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Estado de Minas MÚSICA

Disco 'voz e violão' marca a despedida de Alceu Valença e Paulo Rafael

Parceira durante 46 anos, dupla gravou 11 faixas durante a pandemia, entre hits e 'valencianas' menos conhecidas. Guitarrista morreu de câncer há sete meses


18/04/2022 04:00 - atualizado 18/04/2022 07:36

Alceu Valença, usando chapéu de vaqueiro, aponta para a frente, ao lado do guitarrista Paulo Rafael, na pista de um aeroporto. Ao fundo, vê-se um avião
Alceu Valença e Paulo Rafael, morto em agosto de 2020, levaram novas sonoridades para a música nordestina (foto: Instagram/reprodução)

 

Alceu Valença foi um dos artistas brasileiros que melhor aproveitou a quarentena imposta pela pandemia, produzindo uma série de discos de sonoridade acústica, gravados no formato voz e violão. No álbum mais recente, ele celebra o legado de sua prolífica parceria com o guitarrista Paulo Rafael, que durou 46 anos.

“Alceu Valença e Paulo Rafael”, que acaba de ser lançado pelo selo Deck, ressalta a perfeita conexão entre os arranjos e solos do instrumentista e a obra do cantor e compositor pernambucano. Reunidos em estúdio carioca, Alceu cantou e tocou violão; Paulo assumiu a guitarra e o violão de aço.

CLÁSSICOS

O repertório traz releituras de canções que se tornaram marcantes na trajetória de Alceu, como os clássicos “Anunciação”, “Cavalo de pau”, “Girassol” e “Na primeira manhã”.

O disco também revela algumas “valencianas” menos conhecidas pelo grande público, como “Amor que vai”, “Eu vou fazer você voar”, “Sete desejos” e “Sino de ouro”.

A elas se juntam a inédita “Fada lusitana”, composta entre as muitas idas e vindas de Alceu a Portugal, e a recriação de “Sabiá”, pinçada do legado de Luiz Gonzaga e Zé Dantas – referências importantíssimas no trabalho dele. Outro destaque do álbum é a capa, uma xilogravura do consagrado artista plástico pernambucano J. Borges.

Natural de Caruaru, ex-integrante de grupos seminais da psicodelia pernambucana como Tamarineira Village e Ave Sangria, o pernambucano Paulo Rafael morreu em agosto de 2021, aos 66 anos, de câncer no fígado. Ele entrou para a banda de Alceu em 1975 e, a partir da década de 1980, foi produtor dos discos do amigo e parceiro.

Paulo Rafael se tornou conhecido por imprimir a força do rock a canções que traziam a marca da música regional nordestina. Sua banda Ave Sangria se tornou expoente do “udigrudi” setentista. Em 1974, o único disco do grupo foi censurado pelo governo militar.

 

Ouça "Eu vou fazer voar":

PSICODELIA

Aclamado pelo talento como guitarrista, Paulo participou de outro ícone da psicodelia “udigrudi”: o LP “Paêbirú” (1975), parceria dele com o pernambucano Lula Côrtes e o paraibano Zé Ramalho.

“Grande amigo, Paulo Rafael tocou comigo durante 46 anos, sem nenhuma desavença. Falávamos todos os dias, mas ele nunca fazia comentários sobre a gravidade da doença que o vitimou. Para levantar o astral, o convidei para uma turnê por Portugal, que, obviamente, acabou não ocorrendo. Mas ele veio ao Rio de Janeiro e ainda pudemos fazer juntos este álbum de despedida”, comenta Alceu, em tom nostálgico.

 

Os músicos Paulo Rafael, de cabelo comprido, e Alceu Valença, de chapéu, entre cacto e girassol na xilogravura criada por J. Borges
Detalhe da xilogravura de J.Borges que ilustra a capa do disco de Paulo Rafael e Alceu Valença (foto: Deckdisc/reprodução)
 

“ALCEU VALENÇA E PAULO RAFAEL”

. Disco de Alceu Valença e Paulo Rafael
. 11 faixas
. Deckdisc
. Disponível nas plataformas digitais
 


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