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Estado de Minas MÚSICA

Áureo Lopes faz sua estreia como compositor em 'Outras esquinas'

Novo trabalho do contrabaixista traz nove faixas autorais e participações de Tadeu Franco e Chico Amaral


25/04/2022 04:00 - atualizado 25/04/2022 08:17

compositor e contrabaixista Áureo Lopes
Músico mineiro mistura bossa nova e jazz soul no novo álbum, que também ganhou edição japonesa (foto: DIVULGAÇÃO )

Estreando como compositor, o contrabaixista Áureo Lopes chega às plataformas digitais com o álbum “Outras esquinas”. Com nove faixas autorais, o disco ganhou também edição japonesa, distribuída pela gravadora Mocloud.

Acompanhado por nomes reconhecidos, Áureo mostra habilidade na criação de melodias e harmonias e na interação com os outros instrumentistas, no modo discreto de atuar como baixista e bandleader.

O núcleo de “Outras esquinas” é formado pelos músicos Gustavo Figueiredo (piano, teclado e arranjos), Lincoln Cheib (bateria), Amauri Ângelo (violão e guitarra), além do próprio Áureo Lopes (baixo e vocal). O álbum contou ainda com as participações do cantor Tadeu Franco (“Chão de Minas”), da cantora Camilla Leonel (“Marítimo”), do saxofonista e compositor Chico Amaral (“77”). O percussionista Bill Lucas participou de “Guima” –  homenagem ao músico Renato Guima, do grupo Lombinho Com Cachaça, morto em 2018 em acidente na BR-262 – e também na faixa “Jobi”.

No álbum, viabilizado por meio da Lei Aldir Blanc, Áureo conta que o baixo não é predominante, mas equivalente aos outros instrumentos. Ele revela que quis fazer um disco de compositor, e não de baixista. “Quem ouvir ‘Outras esquinas’ perceberá que não há nenhum baixo em primeiro plano, ofuscando os outros instrumentos, pois nesse trabalho quis privilegiar as composições, os arranjos e as sonoridades que o grupo produziria.”

As faixas de “Outras esquinas” mostram gêneros como bossa nova, jazz soul e música mineira, ao mesmo tempo em que recriam a sonoridade da música instrumental do final dos anos 1960 e início de 1970, por meio do uso de um piano elétrico Fender Rhodes. “Uma das minhas intenções nesse trabalho foi buscar recriar a sonoridade daquela época, que gosto e estudei recentemente. O swing está no nosso DNA”, garante Áureo.

Para compor, o artista trabalha utilizando o violão e o baixo. “Algumas das músicas, como ‘Chão de Minas’ e ‘Casa branca’, fiz ao violão, desenvolvendo harmonia e temas; outras, como ‘R2D2’ e ‘77’ surgiram primeiro como linhas de baixo, com a melodia sendo feita depois.”

INSTRUMENTAL 

O músico revela que esse trabalho foi todo composto durante o período pandêmico, entre 2020 e 2021. “Na verdade, foi gravado em março de 2021, no Estúdio Ultra. Todas as composições são 100% minhas e 100% instrumentais. Tem também instrumental/vocal junto, como na participação de Camilla Leonel em ‘Marítimo’ e duas que eu canto também, mas sem letras.”

Áureo conta que tem uma carreira longa, acompanhando outros artistas. “Depois, atuei também como empresário no setor de eventos artísticos, mas com a pandemia resolvi retomar a minha carreira de forma autoral, lançando meu nome como artista mesmo. Embora também faça canções, resolvi sair pela tangente instrumental, porque estava estudando bastante e isso resultou nesse álbum, que é influenciado pelas coisas que ouço, desde o jazz tradicional, passando pelo fusion e, principalmente, pela música brasileira de uma forma geral.”

O baixista diz que tem a pretensão de lançar também o CD físico em breve. “Teve um lançamento no Japão, feito pela gravadora MoCloud, e o pessoal falou que quer distribuir o disco lá. Confesso que não iria fazer inicialmente, porque não está compensando, mas, para o Japão, acredito que valha a pena. Com isso, aproveito também para vender aqui no Brasil”, diz Áureo.

CAPA 

O músico relembra que fez show de lançamento do disco, mas que o material ainda não está editado. “Devo transformá-lo em videoclipes de algumas músicas. ‘Outras esquinas’ foi arranjado e produzido por mim e pelo pianista Gustavo Figueiredo”, revela.

Áureo conta que a capa do disco está sendo muito elogiada e foi feita pelo Jean Barberi, artista gráfico de São Paulo. “Ele já fez capas para Ed Motta e Fernanda Abreu, entre outros, e está entre os 150 maiores ilustradores do mundo, eleitos por uma publicação especializada do exterior. Esse é um dos motivos pelos quais os japoneses gostaram, pois não é só a música, é a embalagem também. Sou um colecionador de disco, então dou muito valor a esta arte.”

Segundo Áureo, o lançamento está tendo ótima repercussão. “Tive a sorte também de o Ed Motta ouvir esse disco antes, pois ele me mandou um áudio de três minutos elogiando o trabalho e ainda fez um texto para mim que considero como troféu. Ele disse: ‘Me desculpe interferir no seu trabalho, mas acho que você deveria buscar um mercado fora do Brasil, pois esse é um disco internacional'.”

INFLUÊNCIAS 

Nascido em Itabirito, Áureo Lopes iniciou carreira muscial em 1997. Em 1999/2000, gravou o disco da banda Moog Magoo, no qual foi o principal compositor. O músico já tocou e gravou com vários artistas, entre os quais Leoni, Patrícia Ahmaral, Ricardo Koctus (Pato Fu) e Tino Gomes.

Suas primeiras influências foram baixistas do pop rock brasileiro, principalmente Liminha, Arnaldo Brandão e Leoni (Kid Abelha, Heróis da Resistência), com quem chegou a tocar. Mais tarde, buscando aprofundar seus conhecimentos e aprimorar sua técnica, passou a ouvir instrumentistas brasileiros e mestres do jazz, como Arthur Maia, Nico Assumpção, Jaco Pastorius, Miles Davis e John Coltrane.

Capa do Disco 'Outras esquinas', feita pelo arista gráfico Jean Barberi
Capa do Disco 'Outras esquinas', feita pelo arista gráfico Jean Barberi (foto: Jean Barberi/REPRODUÇÃO)

“OUTRAS ESQUINAS”
.Disco de Áureo Lopes
.9 faixas
.Disponível nas plataformas digitais


REPERTÓRIO
“77”
“CHÃO DE MINAS”
“CASA BRANCA”
“R2D2”
“GUIMA”
“RIO/OKINAWA”
“MARÍTIMO”
“JOBI”
“BELA DA TARDE”



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