O Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas recebe, nesta quinta-feira (2/6), mais uma edição do Mano Convida – projeto pelo qual Dudu do Cavaco, primeiro músico com Síndrome de Down a lançar um registro fonográfico e audiovisual das músicas que executa, recebe artistas de renome para apresentações conjuntas. Ele, que já tocou ao lado de Mônica Salmaso, Zélia Duncan, Lenine e Paulinho Pedra Azul, desta vez divide o palco com Fernanda Takai.
Responsável pelo projeto Mano Convida, a entidade sem fins lucrativos é voltada para a capacitação e inclusão de pessoas com Síndrome de Down.
DINÂMICA
Fernanda adianta que a dinâmica do show prevê um revezamento dos artistas no palco, mas com vários momentos de interação.
“O Dudu abre a noite, toca duas músicas, depois me chama, faço quatro canções, saio, aí tem uma intervenção da orquestra, ele faz alguns números com o coral, eu volto, faço mais quatro músicas e no final a gente encerra com todo mundo junto”, detalha.
“O Dudu abre a noite, toca duas músicas, depois me chama, faço quatro canções, saio, aí tem uma intervenção da orquestra, ele faz alguns números com o coral, eu volto, faço mais quatro músicas e no final a gente encerra com todo mundo junto”, detalha.
Ela diz que o repertório foi montado levando em conta as músicas com que Dudu habitualmente já trabalhava e também inclui canções extraídas de sua discografia em carreira solo e com o Pato Fu. Sem querer entregar muita coisa, para não estragar a surpresa, Fernanda adianta alguns dos temas que compõem o roteiro da apresentação.
“Do repertório do Dudu, a gente faz ‘Smile’, do Charles Chaplin, ‘Como é grande o meu amor por você’, do Roberto Carlos, e ele mesmo escolheu ‘Sobre o tempo’, do Pato Fu, e ‘Diz que fui por aí’, que eu gravei”, conta.
Ela revela, ainda, duas curiosidades do repertório relacionadas à sua própria carreira. “A gente também incluiu ‘Wave’, que eu não canto nos meus shows dedicados à bossa nova, mas o Dudu toca, então entrou. E incluímos ‘Roda’, que eu cantava no colégio, quando tinha uma banda que ia tocar em barzinho, mas depois nunca mais cantei”, aponta. “Eu gosto de cantar coisas fora do repertório a que estou acostumada, é sempre um desafio”, acrescenta.
"A gente também incluiu (no repertório) 'Wave', que eu não canto nos meus shows dedicados à bossa nova, mas o Dudu toca, então entrou. E incluímos 'Roda', que eu cantava no colégio, quando tinha uma banda que ia tocar em barzinho, mas depois nunca mais cantei"
Fernanda Takai, cantora
ARRANJOS ECLÉTICOS
Ela chama atenção para o fato de que, com a banda e a orquestra de câmara em cena, é possível fazer um espetáculo matizado, com muitas ambientações. “Os arranjos passeiam pelo chorinho, pelo som das big bands, pela música brasileira e internacional. Até o ‘Trenzinho caipira’ a gente está fazendo. É um show que está bem bonito, bem completo”, salienta.
Fernanda conta que acompanha o trabalho do Instituto Mano Down, que conheceu em 2016, quando a sede era no bairro Barroca – atualmente está localizado na rua Urucuia, no bairro Floresta. Com a mudança de endereço, o Instituto passou por uma reestruturação estratégica, ampliando seu escopo de atuação, de forma a abranger todas as fases da vida das pessoas com deficiência intelectual e promover o desenvolvimento, a autonomia e a inclusão.
“Fiquei muito surpresa com a nova sede, que eles chamam muito apropriadamente de ecossistema, porque tem várias coisas funcionando em rede, é muito completa e atende a mais de 500 famílias”, cita.
“O Instituto deu um salto nos últimos anos, tem os educandos trabalhando no café, outros fazendo massagem, o Dudu tocando, tem o Coral Voz Ativa, tem até artes marciais, isso tudo dentro de uma faixa etária bem variada, que vai desde bebês até pessoas mais velhas. Acho muito importante isso, trabalhar a inclusão e a diversidade e mostrar essa capacidade de fazer as coisas junto”, ressalta a cantora.
Sobre o projeto Mano Convida, Leonardo Gontijo destaca que o objetivo é democratizar o acesso às apresentações musicais, contribuindo para a inclusão e para uma ampliação do olhar para a diversidade.
“A música tem um grande poder de promover a diversidade e a inclusão. Com o protagonismo assumido pelo Dudu do Cavaco e dos educandos do Coral Voz Ativa, mostramos para a sociedade o grande potencial das pessoas com deficiência intelectual. E, mais do que isso, a riqueza do aprendizado e da convivência entre pessoas com e sem deficiência intelectual”, enfatiza.
Dudu, por sua vez, diz que os shows que realizou pelo projeto até o momento foram ótimas experiências, que tiveram uma repercussão muito boa, e que a expectativa é grande pela apresentação de amanhã ao lado de Fernanda Takai.
“Estou esperando por esse momento com muita alegria, carinho e amor para dar. Gostei muito das edições anteriores e agora vamos de novo botar para quebrar”, diz.
“Estou esperando por esse momento com muita alegria, carinho e amor para dar. Gostei muito das edições anteriores e agora vamos de novo botar para quebrar”, diz.
MANO CONVIDA
Com Fernanda Takai, Dudu do Cavaco, Coral Voz Ativa, banda e orquestra de câmara. Nesta quinta-feira (2/6), às 20h30, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes – fone: 3516 1360). Ingressos a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), na bilheteria do teatro e pelo site Eventim.