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Estado de Minas ARTES CÊNICAS

Solidão em ritmo de pop rock na peça da Supersônica, que estreia em BH

Grupo brasiliense fala de dores e alegrias dos solitários em sua curta temporada no Teatro Marília, a partir desta sexta-feira (20/5)


19/05/2022 04:00 - atualizado 19/05/2022 00:05

Atriz Elisa Carneiro sorri com fone no ouvido, na peça Super só e outros videoclipes
Elisa Carneiro conta que pandemia de 2020 se refletiu nos personagens que surgiram há cinco anos (foto: Diego Bresani/divulgação)


Solidão, dilemas humanos e pop rock dão o tom à peça “Super só & outros videoclipes”, que ficará em cartaz de sexta-feira (20/5) a domingo (22/5), no Teatro Marília. A brasiliense Supersônica Cia. de Teatro chega a BH para apresentar o espetáculo escrito e dirigido por Miriam Virna, que também atua, canta e assina a trilha sonora.


“O musical teve como ponto de partida músicas que já existiam”, conta Miriam Virna, que as compôs antes de ter a ideia do espetáculo. “Quando mostrava as canções para as pessoas, elas sempre elogiavam a característica teatral, a narrativa delas. Daí veio a ideia de montar o espetáculo”.

Ator Lupe Leal, de óculos, segura livro aberto e olha para a câmera
Lupe Leal interpreta Fred e Marienilde em "Super só & outros videoclipes" (foto: Diego Bresani/divulgação )

HUMOR 

Apesar de tratar de um tema complicado como a solidão, Miriam diz que a peça traz humor, principalmente devido à atuação de Elisa Carneiro e Lupe Leal.

“A solidão é tratada da forma como acontece na vida real, com momentos leves, momentos densos e profundos. A ideia é a plateia chorar e rir logo em seguida”, comenta Miriam.

Em parceria com o diretor William Ferreira, ela criou o enredo em que quatro personagens (os “invisíveis”) vivenciam várias formas de solidão. O ambiente é típico de Brasília: uma quadra comercial/residencial, apelidada de “caixa de morar”.

Tímido e com dificuldades de se socializar, Fred ganha um cachorrinho de presente da mãe. Moça do interior de Minas Gerais, Drielly se muda para Brasília, trabalha como operadora de telemarketing e acaba viciada em videokê.

Marienilde, que trabalha no armarinho da quadra, sofre com o descaso da família, os filhos problemáticos e o marido. Ela atrai a atenção de Otacílio, o simpático zelador do prédio, recorrentemente azarado no amor.

Dois atores estarão no palco, além de Miriam: Elisa Carneiro interpreta Otacílio e Drielly; Lupe Leal vive Fred e Marienilde. “Pensamos que essa configuração pudesse ser a mais rica. Ela exige que a dramaturgia construa cenas em que podemos ter encontros que não dependam de quatro atores. Podemos ver dois atores mudarem de um personagem para o outro usando suas habilidades físicas e vocais”, afirma Miriam.

De blusa verde, dramaturga e compositora Miriam Virna posa de lado, segurando o violão, com as duas mãos, acima da própria cabeça
Miriam Virna escreveu a peça, compôs trilha sonora e performa clipes cênicos (foto: Diego Bresani/divulgação)


A atriz Elisa Carneiro diz que o público se identifica com os personagens. “Apesar de usarmos uma linguagem estética bem cartunesca, que poderia distanciar o público do vínculo humano com eles, fazemos questão de trazer os sentimentos da forma mais natural possível”, aponta.

Miriam interpreta a narradora da história e conduz as trajetórias dos personagens. Ela também canta nos “videoclipes” – momentos em que as canções substituem a encenação.

Cinco anos depois de estrear e com a COVID-19 em seu caminho, a peça volta aos palcos com novos elementos, fruto da vivência do elenco durante a quarentena.

“Não citamos a pandemia, mas ela ficou entranhada na interpretação e no subtexto”, defende Miriam. “Quando fazia o narrador, por exemplo, eu o fazia para fora e desenhado, em termos de movimentos físicos. Agora, ele está mais dark, sincero, humano e profundo. Isso vem da vivência e do isolamento da pandemia”.

Elisa Carneiro comenta que o momento experimentado por ela se reflete nos personagens que leva ao palco. “Nesses anos, vivenciamos, como humanidade, um período traumát7ico e triste. A pandemia modificou minha visão sobre várias coisas. Não tem como isso não atravessar meus trabalhos”, diz.

* Estagiário sob supervisão da  editora-assistente Ângela Faria

“SUPER SÓ & OUTROS VIDEOCLIPES”

Peça de Miriam Virna e William Ferreira. Com Elisa Carneiro, Lupe Leal e Miriam Virna. Desta sexta-feira (20/5) a domingo (22/5), às 19h, no Teatro Marília. Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia. R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Classificação indicativa: 14 anos. Informações: (31) 3277-4697 e (31) 3277-6319.


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