Depois de uma estreia olímpica em Ouro Preto, no último dia 29, a ópera “Aleijadinho” chega agora a Belo Horizonte e cumpre temporada a partir deste sábado (14/5), com récitas também nos próximos dias 16, 18 e 20, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes.
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Responsável pelo cenário, Renato Theobaldo observa que o palco italiano e o urdimento do Palácio das Artes dão condições de criar novas movimentações e nuances, como no primeiro ato – uma grande cena coral numa fictícia taberna de Vila Rica, onde Aleijadinho se encontra com os inconfidentes.
“O conceito de velas de projeção empregado em Ouro Preto continua criando uma dinâmica de movimentação de cena com iluminação diferenciada. O fato de estar em uma caixa cênica permite a alternância de linguagem gráfica, uma espécie de ‘lanterna mágica’ delineando toda a cena em luz e sombra, o que irá remeter a Ouro Preto”, observa.
Já para Ney Bonfante, que responde pela iluminação do espetáculo, a ideia para a estreia em Ouro Preto foi minimizar as influências que uma apresentação ao ar livre sofre, como clima, vento e iluminação pública. Tudo foi pensado para que o público se concentrasse na história sendo contada, com menos detalhes e mais foco no âmbito geral.
“Já a montagem no Palácio das Artes conta com toda a estrutura de uma casa de espetáculos. A iluminação entra para somar e ajudar a contar a história, selecionando, climatizando e esculpindo as belíssimas imagens oferecidas pela cenografia e pelas projeções, além dos figurinos e da encenação”, afirma.
INÉDITA
A expectativa é que, assim como ocorreu em Ouro Preto, a temporada no Palácio das Artes atraia um público numeroso. O maestro Silvio Viegas, regente da ópera, chama a atenção para o fato de que “Aleijadinho” não representa apenas a produção de uma nova montagem realizada pela Fundação Clóvis Salgado, mas, principalmente, a oportunidade oferecida ao público de estar diante de uma obra inédita, contemporânea, com libreto escrito por André Cardoso e composição assinada por Ernani Aguiar.
Para a escrita do libreto, houve uma intensa pesquisa histórica, a fim de estruturar a construção da narrativa. Todos os personagens da ópera são reais e a cronologia é bem amarrada com os acontecimentos da época. O desenvolvimento dramático, no entanto, é ficcional, conforme destaca Cardoso.
“É uma história de ficção, um drama, então são necessários os elementos do drama. Até as vozes foram escolhidas de acordo com aquilo que é comum em uma ópera – Aleijadinho é um barítono, e o filho dele, que é seu antagonista, é um tenor, para que esse antagonismo estivesse também no timbre das vozes. O contratante que chega em Ouro Preto para convocar Aleijadinho para fazer os profetas é um baixo. Tudo isso foi usado como elemento para conduzir o drama”, diz o libretista.
A montagem de “Aleijadinho” integra a programação do Ano da Mineiridade, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais – projeto criado para celebrar os elementos que compõem a assinatura mineira, com suas tradições, costumes e histórias.
O espetáculo é também uma das atrações da Via Liberdade, uma nova rota turística e cultural conectando Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e a capital do país, Brasília, por meio de ações e programas estratégicos ao longo da BR-040 e seu entorno.
Já a mostra “Paixão, glória e suplício – Francisco Antônio Lisboa” tem como proposta ampliar o espectro de compreensão sobre as diversas formas de representação do artista Aleijadinho e de sua obra por meio da sétima arte.
Os filmes serão, em sua maioria, exibidos no Cine Humberto Mauro e, na plataforma CineHumbertoMauroMAIS, ficarão disponíveis de um a seis meses, integrando a coleção de clássicos mineiros e brasileiros.
A proposta da mostra é exibir obras que retratam diretamente a vida e a obra do artista, ao lado de outros títulos ambientados no universo lúdico de sua criação. O tema central também é a cidade de Ouro Preto, cenário de importantes produções da cinematografia mineira e nacional.
“ALEIJADINHO”
Ópera sobre o mestre do barroco. Composição de Ernani Aguiar e libreto de André Cardoso. Com Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais, Companhia de Dança do Palácio das Artes e solistas convidados. Estreia neste sábado (14/4), com récitas também nos próximos dias 16/5, 18/5 e 20/5, sempre às 20h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos para as plateias 1 e 2 a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada) e para a plateia superior a R$ 35 (inteira) e R$ 17 (meia-entrada). Informações: 3236- 7400
“PAIXÃO, GLÓRIA E SUPLÍCIO – FRANCISCO ANTÔNIO LISBOA”
Mostra de filmes, no Cine Humberto Mauro e na plataforma CineHumbertoMauroMais, do Palácio das Artes, de 20/5 a 26/5, com entrada franca. A programação está disponível no site da Fundação Clóvis Salgado