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Estado de Minas ARTES VISUAIS

Dez grafiteiros criam painel coletivo em homenagem ao hip-hop de BH

Obra assinada por Nilo Zack, Hely, Tot2, Lauro, Fhero, Fênix, Tina, Wanata, Led e Ilídio será revelada neste domingo (5/6), em festival na Barragem Santa Lúcia


05/06/2022 04:00 - atualizado 04/06/2022 00:01

Fhero grafita sentado em andaime
Fhero é um dos 10 artistas que defendem a arte do grafite em BH (foto: Acervo pessoal)

Artistas de diferentes regiões da capital se reuniram nas proximidades do Centro Cultural Favela Bela, na Vila Barragem Santa Lúcia, na Região Centro-sul de BH, para produzir um painel coletivo de grafite. Iniciativa do Festival Cena Grafitti no Morro, o trabalho será inaugurado neste domingo (5/6), a partir das 13h, em evento que contará com apresentações musicais e atividades formativas.

O mural retrata rostos de personalidades da cena hip-hop mineira. Ao todo, 10 artistas foram convidados para participar da criação: Nilo Zack, Hely, Tot, Lauro, Fhero, Fênix, Tina, Wanata, Led e Ilídio.

“A cena do grafite é muito ampla. A gente tem em BH artistas de diferentes vertentes que começaram a atuar em diferentes momentos. Hoje, essa cena está muito atrelada à cultura hip-hop da cidade, que é muito forte. O festival nasceu com o objetivo de ser um evento protagonizado pelo grafite”, explica a produtora cultural Letícia Fox, integrante da equipe de idealizadores da ação.

''A cena do grafite é muito ampla. A gente tem em BH artistas de diferentes vertentes que começaram a atuar em diferentes momentos. Hoje, essa cena está muito atrelada à cultura hip-hop da cidade''

Letícia Fox, produtora cultural



Grafiteiro Nilo Zack com maquiagem de palhaço
Nilo Zack, com seus palhaços, marca presença nas ruas de BH (foto: Acervo pessoal)

DIVERSIDADE

Junto com os produtores Wesley Castro, Luan Lima e Vitor Gonzaga, ela convidou artistas para criarem o painel que será inaugurado hoje. Segundo Letícia, o conjunto é bastante representativo, pois reúne jovens com diferentes estilos de trabalho, que começaram a grafitar em épocas distintas.

“Essa galera trabalha com gosto e já está na cena há mais tempo. Ao convidá-los, nosso objetivo era que o trabalho apresentado no festival tivesse traços e estilos diferentes de artistas atuantes em Belo Horizonte. Então, não é difícil reconhecer os trabalhos deles espalhados pela capital”, afirma.
De boné, Tina faz grafite numa parede, com as cores laranja, roxo e verde
Tina comprova que mulheres conquistaram espaço no grafite (foto: Acervo pessoal)

Para chegar a um consenso sobre como seria o painel, os 10 artistas se reuniram na última segunda-feira (30/5) para discutir propostas e referências que gostariam de incluir no trabalho. Depois disso, foi criado um grupo no WhatsApp para que pudessem enviar ideias e se comunicar ao longo da semana.

Grafiteira Fênix, de blusa amarela, olha para a câmera
Fênix se destaca entre os artistas da nova geração (foto: Acervo pessoal)
“Eles discutiram quem seriam os homenageados e chegaram à conclusão de que, mesmo sendo painel coletivo, terá a pintura individual de cada um. Cada grafiteiro traz o seu próprio traço. O processo de decidir como seria feito o trabalho foi bastante íntimo e até mesmo pessoal, mas muito coletivo. A gente deixou que ficassem livres para explorar sua metodologia própria na hora de trabalhar”, conta Letícia.
 

Ela faz mistério sobre os homenageados no painel. “A gente quer que a galera conheça o mural, vá até o evento para ver de perto o trabalho e aproveitar o que nosso festival tem para oferecer.”

''Temos muitos grafiteiros em Belo Horizonte, mas, para esses artistas, é muito complexo o acesso às leis de incentivo. Então, acaba que eles se fazem presentes em eventos não necessariamente voltados para o grafite''

Letícia Fox, produtora cultural


Além da inauguração do painel coletivo, o Festival Cena Grafitti no Morro realizará atividades ao longo de todo o dia. O evento contará com apresentações musicais dos MCs Xavs, RJ, LZ 93 e Zarashi, além de sets dos DJs Pat Manoese e Face 3.

Também serão oferecidas atividades formativas, como roda de conversa sobre o surgimento do grafite e sua relação com o empreendedorismo, e oficina básica de introdução ao grafite.

Grafiteiro Wanata segura lata de spray, de onde sai fogo, tendo ao fundo a bandeira com cores do arco-íris
Wanata e a bandeira multicolorida do respeito à diversidade de gêneros (foto: Acervo pessoal)


Em sua primeira edição, o evento, derivado do Festival Hip House, buscou fomentar a produção de ações totalmente voltadas para o grafite.

Letícia Fox afirma que a cena em BH é forte, mas falta aproximar os artistas de mecanismos de patrocínio cultural. “Temos muitos grafiteiros em Belo Horizonte, mas, para esses artistas, é muito complexo o acesso às leis de incentivo. Então, acaba que eles se fazem presentes em eventos não necessariamente voltados para o grafite”, explica.
 
O grafiteiro Leds 2 olha para a câmera, usando corte de cabelo moderno no estilo black power, tendo ao fundo parede pintada em várias cores
Leds 2 vai prestar sua homenagem à cena do hip-hop (foto: Acervo pessoal)
 

“O grafite era manifestação que ficava muito restrita às ruas, mas agora os artistas têm começado a participar de festivais e festas. A meta é fazer isso crescer, quebrar as barreiras que ainda restringem esse tipo de produção”, conclui.

FESTIVAL CENA GRAFITTI NO MORRO

Neste domingo (5/6), das 13h às 22h. Centro Cultural Favela Bela, Avenida Arthur Bernardes, 1.590, Vila Barragem Santa Lúcia. Entrada franca, mediante retirada de ingressos pelo Sympla.

Tot 2 faz grafite colorido em muro
Tot 2 em ação nos muros da cidade (foto: Acervo pessoal)


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