Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Celso Adolfo fala sobre álbum em homenagem à sua cidade-natal



O cantor mineiro Celso Adolfo é o convidado da edição desta segunda-feira  (30/5) do Sempre um Papo, com o jornalista Afonso Borges. A conversa será na modalidade virtual, com transmissão pelas páginas do projeto no Facebook e no YouTube, às 19h, contando com tradução simultânea em língua brasileira de sinais.




 
Celso Adolfo promete uma prévia das canções já gravadas para seu novo disco, "Pratiano", batizado em homenagem à sua cidade natal, São Domingos do Prata. Ele já havia apresentado parte do repertório do novo disco com o seu coco calangado, designação que ele dá à mistura do coco nordestino e do samba. 
 
Depois de apresentar as canções em show no Memorial da Vale, em fevereiro passado, e posteriormente na Casa Outono e no Auditório da Cemig, o cantor e compositor diz que sua nova safra de canções tem sido muito bem recebida.
 
"Esse negócio para mim é um mistério. O público recebe a música inédita como se já a conhecesse. Tem uma integração imediata com a música, que é completamente nova, ninguém nunca ouviu. É engraçado. Eu acho sensacional", comenta. 




 
Entre as novas composições está um arranjo feito para o poema "Os rios", da poetisa Henriqueta Lisboa, retirado do livro "O menino poeta''. Trata-se da única faixa em que a autoria não é exclusivamente de Celso Adolfo.

FOTOGRAFIA


Ele conta que a composição da música que dá título ao disco foi inspirada por uma foto de sua juventude e que a canção veio tão naturalmente quanto o público a aceitou. “Tenho uma foto minha aqui de aniversário em que eu estou de paletó, mão no bolso e calça curta,  e isso me levou a descrever tudo que eu não estava nem pensando”, afirma. 
 
“Peguei o violão e comecei a brincar. Aí veio uma música longa, meio mantra, com uma melodia repetitiva. Foi vindo aquele negócio todo e, no final, ficou uma música sensacional. A melodia é doce, não tem saltos de harmonia nem notas musicais complexas; nada disso. Tudo arredondado, porque o meu estado de espírito na hora de fazer a música estava assim: uma circunferência, sem aresta nenhuma e com o mesmo brilho em qualquer ponto.”




 
Outra novidade é o lançamento pela primeira vez de um single. Ele promete disponibilizar no meio de junho a canção "Santo Antônio na querença", primeira composição junina de sua carreira, essa em homenagem a Roberto Gutierrez e Nilza Werneck. 
 
“Uma das minhas intenções nesse disco é que ele seja um disco uniformemente variado. Não é um disco de declaração de amor explicitamente, ou melhor, ele é um disco de declaração de amor à minha cidade, por intermédio do poder de curiosidade que a minha cidade me deu”, afirma. 
 
Segundo Celso Adolfo, a homenagem que quis fazer “não é aquela coisa piegas de ficar falando das montanhas do meu lugar, das poeiras… É um pratiano, uma pessoa da cidade, que desde pequeno buscou enxergar muito mais do que aquele lugar podia oferecer, porque o lugar te leva a isso”. O resultado, segundo o músico, é que agora ele está “fazendo um disco em que várias maneiras de compor estarão presentes”.




 
LETRA INÉDITA

“SANTO ANTÔNIO NA QUERENÇA” 
(Celso Adolfo)

Quem sabe esse santo é bão de casamento?
e ajuda quem vive sozim no momento
e ajeita uma noiva e dá lá um jeitinho
pra mim, pro Adilton, Darino e Vandinho
nós tamo correndo perigo sem ninho

A lua já lá no meio do céu
cá embaixo nós vamo comendo os pastel
pensando nas moça e seus beijo de mel
e qualquer tantinho de amor já faz bem
tô de olho nela e esse alguém sabe quem 
 

*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes