Jornal Estado de Minas

TEATRO

Peça 'Violetas na janela' busca oferecer alento nestes tempos de pandemia


Em cartaz há 25 anos com sua mensagem espiritualista, a peça “Violetas na janela”, estrelada por Ana Rosa – rosto conhecido da TV –, será apresentada nesta sexta (22/4) e sábado, às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium, em Belo Horizonte.



Vida, morte e esperança são temas do espetáculo, que ganha novos contornos nestes tempos de pandemia, que já levou mais de 600 mil brasileiros desde 2020. 

“É um espetáculo muito bonito, porque ensina, metafisicamente, o que é a morte e como é depois dela”, comenta Ana Rosa. “Ele proporciona grande consolo para pessoas que perderam parentes recentemente, para as mães que perderam seus filhos. A longa carreira do espetáculo não é apenas porque é diversão, uma distração. Na verdade, ele planta uma sementinha”, afirma a atriz.

Ana Rosa deixa claro que não se trata de um texto destinado a kardecistas. “O espetáculo não é só para espíritas, isso é muito importante ressaltar. Sempre digo: as pessoas vão assistir a uma peça de teatro com atores profissionais e trilha sonora lindíssima”, observa. “Qualquer pessoa, seja católica ou evangélica, assiste e gosta, porque ele não fere e nem vai contra a religião de ninguém, além de não fazer proselitismo.”



Foi a própria Ana Rosa quem adaptou para o palco o best-seller “Violetas na janela” (Editora Petit), psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho. Ele conta a história de Patrícia, sobrinha da autora, que morreu aos 19 anos. Por meio de mensagens, a jovem revela sua nova vivência em outra dimensão, numa colônia onde há hospitais e bibliotecas.

Ana Rosa e o marido, o ator Guilherme Corrêa, frequentavam um centro espírita no Rio de Janeiro, colaborando com esquetes e encenações para eventos da instituição. Em 1995, o casal perdeu a filha Ana Luísa, de 18. Logo após a morte da jovem, a atriz ganhou o exemplar de “Violetas na janela” de uma vizinha que morava em frente a seu prédio, a quem não conhecia. Naquele Natal, Guilherme recebeu o mesmo livro de amigo oculto. Colegas de faculdade também presentearam a filha deles com um exemplar.

“Não acredito em coincidências, pois elas não existem. Quando o presidente do centro espírita nos convidou para fazer algo no evento de lá, pensei: por que não fazer uma adaptação desse livro?”, relembra Ana Rosa.



A direção do centro espírita solicitou autorização à autora e à editora do best-seller. Proposta aceita, Ana e Guilherme passaram a trabalhar na adaptação do texto para o palco, o que levou mais de um ano, pois ambos tinham compromissos na TV.

O centro espírita produziu a peça, Ana Rosa e o marido assumiram a direção. “Eu e Guilherme trabalhávamos como atores, minhas filhas também. Convidamos outros profissionais e estreamos no Teatro Vannucci, no Rio de Janeiro, em maio de 1997. Foi um sucesso, que continua até hoje”, comenta a atriz. “Fizemos temporada de nove meses lá, sempre com casa lotada.”

O casal comprou os direitos da produção e rodou o Brasil com a peça. “Viajamos durante 11 anos, ininterruptamente”, informa ela. Ana e o marido interromperam as temporadas por um período, devido a compromissos dos dois na TV.



“Em 2006, infelizmente, Guilherme desencarnou e demos outra parada. Depois, chamei um colega para substituí-lo e fizemos outra temporada no Teatro Vanucci. De 2016 para cá, estamos com o atual elenco de 14 atores”, conta.

Ana Rosa diz que o objetivo da peça não é doutrinar o público. “Alguns acreditam na vida após a morte, outros não. Filmes como 'Ghost' e 'O sexto sentido' fizeram enorme sucesso. Acredite ou não, a pessoa assistiu a um filme muito bonito – o mesmo se aplica ao nosso espetáculo. Porém, no caso daqueles que gostam ou aceitam (a vida pós-morte), a peça vai tocar mais ainda”, garante. 
Depois de Belo Horizonte, “Violetas na janela” cumpre nova temporada no estado do Rio de Janeiro e no Sul do país.

“VIOLETAS NA JANELA”
Nesta sexta (22/4) e sábado (23/4), às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Plateia 1: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada). Plateia 2: R$ 90 e R$ 45. Plateia 3: R$ 80 e R$ 40. À venda na bilheteria do teatro e na plataforma Sympla.