pelo processo de sua feitura. O Espaço Impressões foi criado com o intuito de aproximar o público, de pensar e fazer o livro”, conclui Gontijo.
SARAU LITERÁRIO IMPRESSÕES
Neste sábado (9/4), a partir das 13h, no Espaço Impressões (Rua Bueno Brandão, 80, Floresta). Entrada franca.