Jornal Estado de Minas

DISCO

Cantor Felipe de Oliveira leva a sua insurreição poética para o palco



“Terra vista da Lua” é o segundo álbum de Felipe de Oliveira, ex-“The voice Brasil”, considerado o melhor disco de pop rock no 2º Prêmio da Música Popular Mineira, realizado pela Rádio Inconfidência em 2021. Neste domingo (22/5) à noite, o cantor se apresenta no Teatro do Centro Cultural Unimed BH-Minas.





O espetáculo vai unir cinema, performance e música com a estética da ficção científica. “Pedi aos compositores canções que tinham a ver com ‘Queremos saber’, do Gilberto Gil, gravada pela Cássia Eller. Essa música tem exatamente o que eu queria: Gil usa a alegoria da ficção científica, raio laser e antimatéria para falar sobre questões contemporâneas e terrenas”, afirma Felipe.

IMAGEM 

Graduado em cinema e fanático por essa linguagem desde a infância, o cantor conta que é incapaz de dissociar a imagem de música, dramaturgia, figurino e roteiro. Foi assim já em sua primeira apresentação, em 2015, no Teatro de Câmara do Cine Theatro Brasil Vallourec.

Felipe descreve o novo projeto como obra anticapitalista, no sentido de “valorizar a insurgência de uma forma não literal e poética”, abordando como o sistema político e econômico impacta as relações afetivas.





Neste domingo, ele vai soltar sua voz andrógina à la Ney Matogrosso ao lado de André Milagres (guitarra e violão de sete cordas), Marco Aur (baixo) e João Paulo Drumond (bateria e percussões). Milagres e Drumond participaram da gravação do álbum, realizada em espetáculo on-line no Teatro Marília, em BH, quando o produtor Barral Lima assumiu o baixo.

A opção pelo trio clássico de instrumentos e a ausência da sonoridade eletrônica conferem ao projeto o tom enxuto e orgânico que o cantor desejava. “Fomos mais fundo na ideia de criação coletiva, porque gravamos o álbum ao vivo. Nos encontramos no estúdio, durante manhãs de oito dias, sem nada criado, mal tendo escutado as canções. No final do dia, gravávamos o que havíamos criado”, relembra Felipe.

A decisão de produzir um espetáculo virtual para lançar o disco deve-se à impossibilidade de realizar show presencial em 2021, aliada ao desejo de não deixar se perder o frescor dos temas das canções.





“O meu negócio é show. Faço discos porque gosto de fazer show”, revela Felipe. “Estou com saudade de olhar nos olhos das pessoas. Considero o lançamento oficial do disco agora, no presencial”.

Com oito canções (três a menos que “Coração disparado”, o álbum anterior) e lançado em outubro do ano passado, o disco contou com a colaboração de Juliano Antunes, Nobat, Tátio, Dé de Freitas, Gui Borges, Tom Custodio, Dan Nakagawa e Laura Catarina, além da participação especial de Laila Garin, protagonista de “Elis, o musical”.

CONEXÃO 

Outro convidado foi o mineiro Marcelo Veronez. “Só agora, 10 anos depois de nos conhecermos, vamos cantar juntos pela primeira vez”, revela Felipe, referindo-se ao show desta noite.





“O que conecta a participação do Veronez com a da Laila Garin é a relação dos dois com as artes cênicas: ambos são baitas cantores, mas também atuam, o que reforça a minha conexão com a cena”, explica.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

“TERRA VISTA DA LUA”

Show de Felipe de Oliveira. Com André Milagres, Marco Aur e João Paulo Drumond. Participação especial: Marcelo Veronez. Neste domingo (22/5), às 20h, no Teatro do Centro Cultural Unimed BH-Minas. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. Plateia: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Informações: (31) 3516-1360.