Dois editais ligados à Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte contemplam com R$ 10 milhões projetos que privilegiem a acessibilidade e a democratização do acesso a produções e espaços artísticos. A publicação, na última quinta-feira, definiu que 3% dos recursos do Fundo Municipal de Cultura serão destinados a atividades nas regionais de BH.
Fabíola Moulin, secretária municipal de Cultura da capital, destaca o caráter descentralizador dos editais. “A cidade tem histórico de concentração muito grande na Região Centro-Sul, enquanto outras áreas ficavam sem possibilidade de participação, tanto dos artistas locais quanto das atividades levadas a todos os territórios”, observa.
DIVERSIDADE
O Edital Multilinguagens contempla com R$ 8,2 milhões as áreas de artes visuais, design, circo, dança, literatura, leitura, música, patrimônio cultural e teatro, além de propostas multissetoriais, que abrangem mais de uma área.As inscrições podem ser feitas até 16 de maio, na plataforma on-line Mapa Cultural BH, no site da Prefeitura de Belo Horizonte, onde estão disponíveis o edital e formulários.
Por sua vez, o Edital BH nas Telas destinará R$ 1,68 milhão a projetos da área audiovisual. “Desde 2017, a prefeitura tem lançado editais e encaminhado recursos para o setor. Essa continuidade é muito importante para fomentar a cultura na cidade”, aponta Fabíola.
Serão contempladas seis categorias: difusão (realização de festivais, manutenção de espaços culturais e distribuição independente de obras audiovisuais), roteiro, produção (documentário, ficção e animação), jogos eletrônicos, audiovisual comunitário e pesquisa em formato livre. As inscrições também podem ser feitas no site da PBH até 18 de maio.
A secretária de Cultura destaca a contrapartida sociocultural exigida dos projetos aprovados, para que a população obtenha retorno do investimento realizado pelo poder público. “Os empreendedores podem desenvolver ações nos espaços culturais da cidade ou fazer produtos culturais que serão doados às escolas públicas”, explica.
De acordo com Fabíola, o apoio a projetos culturais é fundamental tanto após a paralisação das atividades devido à pandemia quanto no período de retomada da programação.
“Enquanto em outras instâncias governamentais há dificuldade de firmar o setor cultural e incompreensão sobre o papel fundamental que a cultura tem na cidadania e na identidade de um povo, BH adota uma posição exemplar”, afirma Fabíola.
Os empreendedores podem desenvolver ações nos espaços culturais da cidade ou fazer produtos culturais que serão doados às escolas públicas
Fabíola Moulin, secretária de Cultura de BH
DINÂMICA
A secretária lembra a importância do setor para a dinâmica da cidade, gerando emprego e renda não só para artistas, mas para profissionais que atuam nos bastidores da produção cultural.“A cultura movimenta a cidade”, diz Fabíola, citando restaurantes, bares e a atividade de ambulantes como parte da cadeia de produção.
Mais dois editais, segundo ela, serão liberados este ano: Zona Cultural Praça da Estação e Descentra, que se destinam ao Hipercentro e a regiões periféricas da capital mineira.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria