Dois anos e meio depois, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais volta à Savassi, em Belo Horizonte. O concerto deste domingo (1º/5), às 11h, é sua primeira apresentação em praça pública desde então. O repertório contará exclusivamente com música brasileira, a começar pelo “Hino Nacional”.
“Como nós estamos celebrando os 200 anos da Independência, achei importante incluir a música brasileira, principalmente aquela com vínculo com o folclórico. Escolhemos compositores que se influenciaram muito pela raiz da música mais popular, como Lorenzo Fernandes, Francisco Mignone e Guerra-Peixe”, afirma Fabio Mechetti, regente titular e diretor artístico da Filarmônica.
SEMANA DE 22
A linha mais nacionalista vai ao encontro de outra efeméride, o centenário da Semana de Arte Moderna, que foi a tônica do concerto inaugural da Filarmônica deste ano, na Sala Minas Gerais. Parte do repertório desta manhã já é bem conhecido do público.
Mechetti, no entanto, chama a atenção para peças não usuais em concertos a céu aberto, como as duas do compositor, pianista e regente Alberto Nepomuceno, “O Garatuja: Prelúdio” e “Batuque”. “Existe repertório que não funciona em ambiente aberto. Então, tivemos a preocupação de escolher peças efetivas para esse tipo de local. São mais otimistas, animadas, para chacoalhar o público deste momento da COVID.”
Tanto para o público quanto para os músicos, tocar repertório clássico ao ar livre é “outra experiência”, acredita o maestro. “Do ponto de vista acústico, logicamente não é o ideal. Mas é ótima oportunidade para a orquestra levar a música sinfônica para um público diversificado, gente que não teve oportunidade de ver a orquestra ainda. Ao mesmo tempo em que introduzimos boa música, devolvemos à comunidade o apoio que recebemos.”
O concerto deste Dia do Trabalhador será o primeiro da nova temporada ao ar livre, garante Mechetti. “Esperamos que seja a retomada do programa da Filarmônica em praças no inverno”. As datas não foram fechadas, mas já estão programadas apresentações em Congonhas, Divinópolis e Itabirito, em julho, e Paracatu, Araxá e Betim, em agosto.
ALFABETO
O próximo concerto na Sala Minas Gerais ocorrerá em 7 de maio, com apresentação do programa “Fora de série”, sob a regência de Mechetti. Sempre realizados no final da tarde dos sábados, os concertos foram concebidos a partir das letras do alfabeto. Cada apresentação privilegia o repertório do grupo de compositores de uma reunião de letras.
O programa começa com “Sonata pian’ e forte”, do italiano Giovanni Gabrieli. Compositor e organista, foi um dos músicos mais influentes da chamada Escola Veneziana no século 16, período em que Veneza era o maior centro comercial do mundo.
Na sequência será executada a “Suíte Holberg”, de Edvard Grieg, o principal compositor escandinavo do século 19. De Haydn, que com Mozart e Beethoven personificou a “Trindade Clássica Vienense”, foi escolhida a “Sinfonia nº 100”. O encerramento se dará com “Fragmentos turcos”, do russo Mikhail Ippolitov-Ivanov.
Na sequência será executada a “Suíte Holberg”, de Edvard Grieg, o principal compositor escandinavo do século 19. De Haydn, que com Mozart e Beethoven personificou a “Trindade Clássica Vienense”, foi escolhida a “Sinfonia nº 100”. O encerramento se dará com “Fragmentos turcos”, do russo Mikhail Ippolitov-Ivanov.
FILARMÔNICA NA PRAÇA
Neste domingo (1º/5), às 11h, na Praça da Savassi. Entrada franca.REPERTÓRIO
>> Hino Nacional Brasileiro De Francisco Manuel da Silva
>> O Garatuja: Prelúdio De Alberto Nepomuceno
>> Batuque De Alberto Nepomuceno
>> Tiradentes: Prelúdio do 3º ato De Eleazar de Carvalho
>> Congada, dança afro-brasileira De Francisco Mignone
>> Ponteio De Gilberto Mendes
>> Mourão De Guerra-Peixe
>> Batuque De Lorenzo Fernandez
>> Fosca: Sinfonia De Carlos Gomes
>> O Guarani: Protofonia De Carlos Gomes
FILARMÔNICA NA PRAÇA
Neste domingo (1º/5), às 11h, na Praça da Savassi. Entrada franca.