O Festival de Cannes abre nesta terça-feira (17/5) a sua 75ª edição, na cidade luxuosa da Costa Azul francesa, que promete grandes estrelas no tapete vermelho, como Tom Cruise, Kristen Stewart e Tom Hanks, mas também uma dose de atualidade com a guerra na Ucrânia.
O evento deseja virar a página da pandemia, que provocou o cancelamento da edição de 2020 e o adiamento para junho do festival de 2021. Mais de 35 mil pessoas são aguardadas, sem a obrigatoriedade do uso de máscara, para a mostra de cinema mais importante do mundo.
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"Top Gun: Maverick", dirigido por Joseph Kosinski e exibido em paralelo à competição, traz de volta um dos maiores sucessos cinematográficos dos anos 1980. Cruise, que produz o filme, volta a interpretar o piloto rebelde Pete Mitchell, acompanhado por Val Kilmer.
Vinte e um filmes disputarão o prêmio máximo do festival, que será anunciado pelo júri presidido pelo ator francês Vincent Lindon, em 28 de maio.
DISPUTA ACIRRADA
- Leia: Os 21 filmes na disputa pela Palma de Ouro no 75º Festival de CannesAlguns cineastas aspiram mais uma Palma de Ouro, como os irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne ("Rosetta" e "A criança") com "Tori et Lokita", o sueco Ruben Ostlund ("The square – A arte da discórdia") com "Triangle of sadness", ou o japonês Hirokazu Kore-eda ("Assunto de família"), com "Broker".
O espanhol Albert Serra participa com "Pacifiction", uma história de espionagem diplomática e testes nucleares no Taiti.
A competição oficial inclui cinco diretoras – um recorde na história do evento – e uma delas pode suceder Julia Ducournau, que no ano passado se tornou a segunda mulher a vencer a Palma de Ouro com "Titane".
A francesa Claire Denis apresenta "Stars at noon", uma tórrida história ambientada na Nicarágua dos anos 1980, e americana Kelly Reichardt narra o cotidiano de uma artista em "Showing up".
O russo Kirill Serebrennikov, conhecido por suas posições a favor da comunidade LGTB+, volta à disputa com "Tchaikovsky's wife", sobre a turbulenta relação entre o compositor russo e sua esposa. O cineasta não foi autorizado a viajar a Cannes nas duas ocasiões anteriores em que foi selecionado por ter sido condenado por desvio dinheiro, um caso denunciado como uma manobra política por seus defensores.
UCRANIANOS
Atualmente exilado, ele declarou recentemente à reportagem sobre o "horror, a tristeza, a vergonha, a dor" que sentia pela invasão da Ucrânia.O país invadido pela Rússia também estará presente em Cannes com vários cineastas, como o veterano Sergei Loznitsa e o novato Maksym Nakonechnyi, com um filme ambientado na guerra do Donbass, que começou em 2014. Também será exibido o filme póstumo do lituano Mantas Kvedaravicius, "Mariupolis 2", falecido em abril em Mariupol, cujas imagens feitas na localidade foram recuperadas por sua namorada.